Jorge Sampaio pulveriza Cavaco Silva em 56 segundos

A tareia que Sampaio aplica em Cavaco, em apenas 56 segundos, só peca porque Sampaio era um cavalheiro. Se fosse eu, que sou um brutamontes, atirava-lhe logo à cara as pensões vitalícias atribuídas à escumalha pidesca. A mesma pensão que se recusou a atribuir ao último grande herói da nação, o capitão Salgueiro Maia.

Jorge Sampaio, sempre!

Ontem vimos partir um dos nossos melhores. Um combatente destemido, um espírito culto e pleno de substância, um político excepcional, um exemplo para muitos, onde orgulhosamente me incluo, e, sobretudo, um homem bom. Uma das poucas reservas morais que nos restavam de uma classe política em decadência. Sempre do lado certo da luta.

Jorge Sampaio enfrentou o Estado Novo pela primeira vez no início dos anos 60, enquanto líder estudantil, durante a sua passagem pela Faculdade de Direito de Lisboa, numa década marcada pelo Maio de 68. Já advogado, defendeu presos políticos em julgamentos viciados pelo regime fascista, sem nunca tremer ou hesitar. Corajoso, voltaria a desafiar o regime ditatorial ao concorrer à Assembleia Nacional pela CDE em 1969. Correu sérios riscos, apesar da vida confortável onde se poderia ter refugiado, mas que nunca o demoveu.

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R.I.P.

Nunca votei em Jorge Sampaio. Mas sempre o respeitei, mais até do que muitos políticos em que votei. Portugal perdeu um Estadista, figura maior da nossa Democracia.

R.I.P. Presidente.

​Sampaio esteve mal!

[Rui Naldinho]

Este início de 2017 tem sido fértil na publicação de “obras literárias” escritas por ex-Presidentes da República. E digo escritas, porque no caso do segundo volume da biografia de Jorge Sampaio, sendo a obra assinada pelo jornalista José Pedro Castanheira, o que lá está escrito, é aquilo que o ex-Presidente Socialista pretende dar a conhecer, e não o que o autor entende colocar. Esta obra parece ser mais uma tentativa de expiação de alguns pecados, em especial algumas decisões desastradas de Jorge Sampaio. Enganam-se, Cavaco e Sampaio, se pensam que nós mudamos a nossa opinião sobre aquilo que foi o seu legado na História de Portugal. O que está feito, feito está. Bem ou mal!

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Compreendo que Santana Lopes tenha peso na consciência

Isto sempre se passou.
— Rodolfo Reis, 13/3/2017

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Li por aí que Santana Lopes teria sido elegante, ao dizer que é

normal que Sampaio sinta algum peso na consciência.

De facto, Santana Lopes, como Voltaire, não disse tal coisa (publicamente, acrescento eu, obviamente).

Eis aquilo que Santana Lopes efectivamente disse:

Compreendo que Jorge Sampaio tenha peso na consciência porque a decisão dele é que pôs o país à deriva.

Eis outra coisa escrita por Santana Lopes:

Agora facto é igual a fato (de roupa).

Será que Santana Lopes tem “peso na consciência”?

Sim, porque isto

aconteceu.

Quando? Hoje. Onde? No sítio do costume.

Efectivamente, se Santana Lopes tiver “peso na consciência”, compreendo.

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Aventar Podcast
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Compreendo que Santana Lopes tenha peso na consciência







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Santana Lopes e a ortografia à deriva

Jorge Sampaio escreveu o seguinte:

Fartei-me do Santana como primeiro-ministro, estava a deixar o país à deriva — mas não foi uma decisão ad hominem.

De facto, este anúncio de Santana Lopes foi muito mau :

em relação ao acordo ortográfico […], o empenho do Presidente [do Brasil] Lula da Silva é o de que se dinamizem todos os instrumentos nesse domínio.

Contudo, isto é bem pior:

Agora facto é igual a fato (de roupa).

Efectivamente. Hoje, no sítio do costume.

