FMI prevê: Portugal único país com PIB negativo em 2012

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Fonte: EL PAÍS

As delegações do FMI, Comissão Europeia e BCE reuniram com o governador do BdP, Carlos Costa que se encontrava acompanhado de quadros da instituição. A equipa do FMI é, afinal, chefiada por um dito experiente dinamarquês, Paul Thomsen, que já dirigiu idênticas missões na Irlanda e na Grécia.

Aos portugueses está reservada uma vida difícil durante vários anos. A política de reduções das despesas do Estado, velha receita de crise em cima de crise do FMI, denunciada aqui e aqui, e outras medidas de política fiscal e monetária vão trazer graves dificuldades a um grande número de famílias portuguesas – a taxa de pobreza atingirá níveis acima dos actuais quase 2.000.000 de cidadãos.

Estamos, de facto, condenados a permanecer entre os piores, no grupo de países a que se refere o quadro acima, acabado de ser divulgado pela imprensa. Bem sei que se trata de uma previsão, e como tantas outras instituições, o FMI também falha; porém, é triste perceber que Portugal é o único país com recessão esperada para 2012 (- 0,5% do PIB), agravando-se o desemprego para 12,4%. [Read more…]

Portugal: Prozac ou Viagra?

O País, na lógica de ciclos e contra-ciclos da vida colectiva, está a sofrer de uma patologia grave. Grave e difusa. Os especialistas da cura, principais líderes políticos do regime, discordam, entre si, dos métodos e meios terapêuticos a aplicar. Andam em quente disputa pelo mérito de quem tem a milagrosa receita.

Sócrates, o terapeuta dotado da capacidade de tranquilizar um País vergastado pela crise nacional de que é um dos protagonistas, acusa de leviandade a concorrência. Se o povo o acompanhar – quer ele que se acredite – os portugueses, a sua economia, os mercados e os investidores, no conjunto, todos se quedarão calmos e entregues a noites de profundo descanso. Sem a preocupação de intervenção financeira externa, acentue-se. Sócrates, representa, deste modo, o papel do ‘Prozac’, uma vez que estamos todos perturbados e a necessitar de recuperar a saúde mental. Com tranquilidade…

Do outro lado, Pedro Passos Coelho teme que não existam terapias eficazes em território nacional, promovendo, se necessário, a ajuda do FMI para reerguer a nação. E, de facto, porque de um problema de erigir se trata, temos o Coelho a desempenhar o papel do Viagra.

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O comum da vida: estar desempregado, ser pobre e viver desamparado

O País, ou sendo mais preciso, milhões de portugueses anónimos vivem tempos de tormentas. São cidadãos de todas as classes etárias. Desde jovens a trautear  “Que parva que eu sou”, a populações senescentes, sitiadas por uma solidão assassina e, por vezes, persistente para além da morte. Uns e outros, e muitos, muitos outros compõem a imagem do Portugal real, ilustrada, pois, por gente sem meios nem amparos. Na vida, como na morte.

O desemprego atingiu 11,1% no último trimestre de 2010; ou seja, são mais de 619.000 os cidadãos sem trabalho, nos números oficiais. No segmento dos jovens, a taxa desemprego é de 22%, mas existe, paralelamente, uma percentagem considerável de desempregados de longa duração. Destes últimos, muitos têm idades acima dos 40 ou 50 anos e nulas perspectivas de conseguir trabalho. O ambiente social, assim, tende a agravar-se  através da intensidade e dos contingentes de pobreza – em 2009, a Eurostat  referia 17,9% da população em risco de pobreza (cerca de 1,8 milhões de indivíduos). Hoje, porém, estima-se uma cifra à volta dos 2 milhões. [Read more…]

Do FMI, o José Mário Branco fala por mim

Anteontem aconteceu no hipermercado, ontem no ‘Prós e Contras’, hoje no café. Não há lugar em que não ouça discutir a vinda do FMI para Portugal.

FMI para a esquerda, FMI para a direita, começo, de facto, a esgotar a paciência; e logo eu,  espoliado em 1983, de parte do 14.º mês; como, aliás, milhões de portugueses. Ao ouvir falar do FMI, sou assaltado por um ataque de psoríase que me coço da cabeça aos pés. Basta pensar que os ricos continuarão muito ricos e  eu serei condenado a medidas de austeridade. À semelhança de não sei quantos milhões de concidadãos.

Falar ou escrever sobre o FMI, mesmo antes da chegada, é para mim penoso. Nada melhor que recorrer a terceiros. E, neste caso, escolhi José Mário Branco (JMB) para se pronunciar no meu lugar. Sim, do FMI, melhor do que ninguém, JMB fala por mim. Quem não se satisfaça apenas com ‘parte1’, poderá ver e ouvir a ‘parte 2’ aqui.