“Crematório“, de Vasco Gargalo

Cartoon de Vasco Gargalo

Quando em 2020 Vasco Gargalo desenhou este cartoon, alertando para a limpeza étnica e para o apartheid que Israel impõe nas prisões a céu aberto que se chamam Territórios Palestinianos Ocupados (TPO), logo foi colocado no sítio por quem de direito.

Recebeu ameaças de morte, perdeu o emprego na revista Courrier International, uma das publicações com as quais trabalhava e foi-lhe retirado o ‘Prémio Plumes Libres’ que a publicação lhe atribuiu. Na altura, afirmou à revista Sábado: “É mais um sinal de que a comunidade judaica não pode ser criticada. Cada vez que isso acontece [é-se] logo acusado de antissemita. É uma perseguição para aniquilar o meu trabalho”.

Mas não foi o único a ver os seus trabalhos anti-apartheid serem censurados. Também Onofre Varela, cartunista, viu um seu trabalho ser retirado da Bienal Internacional de Arte, depois de pressões da Comunidade Israelita de Lisboa, assunto que foi aventado.  [Read more…]

O interesse dos referendos regionais para Putin

Entre outros anúncios, Putin mostrou hoje pressa na realização de referendos nas regiões ocupadas, sabendo-se, de antemão, que a chamada comunidade internacional, seja qual for o desenlace dos mesmos, nunca os validará nem atenderá aos seus resultados.
Qual, então, o interesse de Putin na sua realização?
Quatro vejo muito claramente sem complexas ilações:
1 – Para consumo interno dos seus cidadãos, poderá anunciar que a “operação especial” está concluída, entrando na fase de defesa do território da própria Federação Russa a partir do momento em que integre essas regiões;

2 – Qualquer contra-ofensiva da Ucrânia, no futuro, a esses territórios na tentativa de os reaver, será encarada pela Rússia como um ataque ao seu país;
3 – Todo e qualquer equipamento militar usado oriundo dos países da OTAN será entendido como uma declaração de guerra da OTAN à Federação [Read more…]

Israel e o tiro ao alvo*

Nuno Roby Amorim

Existe uma posição muito irritante, da intelligentsia conservadora europeia e portuguesa em particular, de apoio incondicional a Israel aconteça o que acontecer e ultimamente tem acontecido muito. Este apoio baseia-se no princípio de que o estado hebraico é uma verdadeira democracia, o que é verdade, uma ilha rodeada por fanáticos extremistas e radicais árabes, prontos a violarem os princípios mais básicos da dignidade humana, o que também é parcialmente verdade. Ora bem, só que a democracia é Universal e nada vale se a utilizarmos em casa e na rua andarmos a correr tudo ao estalo, o que é um pouco o que se passa no terreno. [Read more…]