Segredo bancário?

A posse de 50 mil euros é argumento suficiente para obrigar os bancos a informarem o Estado deste facto. Já as perdas multimilionárias do banco do Estado não merece que esse mesmo Estado tome conhecimento do nome dos devedores.

O segredo bancário está ao nível de outros aspectos do actual panorama político, tais como o fisco e a justiça. Forte com os fracos e fraco com os fortes.

“Fiquei chocado com o que vi, independentemente dos números, datas ou nomes que lá estejam, mas que estão em branco. É de uma relativa opacidade face ao esforço que os portugueses fizeram com cinco mil milhões de euros de impostos”, salientou Rio.

O esforço de camuflagem é, porém, ineficaz, já que o relatório preliminar dado a conhecer por Joana Amaral Dias revelou os nomes e os valores envolvidos. Desta forma, interrogamo-nos sobre a razão de ser deste exercício de opacidade. É muito diferente saber-se o que se está a passar por uma via oficiosa ou oficial. Enquanto que a primeira levanta burburinho mas é inconsequente, já a segunda obriga a actos concretos, com consequências sobre os visados. Sobra mais uma pazada de estrume para fertilizar o populismo.

O momento em que estes factos são conhecidos também merece atenção. Estamos perante um relatório que incide sobre actos cuja responsabilidade criminal já prescreveu para boa parte deles. Porquê agora, quando a impunidade espreita à esquina? Novamente, levanta-se a voz da indignação e depois vai cada um à sua vida. Nesta história, há o lado dos criminosos mas também o dos que fecharam os olhos, nomeadamente o Banco de Portugal e o Ministério Público. Para que serve o primeiro, já que falhou na supervisão de todos os bancos portugueses? Se é para pagar salários principescos, passamos bem sem esse fardo. E o Ministério Público, vai continuar a ser a instituição que leva a tribunal cidadãos que roubaram uma lata de polvo no supermercado?

Por fim, Cristas. A ex-ministra que assinou de cruz a resolução do BES, entre as ondas da praia, vem tecer moralismos sobre a CGD? Falta-lhe vergonha na cara. E sobra esquecimento a um povo manso.

Comments

  1. Ana A. says:

    E depois ainda criticam os “Bolsonaros” da vida!

    Então, não que o tipo já mandou “engavetar” os engenheiros e demais gente, que não cuidaram da barragem que desabou?!

    Cuidado! Muito cuidado senhores políticos pseudo-democráticos!

    Reformulem-se! Não matem e enterrem o que tanto custou a conseguir: a Esperança no devir!

  2. Paulo Marques says:

    Falta a descensurar a página 29.
    É caso para dizer, gestores de powerpoint.

  3. Paulo Marques says:

    ops, é para o post a seguir. Alexa, delete.