António José Seguro até pode ser um bom pai de família, um tipo devotado que se dedicou à política em prol do que entende ser o bem de todos (tenho amigos comuns que mo atestam). Politicamente, a partir do minuto 14 desta intervenção (cliquem no play sff) não passa de um reles canalha.
Vejam esta lógica: perdemos votos para pequenos partidos? gente que vota em branco ou no Marinho Pinto, ai foi? reduzam-se os deputados para 180, e os que não votam em nós vão logo ver como elas mordem.
Quando, pela primeira vez, os partidos ditos do arco do poder têm uma votação abaixo dos 2/3 constitucionais, e num cenário em que parece cada vez mais natural um governo desses mesmos três partidos que arrasando a Constituição na prática mude o regime, chega-nos o engenheiro eleitoral. Cedendo a um velho desejo do PSD, limpem-se as pontas, fiquem apenas dois partidos e uma meia-dúzia de representantes do resto, para decorar a sala.
No momento em que lhe ameaçam tirar o brinquedo (e toda esta intervenção é um espanto para quem tem dele uma imagem de pessoa serena e ponderada), emerge o verdadeiro António José Seguro: capaz do que for preciso para atingir um objectivo, governar. E de certeza absoluta que quem quer mudar as regras no momento em que lhe corre mal o jogo não procura o bem de todos, mas apenas a vã e triste glória de mal mandar.
E os aplausosinhos de 10 em 10 segundos… maravilhoso!
O quer que o gajo diga merece aplauso, mesmo que seja a meio da frase.
Estava ali tudo a querer mostrar serviço ao chefe…
… é um Coelho prima donna, em formato mais burro…
o gajo terminou ontem uma entrevista recordando a audiência que António Costa era o nº 2 do Sócrates o que, não sendo uma total mentira, é ilustrativo daquilo que poderá ser capaz pelo poder.