
Ontem vimos partir um dos nossos melhores. Um combatente destemido, um espírito culto e pleno de substância, um político excepcional, um exemplo para muitos, onde orgulhosamente me incluo, e, sobretudo, um homem bom. Uma das poucas reservas morais que nos restavam de uma classe política em decadência. Sempre do lado certo da luta.
Jorge Sampaio enfrentou o Estado Novo pela primeira vez no início dos anos 60, enquanto líder estudantil, durante a sua passagem pela Faculdade de Direito de Lisboa, numa década marcada pelo Maio de 68. Já advogado, defendeu presos políticos em julgamentos viciados pelo regime fascista, sem nunca tremer ou hesitar. Corajoso, voltaria a desafiar o regime ditatorial ao concorrer à Assembleia Nacional pela CDE em 1969. Correu sérios riscos, apesar da vida confortável onde se poderia ter refugiado, mas que nunca o demoveu.
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