Fuga de capitais – sangria na economia global

A notícia do Público sobre a fuga de capitais entre 2010 e 2015 contém vasta matéria para análise do comportamento político, nomeadamente a forma como se tenta esconder o transvase do capital para centros offshore internacionais, como o fez a Autoridade Tributária durante o governo de Passos Coelho. No entanto, detenho-me, por ora, no enquadramento internacional do que se chama de mobilidade de capitais na economia globalizada.

Hong Kong - fuga de capitais
O pico constatado em 2015 de 8.885 milhões de euros, poderá sempre explicar-se com o que se sabia sobre a falta saúde do sistema financeiro português e, também, pela incerteza da continuidade de um governo que estivesse disposto a continuar a permitir a fuga de capitais sem prestar contas ao fisco.
O movimento de capitais para offshores não é um fenómeno nacional, nem tão pouco europeu, trata-se de uma tendência global [Read more…]

A pura incompetência dos agentes da Alfândega de Lisboa

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Tenho desde o passado dia 7 de Fevereiro um envio (despachado da Rússia a 24 de Janeiro) um artigo enviado da Rússia que corresponde a uma caixa de uma colecção de cartas de jogadores de futebol que não é comercializada no nosso país. O artigo em causa deve ser doravante tratado por envio e não por encomenda, visto que a troca realizada envolveu um envio gratuito de um produto semelhante à pessoa com quem troquei no dia 25 de Janeiro. Curiosamente, mesmo apesar dos correios russos demorarem em média 2 dias a desalfandegarem envios considerados como “importações”, resolvemos, eu e o meu parceiro russo, escrever uma nota na encomenda “free of commercial value. exchange” para assim explicarmos aos agentes alfandegários dos dois países que não existiam quaisquer valor comerciais envolvidos. Apesar dos correios russos serem, como não seria de esperar, lentos, pela imensidão do território e do número de habitantes que tem que satisfazer, a alfândega moscovita demora por norma 2 dias a analisar as importações, e os correios russos demoram por 4 dias a fazer chegar correspondência ou envios de Moscovo a Khimki. Para um destino longínquo nos confins da Federação, a coisa pode levar meses, Portanto, o meu envio já chegou no dia 4 de Fevereiro ao destinatário

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Mário Centeno: aqui está o link para a Grande Entrevista

realizada ontem por Vítor Gonçalves e emitida pela RTP3. Aqui onde? Aqui. 🙂
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algo me diz…

que o fio vai romper por uma das pontas. Lagarde afirmou hoje que Portugal é o país do mundo que mais deve à instituição. 27 mil milhões de euros.
Assertivo também será dizer a Christine Lagarde que a instituição que dirige perdoou imensos mil milhões de dólares a estados onde interveio, principalmente aos africanos, por serem, à semelhança do caso português, de difícil (senão impossível) reembolso. Assim como também perdoou determinados empréstimos concedidos ao abrigo dos famosos programas de ajustamento a estados da América Central para estancar qualquer pavio que pudesse resultar numa acção revolucionária que pudesse colocar em perigo a hegemonia pretendida pelos norte-americanos para a região. Lembram-se do programa de El Salvador por exemplo? [Read more…]

eu cá não sou de intrigas nem de meias verdades

Esmiuço com atenção o Boletim Estatístico publicado pelo Banco de Portugal.

A dívida galgou os 130% do PIB, quedando-se agora nos 132,4% do PIB. Esse vírus despesista chamado Partido Socialista, dizem eles. Essa esquerda que só tem ideias quando há dinheiro, repetem. Esse socialismo que só existe quando há dinheiro, concluem. O Tratado Orçamental obriga que o Estado Português reduza a sua dívida pública a 60% mas apesar das previsões de redução apresentadas pelo governo para os próximos anos, não existe fórmula para que isso aconteça senão voltar a castigar os contribuíntes e a procura interna. Sabendo para já que o risco de deflacção é uma realidade. A deflacção poderá arrastar consigo mais uma surte de falências e desemprego. Menos receita a entrar nos cofres do estado por via das contribuições e mais despesa contraída em apoios sociais. (Faça-se tábua rasa e corte-se ainda mais nas condições de acesso ao benefício de apoios sociais, pensarão). Enquanto o défice estrutural do Estado (leia-se o estado gastar menos do que aquilo que recebe), a dívida continuará a aumentar porque, logicamente, o estado terá que pedir emprestado aos mercados para cumprir as suas obrigações. Desengane-se portanto quem pensa que a dívida pública e o défice estrutural são elementos desligados. São elementos intimamente ligados. Quase gémeos. Esqueçam todo o argumento que foi apregoado aos 7 ventos pela Ministra das Finanças e pelos seus tutelários do ICGP de que o Estado teria uma almofada financeira significativa para fazer face às suas obrigações no próximo ano. É pura mentira. [Read more…]

In The Mood

Donos de Portugal: à venda por 4, 99€

“No momento em que a crise expõe as fragilidades do desenvolvimento económico do país, o documentário revela quem foram os principais intervenientes e protagonistas na economia portuguesa durante o último século. Produzido para a RTP2 no âmbito do Instituto de História Contemporânea, o filme é realizado por Jorge Costa (juntamente com Cecília Honório, Luíz Fazenda, Francisco Louça e Fernando Rosas)” (Público, 13/7).  

