O texto de David Dinis aos seus “amigos do Observador (e à Assunção Cristas)” é um exercício de caridade estratégica. Sem rejeitar que dirigiu um instrumento da direita radical (“projecto”, nas palavras dele), deixa uns recados à trupe de lá.
«Explicar “porque os brasileiros votam em Bolsonaro” [João Marques de Almeida], como tenho visto por aí insistentemente, é normalizar um candidato que é um evidente candidato a ditador. Dar voz a quem diz que “Bolso não é besta” [Filipe Samuel Nunes], argumentar que o problema está na agonia da esquerda brasileira [José Augusto Filho], atirar que há “ódio a quem os desmascara” [José Mendonça da Cruz], irritarem-se contra o “fascistródomo” [Helena Matos] e gritar “Vocês Também Não!” [Rui Ramos], com hashtag e sem espaços, é dar um empurrão ao que Bolsonaro fez na campanha: espalhar o ódio, fazendo uma apologia constante da violência – como fizeram os maiores ditadores da história do século XX, aqueles que vocês tão bem sempre denunciaram nos livros da história.» [David Dinis]
É enternecedor ver David Dinis explicar a João Marques de Almeida, Filipe Samuel Nunes, José Augusto Filho, José Mendonça da Cruz, Helena Matos e a Rui Ramos coisas simples da democracia. Com um recadinho directo a Assunção Cristas, explicado-lhe coisas ainda mais simples.
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