Sampaio acrescenta:

De vez em quando é preciso dar voz ao povo – e percebi qual era o sentimento do povo.

Então, vamos por partes:

Já assinou a petição? Sim, esta. Óptimo.

Já assinou a Iniciativa Legislativa de Cidadãos pela revogação do AO90? Muito bem.

E a Iniciativa de Referendo? Sim? Excelente!

Fórum Lisboa 2015 | Como combater a radicalização e o Terrorismo

Teresa Oliveira

Fórum Lisboa 2015 | Como combater a radicalização e o Terrorismo | dias 3 e 4 de Dezembro | Centro Ismaili, Lisboa

Nos dias 3 e 4 de Dezembro, o Centro Norte-Sul do Conselho da Europa, realiza a XXI edição do Fórum Lisboa, que reúne personalidades de reconhecida relevância no panorama internacional à volta do tema “Como combater a radicalização e o terrorismo: mecanismos de prevenção e conhecimento partilhado no espaço mediterrâneo e europeu”.

O Fórum Lisboa é uma plataforma de diálogo e partilha de experiências que abrirá as suas portas no Centro Ismaili, em Lisboa, sob forma de conferências com abertura oficial de Jorge Sampaio, Nazim Ahmad e H.E. André Azoulay, entre outros.

Aproveitar melhor o fato

sampaio

© NUNO FERREIRA SANTOS (http://bit.ly/1rYfBMa)

Segundo a Lusa (os meus agradecimentos aos Tradutores Contra o Acordo Ortográfico):

O antigo Presidente da República Jorge Sampaio considerou hoje que a Comunidade de Países de Língua Portuguesa “podia aproveitar melhor” o fato de ter uma língua comum, defendendo mais políticas concertadas de cooperação para o desenvolvimento.

Efectivamente, está tudo dito.

Cavaco Silva não adopta o Acordo Ortográfico de 1990

sampaio guterres durao cavaco

© ACNUR/ S.Hopper (http://bit.ly/1na93XN)
© ENRIC VIVE-RUBIO (http://bit.ly/1na9cdV)

É verdade, já sabíamos. Contudo, no prefácio deste livro de Xanana Gusmão, ficam dissipadas aquelas dúvidas que pudessem ainda subsistir: tudo continua como dantes.

Aliás, através de uma leitura atenta dos quatro prefácios, não se detecta qualquer vestígio de adopção do AO90.

Sampaio, Guterres, Cavaco Silva e Durão Barroso não vêem qualquer necessidade de adoptar o AO90, num livro promovido pela CPLP (sim, pela CPLP) — permitam-me que volte a perguntar: para quê?

Foi ainda durante o mandato de Xanana Gusmão como Primeiro-Ministro que a economia timorense registou quatro anos sucessivos de forte crescimento, que o país foi objecto, pela primeira vez na sua História, de um plano sistemático de electrificação e se procedeu ao lançamento dos alicerces de uma rede de protecção  social em larga escala.

Aníbal Cavaco Silva

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A mesma visão e a mesma liderança são expressas nos discursos compilados neste livro, documentando um projecto que em vários aspectos foi tão difícil como a conquista da independência: a construção de um novo país democrático e com unidade nacional, por via da reconciliação e do desenvolvimento.

António Guterres

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20 de Maio de 2002 ficará para sempre gravado na minha memória.

José Manuel Durão Barroso

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No dia seguinte, em mais um acto excepcional, apresentei, pessoalmente, ao Presidente Xanana Gusmão o primeiro Embaixador de Portugal em Timor-Leste.

Jorge Sampaio

Deputados e ex-presidentes com dignidade, tenham-na

Aos anos que ouvimos a direita na mesma choraminguice, que as comemorações oficiais do 25 de Abril não fazem sentido, que ninguém liga nenhuma aquilo, que não é pedagógico, que é como as velhas comemorações do 5 de Outubro uma mera romagem de saudade, carpindo-se com a periodicidade anual dos pólens nesta altura abundantes e difusores de alergias.

