A mentira

A nova direita tem na mentira a sua maior arma actual, potenciada por uma imensidão de gente que lê as gordas dos jornais e dos facebooks ou que ouve as intermináveis “reportagens” das cmtvês que por aí abundam, onde se incluem as respeitáveis sics, tvis e rtps, e que se contenta com este info-entretenimento camuflado de informação.

É por isso que sujeitos como o Trump conseguem dizer, até na mesma sessão verborreica, uma coisa e o seu oposto. E também porque um braço armado mediático fermenta a mensagem.

É igualmente por esta razão que o cónego melo fez um chinfrim baseado na mentira de o Rui Tavares ter dado uma suposta aula na nova tele-escola. E que o miúdo que se senta lá à frente do partido que é deste ou daquele grupo, como pensionistas e agricultores, consoante o vento eleitoral, engrossou a voz e cavalgou a mentira em forma de pergunta ao governo.

Entre diversos spins sobre o tema, é inevitavelmente lançada ao ar a ideia de que, se fosse o ventura que é levado ao colo pelas respeitáveis televisões, estaria a esquerda aos gritos. É possível que estivesse, mas não foi isso que aconteceu. Rui Tavares não deu uma aula na tele-escola e incendiar o tema nesses facebooks e twitters do costume não passa do uso da mentira como arma, particularmente eficaz entre quem não quer saber.

Um molho de Nuno Melo, Salazar e Pavlov

O eurodeputado Nuno Melo criticou a presença de Rui Tavares num dos programas da nova tele-escola, como se pode ler no tuíte que encima esta prosa.

Como ainda não tinha assistido a nenhuma aula, resolvi ir ver, não fosse, por uma vez, Nuno Melo ter razão, algo de que ninguém está livre (peço desculpa pelo adjectivo, porque pode ser visto como uma alusão subliminar ao partido fundado por Rui Tavares).

Na realidade, Rui Tavares é um homem de esquerda, com passagens por alguns partidos. Nunca se sabe se poderia ter aproveitado a oportunidade para catequizar as pobres criancinhas de 5.º e 6.º ano. Por outro lado, Rui Tavares é doutorado em História, com obras publicadas na área, o que, por estranho que possa parecer, faz dele alguém especialmente habilitado para ensinar História. Há pessoas assim multifacetadas: tenho um amigo bancário cuja condição profissional não o impede de conceber uma magnífica carne de porco à alentejana. [Read more…]

Críticas leva-as o vento

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[Anabela Laranjeira]

Hoje, por curiosidade, estive a ver as duas “aulas” para o 1ºCiclo na RTP Memória. Fui apanhando também, sem surpresa, a chuva de críticas às professoras que lá apareceram.
Concordo que, para actrizes, são bem canastronas, mas eu não faria melhor figura. Não sei que imagem têm vocês, os das críticas, da figurinha que fazem frente a câmaras.

O Matias viu comigo a professora Isa e gostou muito da história da Mosca Fosca; até já conhecia a história, e respondeu com ânimo às perguntas que ela ia fazendo. As crianças, em geral, identificam-se com a figura dos professores. Têm-lhes respeito e manifestam empatia, a empatia que vocês, os das críticas gratuitas a quem trabalha, não têm.

Li muitos comentários parvos por aqui, tenham juízo! A professora Isa não é contadora de histórias, também não é animadora de festas de anos, não critiquem a forma autêntica como se vestiu e como leu a história. Ela é isso mesmo, uma professora, não é a Xana Tok Tok! Mudem para o Canal Panda se querem mais ânimo amigos.
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