
Andamos há anos a ouvi-los, aos berros, a anunciar o fim do mundo, porque a maleita do politicamente correcto se abateu sobre nós. Já não se pode gozar com homossexuais, não se pode poluir à vontade, não se pode ser nazi descansado, não se pode ser racista sem aparecer um woke zangado. Uma tragédia de proporções só comparáveis às do Holocausto.
Fora de tangas, é verdade que o policiamento da linguagem, em alguns momentos, tem ido longe de mais. Que a linguagem dita inclusiva, não raras vezes, atropela a integridade da língua portuguesa e a liberdade de expressão, para não falar em episódios absolutamente ridículos como aquele em que os seus proponentes defendem a substituição da palavra “mãe” por pessoa lactante, para não incomodar a ala mais radical da génerosfera.
O politicamente correcto tem sido associado à esquerda, criando, à direita, uma espécie de contra-cultura de inconformados, que não aceitam nenhum dos pressupostos associados ao conceito. No entanto, desde o início desta guerra, emergiu um novo politicamente correcto, com um nível de policiamento da linguagem sem precedentes. Já não se trata de apontar o dedo a quem discrimina ou agride verbalmente. Trata-se de rotular de ditador quem ousa meter o dedo numa ferida, que é real e factual.
[Read more…]
Comentários Recentes