Repare nisto: “Os nomes das grandes famílias que detêm o poder económico em Portugal são as mesmas de há 100 anos“. Uma delas e no centro do referido grupo, “sempre esteve a família Mello”: os Mello ligaram-se, na primeira metade do século XX, aos Lima Mayer pelo casamento de Jorge de Mello com Luísa Lima Mayer. Um dos filhos desta união, Manuel de Mello, vai casar-se com a filha do industrial Alfredo da Silva integrando assim o grupo CUF no império Mello. Desta união nasce Cristina, futura esposa de António Champalimaud. Os seus filhos iniciam a linhagem Mello-Champalimaud.” Esta é apenas uma dessas famílias que o documentário refere.

Ligações desinteressadas… Tudo por amor! 

Podemos falar em «dinastias» e «impérios» depois do fim «oficial» das Monarquias e Impérios… Outros reis e rainhas, outros imperadores e imperatrizes, o mesmo povo.

DVD Donos de Portugal está à venda a partir de segunda-feira juntamente com o jornal Público, por mais 4, 99€.

 

Miopia

Por vamoslevantarportugal@gmail.com

Miopia: 1. Imperfeição ocular que só deixa ver os objetos a pequena distância do olho. 2. [Figurado] Falta de inteligência. (Fonte: Dicionário Priberam da Língua Portuguesa)

A falta de visão e o marasmo da “elite”, por vezes mais interessada em prosseguir objetivos individuais em detrimento dos comuns, num tempo onde prosperam os pseudointelectuais comentadores político-económicos e a qualidade da intervenção pública dá lugar ao mediatismo fácil, justifica a forma superficial como são, por vezes, tratadas as sucessivamente reformas e medidas estruturais que têm vindo a ser anunciadas. A confusão generalizada entre aquilo que diz respeito à economia e aquilo que diz respeito às finanças, aliada ao crescente distanciamento das pessoas e instituições do conhecimento, tem-nos impedido alterar o rumo quase certo em direção ao eminente descalabro económico e social.

Aquilo que alguns referem como “crise profunda” apontando a “conjuntura internacional” como causa, não é mais do que o reflexo do acumular de um conjunto de debilidades de natureza estrutural. A manutenção de elevados níveis de endividamento associados à excessiva dependência do exterior deixou a economia portuguesa extremamente vulnerável, acontecendo mesmo que, em abril de 2011, o país veio a solicitar assistência financeira à Comissão Europeia.

Na génese do problema está o desmantelamento de sectores estratégicos, como sejam os casos da agricultura, das pescas, ou das indústrias pesadas, a aplicação inconsequente dos fundos comunitários e o acesso ao crédito fácil por parte das famílias, maioritariamente destinado ao financiamento de bens de consumo imediato e produzidos externamente. [Read more…]

Desmistificar mentiras e demagogia de Coelho

O primeiro-ministro é pródigo no uso da mentira e da demagogia. As nomeações políticas  constituem dos capítulos mais obscuros da governação a que preside. O recurso à demagogia é outro inaceitável instrumento de comunicação – e propaganda – do actual governo. Vamos por partes.

Nomeações políticas

Há notícias a divulgar a nomeação de Vasco Graça Moura como novo presidente do CCB, sucedendo ao seu amigo e igualmente nomeado na lógica ‘tachista’ do ‘centrão’, António Mega Ferreira. Trata-se, pois, de mais uma nomeação política, ao que se percebe feita sob proposta do Secretário de Estado da Cultura, o putativo Francisco José Viegas; a somar a outras, como esta aqui denunciada.

Na trôpega encenação de há dias, na iniciativa “Made in Portugal” do DN, Passos Coelho exibiu quadros e números ilusórios. Os nomeados pelo seu governo, com base em critérios de filiação partidária no PSD ou CDS, já constituem um conjunto de várias centenas. E, porém, a coisa não vai ficar por aqui. Espere-se até 31 de Março pelas assembleias-gerais e finais de mandato de gestores públicos e, então, será o tempo de conferir os saldos e reconfirmar que Coelho mente e de que maneira.

A demagogia do discurso perante os cidadãos e a AR

Com o discurso inspirado nos “amanhãs que cantam”, Passos Coelho, diz-se aqui, terá deixado aos parlamentares a mensagem:

2012 pode marcar primeiro excedente comercial em anos

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A globalização do pastel de nata – o Álvaro merece o Nobel!

