Cortar nas gorduras

No caso de Miguel Macedo concordo completamente. Sempre poderá vir a ajudar a pagar os processos (imagem: Visão).

Já agora, o título da Visão é um engodo, pois Macedo não está a receber a pensão devido, possivelmente,  a excesso de rendimentos. A pensão está, isso sim, atribuída e será paga se os rendimentos do ex-deputado passarem a ser inferiores a  1 263,96 euros (três vezes o valor do Indexante dos apoios sociais).

Olha o cínico

Este José Cesário que lamenta o fluxo “extremamente elevado” de emigração não é secretário de estado no mesmo governo do primeiro ministro Passos Coelho e do ministro Relvas, os quais repetidamente apelaram à emigração dos portugueses como forma de arranjarem emprego?

Notícia: Público,
31 de Agosto de 2012, edição impressa

 

Banha da Cobra

Recentemente,  à  falta de melhor  assunto,  um jornal português  que se publica  na Bélgica e em França,  deu  à estampa  uma  entrevista do fatal  José  Cesário,  de  novo  Secretário de  Estado  das  Comunidades,  apesar da  sua reconhecida  incompetência

Disse  o  governante  que vão  fechar  vários consulados  e  embaixadas,  e  vai  ser  drasticamente  reduzido  o  número de  professores de  Português  no  estrangeiro.  Choveu  no   molhado,  já  que  os  portugueses expatriados estão   fartos de  saber que o  governo  é  uma  tesoura:  vai tudo a  eito e  quem  vier atrás  que se dane.  É,  à direita,  aquilo  que  o  Partido  Comunista foi  nos idos de 1974/75: bota-abaixo,  não  deixando pedra sobre pedra,  afirmando que  sobre os  escombros iria fazer  um país  novo.  Nessa  altura,  os  patriotas puseram termo  à aventura. [Read more…]

Adoro perífrases, eufemismos e areia nos olhos

Secretário de Estado das Comunidades também abdica do subsídio de alojamento

José Cesário, Secretário de Estado das Comunidades, à semelhança do ministro Miguel Macedo, optou por prescindir do subsídio de alojamento a que tinha direito. Segundo fonte da Secretaria de Estado “decidiu abdicar do subsídio para não introduzir qualquer tipo de ruído na gestão política da secretaria de Estado que tutela.”

É em momentos destes que descubro que, afinal, perífrase é frase mas no mau sentido, tal como eufemismo é uma treta codificada. O que José Cesário poderia ter dito, se estivesse minimamente interessado em parecer uma pessoa séria seria qualquer coisa como: “Um subsídio como este só faria sentido se pudesse ser aplicado a qualquer funcionário público que fosse obrigado a trabalhar longe da sua residência oficial, sendo obrigado a pagar alojamento perto do local de trabalho. Como eu ganho mais do que a maioria dos funcionários públicos e, ainda por cima, possuo uma segunda casa na cidade em que, agora, trabalho, é imoral receber esse subsídio, ainda para mais num país em dificuldades financeiras.”

Não tenho dúvidas nenhumas de que esta notícia será comentada por todo o país de diferentes maneiras. A zona em que vivo é célebre pelo delicioso desbragamento de linguagem com que as pessoas se exprimem diariamente. Antevendo as reacções que esta notícia suscitará pelos cafés e similares aqui à volta, ficam com um provável comentário traduzido para a linguagem que José Cesário utilizaria: “Talvez devessem introduzir qualquer tipo de corpo estranho na gestão de um determinado orifício que Vossa Excelência possui na retaguarda do organismo.”