Pode acompanhar os resultados aqui:
Autárquicas 2021: resultados
Imbecilidade eleitoral
Em eleições que são locais, não apresentar resultados em Portugal continental com o argumento que os Açores ainda estão a votar, é estúpido. Uma imbecilidade enorme, quase tão grande, como reservar em 2021 um dia para reflexão. Mas estamos na tugolândia…
Seis reflexões sobre o presente e o futuro das eleições autárquicas
Em dia de eleições autárquicas, a pouco mais de uma hora do fecho das urnas e da redefinição do xadrez autárquico nos 308 municípios portugueses, partilho convosco algumas daquelas que são as minhas preocupações e ideias para um futuro autárquico que se exige mais próximo dos cidadãos, mais transparente e mais democrático:
- É urgente legislar no sentido de travar as colonizações das autarquias. Não é aceitável que os partidos que controlam as autarquias e freguesias portuguesas continuem a enchê-las de boys e que usem o seu poder e os recursos das autarquias para pagar favores de campanha e favorecer familiares, amigos e financiadores. É legítimo que quem governe queira escolher o seu assessor ou chefe de gabinete, que devem necessariamente ser pessoas de confiança do eleito, mas é um abuso transformar uma autarquia numa repartição do partido no poder.
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É igualmente urgente apertar a malha da monitorização da despesa pública. Não é aceitável que tantos servidores públicos usem recursos em benefício próprio e dos seus. O Parlamento deve olhar para isto com seriedade e criar mecanismos que permitam auditar, permanentemente, aquilo que se passa nas autarquias.
Truques eleitorais
O calendário do Concurso Nacional de Acesso e Ingresso no Ensino Superior Público foi definido em Diário da República.
A divulgação dos resultados da 1.ª fase do concurso nacional foi definida para amanhã, segunda-feira. Porém, ontem, a um sábado, começaram a ser enviados emails aos candidatos com os resultados das suas colocações. Tive a oportunidade de ver alguns a meio da tarde de ontem. Depois, às 00:01 de hoje, os resultados foram publicados no respectivo portal. Hoje de manhã já havia estatísticas sobre as colocações.
Porquê a antecipação de 2 dias, fazendo os resultados aparecerem no dia anterior às eleições? Só pode ser coincidência. A mesma que levou António Costa a falar da basuca em todas as terrinhas onde foi fazer campanha, com os candidatos socialistas logo a declararem, por outras palavras, que estão melhor colocados para acederem à basuca graças ao cartão do partido.
Campanha eleitoral no sábado, não, que os pobres eleitores são influenciáveis. Eventos culturais e desportivos no dia da eleição também não, para evitar que o dever cívico seja beliscado por distracções. Já quanto a truques destes, tudo bem.
Alemanha, primeiras projecções
Primeiras projecções dos resultados eleitorais na Alemanha (ARD e ZDF) revelam um empate técnico entre CDU/CSU e SPD. Verdes, em terceiro lugar, poderão vencer em Berlim, actualmente governado pelo SPD. Coligação que governará o motor da Alemanha é ainda uma incógnita e poderá assumir vários formatos, com Verdes, FDP e Die Linke na calha para ser junior partners dos dois grandes partidos, que poderão governar sozinhos. A melhor notícia, no meio da indefinição e incerteza reinantes, é que o crescimento da extrema-direita estagnou. Depois de em 2017 ter entrado em força no Bundestag, com 94 assentos conquistados, ambas as projecções apontam para a perda de 7 a 10 deputados. Haja cordão sanitário!
Obrigado Merkel
Konrad Adenauer, chanceler no pós-guerra, inicou a “desnazificação” e guiou o país para ocidente.
Willy Brandt apaziguou a relação com as ditaduras do leste. Helmut Schmidt combateu o terrorismo interno, deu passos para a formação da UE e lançou novas estratégias de defesa do continente. Helmut Kohl viu cair o muro, liderou a reunificação da Alemanha e o lançamento da União Europeia.
E Angela Merkel?
Para mim, a chanceler alemã é a maior política que tive oportunidade de acompanhar em vida. Mesmo no meio de péssimos líderes europeus, Merkel manteve o seu país unido, próspero e liderou a União Europeia em várias crises. [Read more…]
Hoje é dia de votar! E ainda faltam umas horas para fechar as urnas…
Hoje é dia de votar. De exercer um dos direitos que Abril nos deu. De contribuir activamente para o funcionamento da democracia. De participar na definição do futuro da coisa pública. Não custa nada, demora cinco minutos e sim, todos os votos contam, especialmente neste tempo estranho em que alguns querem que deixem de contar e suspiram por soluções autoritárias sem votos. Votar é mandá-los à merda com uma cesta.
A abstenção é um dos grandes problemas da democracia. Combatê-la é um desígnio nacional e civilizacional. Não votar não vale rigorosamente nada, na medida em que entrega nos outros a decisão que é de todos. Na medida em que reforça o poder de quem o exerce e reduz o daqueles que optam por não o fazer, como de resto é seu direito. Votemos, pois, e façamos ouvir a nossa voz. Sigamos o exemplo destes bravos democratas na foto, que em 76 responderam em massa ao chamamento da democracia, depois de quase 50 anos censurados e cancelados pelo fascismo. Votemos, carago!
E, gente boa, se pensarem bem, desta vez nem temos a desculpa de estar bom tempo e um óptimo dia de praia. O tempo está uma merda, perfeito para ir votar. Siga!
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