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Passos Coelho, quando sondou individualidades para o governo e escolheu  conselheiros, recorreu de certeza a uma das melhores sociedades portuguesas de “headhunters”. Ao ler nas entrelinhas os derradeiros relatos e artigos da Mozart49, não me espantaria que a preferida tenha sido a Heidrick & Struggles (Dr. Nuno Vasconcellos, a publicidade aqui no ‘Aventar’, por enquanto, é gratuita; depois compensa-nos com uns tempos de antena no novo canal privado da TV).

Apenas uma sociedade do género da Heidrick & Struggles, mais ou menos filial da Mozart49, teria capacidade, ‘know-how’ e sagacidade de descobrir o Prof. Álvaro Santos Pereira  na longínqua Vancouver, para Ministro da Economia e do Emprego.

O ministro Álvaro nasceu com o privilégio de uma mente brilhante. De invulgar visão. Jamais houve outro estratega português dotado de tão sábia inteligência, há dois séculos. Bastará referir que os ‘pastéis de Belém’ existem desde os princípios do Século XIX e, de então para cá, nem uma personalidade  sequer tirou da cartola a ideia de que, para equilibrar a Balança Comercial, uma das soluções é globalizar, vender pastéis de nata por esse mundo fora. Somos uns doces, governo incluído

O ministro Álvaro merece o Nobel!

As menstruações de Américo Amorim e o problema estrutural da economia portuguesa

Crise internacional à parte, é sabido que a economia portuguesa tem um problema estrutural: a fuga aos impostos e os benefícios fiscais às empresas, permitindo falcatruas que se transformam em prejuízo para o estado. Depois dizem que este gasta mais do que tem, pudera.

O regabofe é de tal ordem que a impunidade é  assumida como regra, levando agora, gloriosa excepção, Américo Amorim a ter de descalçar 3,1 milhões de despesas bizarras para a sua principal holding: viagens dos netos, despesas com pensos higiénicos, cintos de crocodilo ou massagens. Prejuízo: 750 000 euros.

Que injustiça: o homem nem sequer é rico mas apenas um trabalhador sujeito a menstruações no local de trabalho. Fazer isto a um grande accionista do sacrificado BIC que dentro de dias receberá o BPN a quem deverá 1600 milhões (quando é que esta golpada será esclarecida?), está mal, muito mal, assim o país não anda para a frente e nunca mais saímos desta crise.

Fonte do gráfico e leitura proveitosa: resistir.info

A afronta da OCDE ao orçamento do Gaspar e à 1/2 hora do Álvaro

Vítor Gaspar foi vítima de um ataque externo. A OCDE contraria – e de que maneira! – os pressupostos do OGE 2012 apresentado ao país, pelo Ministro das Finanças.

Ignoro se, com recurso ao estilo estereotipado e sonolento, Gaspar reagiu dentro da bitola habitual. Nem sei também se, para além de eventuais telefonemas a Juncker e a alguém do BCE, assim como da tranquilização do inquieto Coelho, fez grande coisa para além de olhar de viés para os números com que, hoje, a OCDE presentou Portugal; números esses, diga-se, que se enquadram no cenário descrito no vídeo acima publicado.

Segundo notícia difundida em vários órgãos de informação, aqui e aqui por exemplo, a OCDE prevê para a ‘Economia Portuguesa’, em 2012, os seguintes valores macroeconómicos:

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FMI prevê: Portugal único país com PIB negativo em 2012

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Fonte: EL PAÍS

As delegações do FMI, Comissão Europeia e BCE reuniram com o governador do BdP, Carlos Costa que se encontrava acompanhado de quadros da instituição. A equipa do FMI é, afinal, chefiada por um dito experiente dinamarquês, Paul Thomsen, que já dirigiu idênticas missões na Irlanda e na Grécia.

Aos portugueses está reservada uma vida difícil durante vários anos. A política de reduções das despesas do Estado, velha receita de crise em cima de crise do FMI, denunciada aqui e aqui, e outras medidas de política fiscal e monetária vão trazer graves dificuldades a um grande número de famílias portuguesas – a taxa de pobreza atingirá níveis acima dos actuais quase 2.000.000 de cidadãos.