Subitamente tudo mudou, apenas porque quem fez o golpe militar afirma que apenas na rua onde se fez a Revolução (que quiseram “evolução“, lembram-se?) o vai comemorar este ano. Aflição geral na direita, que a democracia são eles, os que foram eleitos (o facto de o terem sido prometendo não fazer tudo o que têm feito não interessa nada, é a democracia-voto-cheque-em-branco onde escrevem as mentiras que ainda hão-de vir), que é um despautério, afrontamentos da terceira idade, balha-me-deus. [Read more…]

Cavaco vaiado em Guimarães, não viu este vídeo nas TV’s, pois não?

Deixo o texto de quem filmou e cada um que faça a sua leitura.

Jantar na inauguração da Capital Europeia da Cultura 2012: Cavaco Silva é vaiado pelo Povo (mesmo Povo e não os folk do costume) à entrada e à saída do restaurante; Durão Barroso é aplaudido (quando veio à janela e na saída ); Álvaro Pereira – Ministro da Economia – é aplaudido e cumprimentado.   [Read more…]

O meu presidente favorito – uma questão de copos

Uma vez que já sei em quem não vou votar, não preciso de andar a reflectir muito antes que chegue o momento de carregar a cruz até ao boletim de voto, novo Gólgota. De qualquer modo, só me interessa o aparentemente improvável: haver uma segunda volta.

Livre que estou de dúvidas, quedei-me ocioso e deu-me para pensar: qual terá sido o meu presidente favorito?

Não seria lícito exigir a outros a perfeição de que a Natureza não nos dotou e acabei por ficar dividido entre Mário Soares e Jorge Sampaio.

Um dos primeiros critérios que uso para definir se gosto de alguém que não conheço pessoalmente resume-se nesta pergunta de evidente valor científico: “será que iria beber um copo com este gajo?” [Read more…]

Presidente Oliveira da Figueira


Tivemos o sr. Teófilo e as suas positivas burrices. Logo a seguir, chegou o sr. Arriaga patrocinando “golpe de espadas” e descoroçoados lamentos acerca de quem o rodeava e daquilo que significava a instituição. O Bernardino, esse que não merece o senhor, consistiu numa tisana de cogumelos venenosos, engrossada com Agarol. A brincadeira Sidónio, coisa que ficou entre o pingalim à entrada da sopa dos pobres e o general Tapioca. Os impotentes srs. Almeida e Gomes e as águas paradas do sr. Carmona que por uns tempos deram a beber a mais uma excelsa burrice, de seu nome Higino Lopes. O loquaz sr. Thomaz e o arrependido que se des-arrependeu Spínola. O saltitante sr. Gomes II, do esquecido crachá da PIDE e do Movimento para a Paz e Cooperação, a expensas dos generosos cofres da URSS; o nosso Monk adiado que se conhece por sr. general Eanes e entramos, finalmente, na 3ª República em toda a sua plenitude.

Vamos então, à conhecida paternidade da geração rasca, a da conversa fiada dos “Oliveiras da Figueira”.

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O que pode Jorge Sampaio fazer pelo país?

Na TSF, Jorge Sampaio diz que pensa muitas vezes no que pode fazer pelo país. Assim de repente, vêm-me à cabeça 2 coisas muito simples:
– abdicar dos privilégios pornográficos a que tem direito como ex-Presidente da República (gabinete com secretária, carro com motorista e subvenção vitalícia).
– indemnizar o país pelos 10 anos lamentáveis do seu mandato.
Boas ideias, não?

Jorge Sampaio, em Berlim, responde a Angela Merkel

Jorge Sampaio, enquanto Alto Representante das Nações Unidas para a Aliança das Civilizações, apelou hoje em Berlim à criação de cidades interculturais e interétnicas na Europa. O apelo acontece no mesmo país e na mesma cidade onde Angela Merkel declarou, há uma semana, “oficialmente” morto o multiculturalismo na Alemanha.

