Que descanse em paz

Enquanto autarca, Jorge Sampaio bateu-se pelo fim das barracas na sua cidade. Teve quase sempre uma postura discreta mas concreta em acções de solidariedade. Timor deve-lhe também muito. Soube várias vezes mobilizar pessoas de diversas áreas e perfis e foi um dos poucos (se calhar dos últimos) capaz de buscar o consenso, fazendo-o de forma sensata e sem espalhafato. Mais haveria a realçar, mas fico-me por aqui.

Sobre a “bomba atómica” de 2004, eu não consigo reduzi-lo a esse episódio, apesar de marcante. E acho triste que persista uma cultura de se analisar a espuma e sem foco nos responsáveis. Nem vou mencionar o facto inegável de que o governo de Santana estava podre na governação e frágil na opnião pública.
Sampaio merece algumas críticas sobre esse período, mas não a fatia de leão da responsabilidade.
Porque Sampaio não tem culpa de que o aparelho do PS não quisesse Ferro Rodrigues para PM.
Mas o pior e acima de tudo: não foi Sampaio que fugiu (fugir o verbo) para Bruxelas!
É o que é. E 2004 não é só o que Sampaio foi. Paz a sua alma.

R.I.P.

Nunca votei em Jorge Sampaio. Mas sempre o respeitei, mais até do que muitos políticos em que votei. Portugal perdeu um Estadista, figura maior da nossa Democracia.

R.I.P. Presidente.