Estamos, de facto, condenados a permanecer entre os piores, no grupo de países a que se refere o quadro acima, acabado de ser divulgado pela imprensa. Bem sei que se trata de uma previsão, e como tantas outras instituições, o FMI também falha; porém, é triste perceber que Portugal é o único país com recessão esperada para 2012 (- 0,5% do PIB), agravando-se o desemprego para 12,4%. [Read more…]

A economia, parente pobre da “Ajuda Externa”

Ao querer centrar as culpas apenas em Sócrates – e ele é um dos máximos culpados, mas não o único – pratica-se um acto de branqueamento de outros altos responsáveis pela situação económica a que Portugal chegou. Em editorial de hoje, o ‘El País’ é certeiro na análise, quando diz:

A sociedade portuguesa enfrenta agora uma situação paradoxal. A ajuda financeira da UE não significa que os problemas económicos do país tenham terminado; apenas se evita uma situação pior para a insolvência do país, falhar pagamentos. Em troca do resgate europeu, a economia portuguesa terá de aplicar um programa drástico de ajustamento, similar ou mais duro do que o plano de Sócrates reprovado no Parlamento.

O epicentro do pedido de resgate foi o sistema financeiro, com particular protagonismo dos banqueiros; banqueiros estes que, com afiada ganância e em concertação com os grandes empreiteiros de obras públicas e sociedades advogados, inundaram o Estado de dívidas de PPP’s  e outras – o actual PR foi quem, como PM, inaugurou a moda em Portugal. Outros seguiram-no. Já aqui, em Janeiro passado, chamávamos a atenção para o facto de haver banqueiros interessados na entrada do FMI em Portugal.

A economia foi engolida pela onda de alienações a estrangeiros de unidades industriais e da destruição das produções agrícolas e pesqueiras. O turismo, o comércio dominado pelas grandes superfícies, mais as exportações da Auto-Europa, de uns vinhitos, de cortiça desvalorizada e ainda uns trocos formam parte substancial do nosso PIB .

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De Miguel Sousa Tavares no ‘Expresso’

Do artigo ‘Céu Nublado’, na edição do jornal ‘Expresso’ de Sábado, de Miguel Sousa Tavares, transcrevo o seguinte trecho:

Na década do agora inimigo das grandes obras públicas, Cavaco Silva, construímos sem parar: auto-estradas, hospitais, escolas e tudo o mais.’O país está dotado de infra-estruturas!’, proclamou-se triunfantemente. E, de facto, o país precisava. O problema é que, enquanto se dotava de infra-estruturas para servir a economia, o país vendia a economia, a troco de subsídios para abate e set-aside; vendemos assim a agricultura, as pescas, as minas, a marinha mercante, os portos, as indústrias que podiam vir a ser competitivas. Ficámos com os têxteis e o fado.    

De facto, assim se iniciou a caminhada na direcção do abismo, continuada por Guterres, Barroso – dois fugitivos – Santana Lopes e José Sócrates.

Todos eles, mesmo Sócrates, se regressassem ao passado, provavelmente diriam “se pudesse voltar atrás, sabendo o que sei hoje…”. Sucede, contudo, não se tratar de problemas de ordem pessoal. Foram lesados interesses nacionais soberanos e, mediante a perda de capacidade produtiva, o País está em sérias dificuldades para gerar riqueza, postos de trabalho e meios financeiros capazes de honrar os compromissos de endividamento externo.

Mas nada disto é relevante. Viva o Benfica campeão (se fosse o Braga ou o Porto, saudaria de idêntico modo), vem aí o Papa e siga a Marinha que, com os dois submarinos alemães, nos ajudará a submergir, mais fundo, em lodosos mares.

Economia Portuguesa (II) – Produtividade e Competitividade

Prestigiados economistas prescrevem o combate à crise através do aumento da produtividade e competitividade e a opção por investimentos na produção de bens e serviços transaccionáveis. Desta vez, debruçamo-nos sobre a primeira das questões.

A optimização de resultados de produtividade e competitividade apenas pode ocorrer em unidades de produção de bens e serviços activas. Em função do desafio de urgência, e sem investidores e recursos de investimento, Portugal está condenado, no curto prazo, a contentar-se com a dimensão do tecido económico actual, ou seja, a economia real de hoje.

De facto, a teoria é óptima; mas a aplicação prática está limitada. O País, desde o 1.º Governo do Prof. Cavaco Silva 1986, e incluindo obviamente os consulados de Guterres e Sócrates, optou por um modelo de desenvolvimento vocacionado para as grandes obras públicas: auto-estradas, Centro de Cultural de Belém, Mercados Abastecedores, Expo e Estádios de Futebol. Ignorou, pois, o imperativo de definir uma estratégia conducente ao aumento da actividade económica, através de investimentos na agricultura, nas pescas ou na indústria. Sucedeu até o inverso; na agricultura e pescas a diminuição de actividade foi subsidiada.

Em jeito de síntese, invocamos a denúncia feita há alguns anos pelo falecido Eng.º José Manuel de Mello, em entrevista a Nicolau Santos do ‘Expresso’. Com efeito, referindo-se ao Prof. Cavaco Silva, afirmava, então, o empresário ter o governo português privilegiado o encaixe financeiro nas privatizações à alternativa de relançar a indústria com portugueses.

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