O sigilo bancário

Vox populi dixit, roubas um tostão e és um ladrão, roubas um milhão e és um sabichão. Inventei isto agora mas diversas variantes dizem a mesma coisa. Seja na versão do idoso que roubou uma lata de atum e viu o seu nome escarrado na comunicação social, seja no tom eufemístico com que os gestores de topo são tratados nas comissões de inquérito a cada falso ataque de amnésia.

O Banco de Portugal entrou novamente neste jogo ao não divulgar os nomes dos devedores que receberam os milhares de milhões de euros roubados aos rendimentos dos trabalhadores por conta de outrem. Segundo o seu representante máximo, Carlos Costa, tal deveu-se aos riscos de violar o sigilo bancário. Os biliões, como dizem os americanos, têm direito à proteção que o vulgar cidadão não tem. Experimente o leitor não pagar o IMI e logo verá quanto tempo decorrerá até ver o seu nome inscrito nas listas públicas de devedores ao fisco.

A incapacidade, para não adjectivar de forma mais incisiva, que os sucessivos governos têm demonstrado ao não conseguirem lidar com os parasitas do regime é o seu maior fracasso. E será, certamente, o estrume onde a extrema-direita há-de crescer.

O relatório de auditoria da CGD (sem censura)

Como tem sido amplamente noticiado o poder financeiro achou por bem entregar um documento censurado aos representantes dos portugueses na Assembleia da República. A comunicação social obteve de alguma forma a cópia do relatório censurado, podem ler a cópia divulgada pela TSF, ou por outros meios de comunicação.

Talvez como reflexo da competência do sector financeiro o PDF entregue na Assembleia da República não elimina de facto a informação. É o equivalente electrónico a esconder os conteúdos com post-it.

Versão censurada

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Segredo bancário?

A posse de 50 mil euros é argumento suficiente para obrigar os bancos a informarem o Estado deste facto. Já as perdas multimilionárias do banco do Estado não merece que esse mesmo Estado tome conhecimento do nome dos devedores.

O segredo bancário está ao nível de outros aspectos do actual panorama político, tais como o fisco e a justiça. Forte com os fracos e fraco com os fortes.

“Fiquei chocado com o que vi, independentemente dos números, datas ou nomes que lá estejam, mas que estão em branco. É de uma relativa opacidade face ao esforço que os portugueses fizeram com cinco mil milhões de euros de impostos”, salientou Rio.

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Um crash na lista negra do calote

Lista de devedores

Se tentar aceder à Lista de devedores na Segurança Social, “disponível” no site do organismo tutelado pelo singular Agostinho Branquinho*distinto utilizador do avental-tendência entre as elites sociais-democratas, imortalizado pela frase “o que é a Ongoing?” 8 meses antes de lá ir parar e peça central no mal explicado puzzle da Webrand que, espero, venha a plantar uma laranjeira mesmo ao lado da cela do 44 – irá deparar-se com o aviso em cima: “Esta página encontra-se em actualização“.

Será um problema informático? Será um avião? Será uma não-sabotagem como aquela que não aconteceu com o Citius? Estarão a ser eliminados registos de membros irresponsáveis do regime que não honraram os seus compromissos para com a Segurança Social? Não sabemos. Mas uma coisa sabemos: as Legislativas deste ano prometem.

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* Achei importante enquadrar o percurso ímpar do indivíduo de forma a atestar a sua singularidade. Muito mais haveria a dizer. Tudo a seu tempo.