And I don’t dig what you gotta say
So come on and say it
Come on and tell me twice
— Happy MondaysThe story I heard was: that tune, the lyric was ‘it’s there‘. “And when you were in the studio, you were like ‘it’s dare.” And they’re like: ‘it’s… it’s /ðɛː/‘. And you go ‘it’s /dɛː/’. And so they went: ‘and you know what? – just call it dare‘.
— Chris Moyles
***

Dana Frame Plant #1 Thorold, Ontario, Canada, 2010 © Edward Burtynsky, All Rights Reserved (http://bit.ly/2EjM1RW)
***
Esta história contada por Moyles – mas desmentida, sem grande convicção, por Shaun Ryder –, sobre uma canção (de 2005) dos Gorillaz, é uma exemplar ironia, tendo em conta que a canção (de 1990) dos Happy Mondays citada na epígrafe começa justamente com o jogo /ˈθəːti/ (30 )-/ˈdəːti/ (dirty) . Enfim, com 24 Hour Party People, tudo é possível.
Adiante.
Pelos vistos, Luís Fazenda disse recentemente que o Bloco de Esquerda «está a reflectir sobre lei que impeça candidatura de condenados por determinados crimes». Curiosamente, há cinco anos, Fazenda também disse que «ficarmos com três grafias (…) é absolutamente insustentável, não faz sentido nenhum, é de uma ilogicidade total». Reflictamos.
De facto, como diz Fazenda, a propósito do Acordo Ortográfico de 1990, aliás, peço desculpa, não é sobre o AO90… Retomando… Portanto, como diz Fazenda, acerca da candidatura de condenados, «não podemos é fechar os olhos e fazer de conta que isto não existe».
Aliás, tusaanngitsuusaartuaannarsiinnaanngivipputit, acrescentaria eu
A propósito de ‘isto’, convém que se perceba o seguinte: isto está a acontecer, porque há quem continue a fechar os olhos, a fingir que não está a ouvir e a fazer de conta que isto não existe.
Isto? Efectivamente, isto:
Boa semana.
***
Não tem que se admirar.
Fazer de conta que se não passa nada, é a especialidade dos governos e dos povos que os elegem.
Uns e outros, analfabrutos.
Excepto para a bola. Aí todos são catedráticos.
Armando Vara, condenado a 4 anos de cadeia, ainda em liberdade, não se passa nada …
Oliveira e Costa, condenado a 14 anos de cadeia, ainda em liberdade, não se passa nada …
Sócrates, o entra e sai do estabelecimento prisional, com definição processual prometido pelo MP desde Julho do ano passado, não se passa nada…
Tecnoforma e os “mistérios” das portas abertas que só podem provocar constipações, não se passa nada …
Ricardo Salgado e a sua indiciação por crimes da mais variada espécie, mantém-se um “senhor”, não se passa nada…
Então porque “fato” o AO90 constituiria um facto onde algo se passaria?
Caro Francisco Miguel Valada: Estes parasitas que nos governam e os que têm pretensões para algo do mesmo estilo, nem sabem o que é o AO90 (excepto o Santana Lopes, provavelmente o mais letrado dos iletrados).
Isto é um fato … ou um facto … ou lá como se diz …
Nem sabem nem se preocupam em saber. Vivem simplesmente à volta dos interesses pessoais. Mas onde reside então a autoridade para estudar, influenciar e definir sobre a nossa Língua escrita? Porque é efectivamente da lingua, na sua vertente formal, que se trata. Não da língua falada, i.e. da pronúncia, que até a nível do território nacional tem muitos cambiantes.
Já agora: Fazenda, é mais um fato salpicado de molho de caviar …
Rymas Elegyacas em Omenagem ao Achordo Ortographico (mais uma!):
Um atencto esquimó
Ao ver a família em deficit,
Gritou ao ouvido da avó:
tusaanngitsuusaartuaannarsiinnaanngivipputit!