Este não propriamente um post sobre segurança e criminalidade, é, isso sim, sobre o valor da vida.
Os crimes contra a integridade física têm aumentado de forma, para mim, inimaginável. É frequente ler/ouvir episódios de pessoas barbaramente agredidas apesar de entregarem os pertences aos assaltantes e de não oferecerem resistência. Começam também a circular histórias de pessoas violentadas por, simplesmente, não terem o que roubar.
Nos últimos dias duas pessoas foram mortas por tentarem ajudar vítimas de assaltos. O último caso envolvia aparentemente o roubo de… um boné e resultou, ao que parece, de uma uma vingança perpetrada mais tarde e a frio.
Quando estes casos começam a banalizar-se, traçam um retrato muito negro da sociedade onde acontecem. Não se trata, aqui, de fome, crise ou desespero. Trata-se de a vida do próximo valer praticamente nada, trata-se de se considerar o outro um mero impecilho próximo de ser, apenas, uma personagem virtual que se pode apagar para que o jogo prossiga e o próximo nível (a aquisição de um boné, por exemplo) seja atingido.
Uma sociedade assim falhou. E, se falhou, falhámos todos. O pior de tudo, neste jogo, é que não se pode desistir, voltar atrás e começar de novo. Somos todos joguetes e jogadores de uma coisa onde a vida e a morte se equivalem. Pouco mais.
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