Machete vai hoje a S. Bento.

Melhor seria se fosse às compras.

Governar à esquerda

virar esquerda

Mais preocupante do que a actual “crise política” (eufemismo para desagregação da coligação) é a ausência de uma verdadeira alternativa governativa, com um PS mais interessado em coligar-se com o CDS do que com os partidos doutrinariamente mais próximos – sendo certo que também esses não foram até agora capazes de um diálogo que possa tornar possível uma futura solução governativa à esquerda, necessariamente assente no compromisso.

Quase sempre dispostos a uma radicalização de posições, e por essa razão ditos radicais (para grande perplexidade dos mais libertários), os partidos da esquerda carregam as divergências históricas locais que nenhuma renovação parece ser capaz de sanar. [Read more…]

A morte dos portugueses

«Nunca uma situação se desenhou assim para o povo português: não ter futuro, não ter perspectivas de vida social, cultural, económica, e não ter passado porque nem as competências nem a experiência adquiridas contam já para construir uma vida.(…) O poder destrói o presente individual e colectivo de duas maneiras: sobrecarregando o sujeito de trabalho, de tarefas inadiáveis, preenchendo totalmente o tempo diário com obrigações laborais; ou retirando-lhe todo o trabalho (…) O português foi expulso do seu próprio espaço continuando, paradoxalmente, a ocupá-lo. Como um zombie: deixei de ter substância, vida, estou no limite das minhas forças – em vias de me transformar num ser espectral. Sou dois: o que cumpre as ordens automaticamente e o que busca ainda uma réstia de vida para os seus, para os filhos, para si. (…)

Este Governo transforma-nos em espantalhos, humilha-nos, paralisa-nos, desapropria-nos do nosso poder de acção. É este que devemos, antes de tudo, recuperar, se queremos conquistar a nossa potência própria e o nosso país.» José Gil na revista Visão