Eis quando as cookies do browser se cruzam com as cookies do supermercado. Em múltiplos sentidos.
A Amazon estreou um conceito de supermercado sem caixas registadoras. É o sonho húmido dos grandes grossistas: aumentar a margem de lucro graças a menos despesas com pessoal.
Entretanto, a coisa ainda tem um longo caminho a percorrer, como se constata pelos diversos relatos por aí fora. Por exemplo, o sujeito da imagem seguinte conseguiu roubar pensos higiénicos. Parece que muitos se indignaram devido a esta atitude, sem que, no entanto, alguém reparasse na particularidade destes produtos estarem ao lado das especiarias.
Para os grossistas, há mais do que poupar em salários dos caixas. É a possibilidade de registar todo o movimento do cliente na loja, tal e qual como acontece hoje em dia nas compra online. É aqui que entram as cookies dos browsers, pedacinhos de informação guardados no computador de cada um e que permitem, entre outras coisas, identificar-nos quando voltamos a uma loja electrónica.
A tecnologia usada presentemente nos sites de grande escala (Facebook, Amazon, etc.) monitoriza toda a actividade do utilizador enquanto este se encontra no site. Permite-lhes saber quanto tempo esteve visível determinada parte do site, onde clicámos, onde passámos com o rato, etc., tudo para inferir quais são os conteúdos que captaram a atenção do visitante e, consequentemente, entregar-lhe conteúdos e produtos que tenham mais probabilidade de gerar uma compra.
O sistema do Amazon Go, com a vigilância electrónica associada à compra sem caixa registadora, permite por fim trazer para as lojas físicas o cenário do que já se passava no virtual. Não é a primeira tentativa, pois já há actualmente sistemas de vigilância dos consumidores graças ao seu telefone móvel (via redes Wi-Fi gratuitas e outras técnicas mais sofisticadas baseadas nas características das redes móveis). Estes sistemas permitem conhecer o percurso físico e temporal do utilizador na loja, mas ainda faltava o passo final, que é o de relacionar estes movimentos com os produtos comprados e visionados. Com o Amazon Go está dado esse salto e a tendência é de vir a ser um sistema com boa aceitação, tal como se verifica pelas tendências actuais em áreas paralelas.
Um dia destes as pessoas ainda passarão fome porque o seu telemóvel ficou sem bateria e não podem fazer as suas compras na mercearia do bairro. Talvez, então, alguém se lembre que sair de fininho é sempre uma possibilidade. Esta será, porventura, a maior barreira à eliminação destes postos de trabalho.
Portugal com a sua elevada adaptação a novas tecnologias já está a antecipar tudo isto baixando consistentemente a natalidade.
A reacção aposta na imigração…
Ainda bem que existem cidadãos preocupados com a natalidade, como V. Exa., para chamar a atenção da população para tão grande flagelo. Se cada português (menos os esquerdalhos, é claro, já que a ideologia também se reproduz) tivesse o número de filhos de V. Exa. a imigração nunca seria necessária.
Infelizmente nem todos lhe seguem o exemplo. Convenhamos que nem todos têm possiblidade, nem tempo, de ter 117 filhos como consta que é a prole de V. Exa, número que só é batido por um príncipe saudita já reformado como procriador. A propósito, um seu vizinho disse-me que o pequenito está a fazer fitas e não quer ir á creche! Será que já se apercebeu que vai ter mais um irmãozinho?
Guiness, o Menos está a caminho!
A Amazon e outras empresas que quisessem ser Progressistas deviam era de montar 3 caixas registadoras, em que o cliente para pagar um artigo teria de efectuar o pagamento de uma terça parte em cada uma delas.
Isto sim seria um avanço civilizacional de esquerda.
Rui Silva
Um dia destes as pessoas ainda passarão fome porque o seu telemóvel ficou sem bateria
É um facto. E, em alguns sistemas de fintech, o telemóvel contem o nosso dinheiro (serve para fazer e receber pagamentos), pelo que, sem telemóvel ficamos sem dinheiro.
O dinheiro já tinha essa característica antes das fintech. Veja-se os governos que monetizaram as promessas politicas de igualdade, tipo Venezuela. O efeito que aumento da massa monetária sem respaldo económico real produz é exactamente as pessoas passarem fome, que o digam mais ultimamente os Venezuelanos, com a desvantagem que se a bateria dos telemóveis for carregada a falta de alimentos continua.
Rui Silva
A ironia do que se diz se aplicar muito mais aos índices bolsistas, fundos de acções, HFT e demais instrumentos que não acrescentam nada mas rendem muito passa-lhe completamente ao lado.
Nada de espectacular…Quando vou ao Continente ou ao Jumbo vejo aqueles carrinhos com o leitor de barras, isso nem precisa de pessoas. Com RFIDs é fácil implementar um sistema destes, o que limitava eram os custos dos RFIDs. Nem é preciso telemóvel.
O aumentos dos salários/impostos encarrega-se de tornar as soluções tecnológicas viáveis.
Rui SIlva
Realmente a escravatura e o enriquecimento javardo são um bocado inimigos das tecnologias…Se o Bezos (e os Zuckerbergs, Brins, Cooks, etc.) pudesse ter escravos lá na mercearia e pagasse ainda menos impostos em breve estaríamos todos a ser alumiados a candeeiros a petróleo e os padeiros passavam outra vez a vender à porta.
…e se a burrice pagasse imposto eras capaz de te dar ao trabalho de usar um dos dois neurónios que que o partido te deixa usar…
as tuas adoradas empresas ,adoram não pagar a empregados,ou destruir o Rio Tejo,por exemplo.
…nem que a burrice pagasse imposto eras capaz de te dar ao trabalho de usar os neurónios que que o partido te deixa usar. Não tens!
Ou seja: se o comentário de V. Exa. é produto dos seus neurónios, é preferível não usar!
“O aumentos dos salários/impostos encarrega-se de tornar as soluções tecnológicas viáveis.”
A típica afirmação dogmática. Às vezes há quem tenha pachorra para as desmontar: http://ladroesdebicicletas.blogspot.pt/2018/01/falhas-de-mercado.html
Só estou à espera de saber a quem pretendem vender com a constante perda de poder de compra e o regresso de uma enorme bolha de endividamento privado para manter o nível de vida.