The Loures-Amadora connection

Há quem ainda não tenha percebido isto, em particular a direcção nacional de Rui Rio, mas Suzana Garcia corre em pista própria e o PSD não passa de mero hospedeiro temporário. Garcia é candidata à CM da Amadora, mas tem concentrado parte da sua campanha no concelho de Lisboa, investindo tempo, energia e recursos no ataque aos vários partidos políticos, ao invés de se focar na autarquia que se propõe dirigir, com a qual, de resto, não aparenta ter grande ligação. O objectivo é a notoriedade, é afirmar-se a nível nacional, com outros voos em mente, porque na Amadora, como ela e o PSD bem sabem, não tem a mínima hipótese.

Em campanha, financiada por um dos dois grandes partidos que formam o so called sistema, Suzana Garcia afirma-se anti-sistema, enquanto adjudica mais um outdoor pago com as subvenções que o sistema atribui ao PSD. Rui Rio sorri e garante que Garcia é a pessoa certa para o lugar. E ao invés de se concentrar nesse lugar, opta por fazer marcação cerrada aos diferentes partidos, com cartazes populistas e insultuosos instalados à porta das suas sedes nacionais, como se fossem eles os seus adversários na corrida à CM da Amadora. Todos vão tremer, seja a “direita fofinha” da IL, a “esquerda caviar” do BE, os “eco-fascistas-animalistas” do PAN e nem os “populistas” do Chega, seu principal adversário pós-autárquicas, escapam. A ironia.

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O *censo, o senso e o sentido: matéria para reflexão (reflictamos)

I asked one of these girls once what she found so attractive about J.D., and she told me it was his terrific sense of humor: something he’d lost track of this particular night.
Sam Shepard, Cruising Paradise

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A minha resposta imediata e sem filtros a esta pergunta

é muito simples: nem uma coisa (senso), nem outra (*censo).

Repito: nem uma coisa (senso), nem outra (*censo).

Procuremos sentido.

Ei-lo: em alemão, em inglês, em espanhol, em italiano, em francês e em grego (ainda) não há dados nem em neerlandês, nem em tétum, nem em chinês.

Houve senso? Há senso? Claro que não houve senso, claro que não há senso.

O multilinguismo (há vida além do inglês, fyi) é maravilhoso, sim, mas também extremamente útil para pôr determinados pontos nos ii.

Desejo-vos um óptimo fim-de-semana.

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Se alguém diz “pára”, é mesmo para parar, percebem?

Quando rebentam casos como o que envolve Rúben Semedo, logo surgem dois grupos, proeminentes, que impõem ferozmente a sua narrativa e assumem o controlo do espaço mediático. Um destes grupos, sobejamente conhecido, advoga a total galderice da alegada vítima, que estava mesmo a pedi-las com aquela foto na praia que publicou no Instagram, motivo pelo qual a culpa da violação é dela. O outro, igualmente influente, advoga a total e inquestionável inocência da vítima, e recusa terminantemente a mais remota possibilidade de gold diggin’, o que é particularmente favorável à prática, uma vez que, aconteça o que acontecer, o risco do plano rebentar nas mãos de uma qualquer gold digger é zero. Outras pessoas advogam coisas mais moderadas, ou in between, mas dificilmente fazem manchete ou chegam às trends do Twitter.

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Falta de noção

“A minha análise é que ele [António Costa] não se recandidata [em 2023]”. Foi com estas palavras que Marcelo demonstrou novamente que o papel de rei sol lhe subiu à cabeça.

 

À minha maneira