Armada ao pingarelho com superioridade moral, luta por direitos, farol de liberdades, casa de tolerância, anda boa parte da esquerda por estes dias, incomodada porque um destacado político da oposição, por muitos apontado como futuro líder, assumiu publicamente uma orientação sexual.
Muitos já esqueceram, outros, hipocritamente preferem não lembrar, eventualmente os mais jovens desconhecem que o cabeça de lista do PS pelo círculo de Aveiro às eleições legislativas em 1995, escreveu um texto, que intitulou, “breve manifesto anti-Portas em portugês suave”.
Dirão alguns que se lembram do episódio que o então líder do partido, António Guterres lhe retirou confiança política. Mas como sabemos, o PS nunca deixa cair os seus e exilou o seu cabo eleitoral no Parlamento Europeu…
Ao (re)ler o “Breve manifesto anti-Portas em português suave” percebemos que a política portuguesa pouco mudou: o mesmo esgoto de pulhas e trafulhas, muitos dos quais ainda lá mamam após 25 anos. Apenas se tornou mais chata.
A Dona Portas lá continua, sem se assumir, mas já não há quem lhe malhe como Candal. Seria politicamente incorrecto. Se bem que o manifesto não é tão homofóbico como o Almeida pinta; era mais sobre o oportunismo dos pulhíticos de Lisboa.
(O Candal também mamou à grande, e não só no Paralamento da Euromama: passou a vida encostado à máfia xuxa.)
Resta saber que tem o PS a ver com a esquerda, seja esta tolerante ou não. O Almeida persiste nessa fantasia? Acha que ilude alguém ou é genuinamente incapaz de ver a diferença?
A única intolerância foi a de não aceitar que ache que a coisa está bem de qualquer maneira, porque está bem na vida.
Tem todo o direito. Nem percebo a indignação de descobrir que alguém que nunca mostrou espinha continue a não a ter. Fait divers das redes sociais.
Quanto ao energumeno, tem que rever a memória da credibilidade do mesmo, e ver se quem fala sequer podia votar. E o que, de qualquer forma, evoluiu no considerado aceitável.
Pois é!
Mas estas coisas, por vezes, não se ficam pelos manifestos!
Invocando, como sempre, a sua superioridade moral, a esquerdaria reinante acabou por conseguir decretar mais uma greve selvagem de na Autoeuropa.
E foram logo 7 dias, para dar á malta tempo para acabarem as férias de luxo no “resort” da CGTP na Comporta. Dali arrancaram para a “Festa do Avante” onde se enfiaram nos copos todo o fim de semana.
O pior foi o que descobriram no regresso, no dia de ontem: o que ainda restava das linhas de montagem já estava encaixotado e pronto a ser enviado para as Filipinas, para reforço da fábrica onde se produz o novo modelo: o Duterteos.2.
A malta já só teve tempo de ver arrancar as carrinhas da FedEx carregadas até ao teto.
É certo que ontem voltaram ao trabalho, mas apenas para a única linha que resta e que produz apenas bicicletas e skates para exportar para o Burkina Faso. Resta saber até quando.