Obviamente que Jorge Sampaio sabe e “pesou” a oportunidade das declarações. A este tema da multiculturalidade e da interculturalidade (que não são a mesma coisa) e algumas das suas “subtilezas”, prometo voltar brevemente.

PS. Eu sei que a notícia é recente mas, até este preciso momento, apenas o Açoriano Oriental e o Aventar dedicaram umas linhas ao tema. No tempo da “actualidade instantânea” a imprensa online portuguesa parece andar, uma vez mais, aos gambozinos.

Vergonha, precisa-se

As revelações feitas acerca das escutas no processo “Face oculta”, na esteira do que vem acontecendo há anos acerca de condutas impróprias do Primeiro-Ministro, demonstram o pântano de que falava Guterres.

Para mim não está em causa a ilegalidade de certas escutas, nem a obrigação de as destruir. O que está em causa é que, uma vez publicadas, as mesmas não foram postas em causa por nenhum dos envolvidos, não houve nenhuma acusação de adulteração, de falsificação ou do que fosse. Nada. Apenas a crítica e a indignação em se revelar o que deveria, em parte, estar destruído.

Juridicamente não concordo com a divulgação de escutas declaradas nulas (e atente-se que parte das escutas transcritas não se reportam ao Primeiro-Ministro).

Como cidadão e republicano, entristece-me constatar que esta realidade governativa que as transcrições das escutas revelam, é apenas a deprimente radiografia da minha pátria.

Pelo silêncio nesta sede – ninguém ousar pôr em questão a veracidade das transcrições -, só se pode concluir que aquilo que lá está é verdade, e isso é do mais vergonhoso. E que num qualquer país, verdadeiramente civilizado, levaria à demissão do Chefe de Governo, por iniciativa própria ou por iniciativa presidencial.

Não teremos nenhuma das duas, como é evidente, porque não existe mais uma réstia de vergonha que seja.

Até mesmo porque à Oposição, em geral, não interessa perder um alvo fácil de corrosão política, e o PSD, em particular, não tem qualquer solidez para se confrontar seriamente com o PS.

Já Cavaco Silva, tem uma grande oportunidade para assegurar o segundo mandato: forçar o PS a apresentar um candidato (que não é difícil de sustentar, dadas as diversas reacções alérgicas que a disponibilidade de Manuel Alegre cedo provocou) para, com Manuel Alegre – que teve mais uma inábil estratégia de arranque de candidatura, agora ao aparecer colado ao Bloco de Esquerda –, dividir a Esquerda e ganhar à primeira volta. Depois é só deixar o PSD arrumar a casa e encontrar um líder com um mínimo de substância, e fazer cair o Governo no momento certo – ou seja, a mesma estratégia de Jorge Sampaio que abriu as portas do poder ao PS -, e José Sócrates poderá ainda sair de um pesadelo governativo como pobre vítima.

Tudo será mais um jogo, onde a vergonha é retórica, não é regra.

Face ao teor das transcrições – influências e perversões institucionais e partidárias, carreiras meteóricas, salários principescos, tráficos, manipulações, etc. -, pergunto-me onde está, efectivamente, a moral da sociedade em perseguir e condenar um carteirista?

A República precisa, urgentemente, de vergonha. E só a vamos conseguir quando se conseguir afastar dela quem a não tem.

Sonho de noites de Inverno

O Venerando fala ao país

Confirmando aquilo que todos secretamente previam, os grandes interesses vão mesmo insistir num governo – mesmo que informal – do Bloco Central e assim, esta solução parece irreversível. Há uns meses e ainda antes do último escrutínio, Sampaio saiu a terreiro para defender em “nome da estabilidade” – da qual pouco caso fez quando ainda belenzava -, a necessidade de uma coligação PS-PSD. Uma ideia tão luminosamente inédita, decerto terá faiscado durante uma partida de golfe, onde por “mero acaso”, – claro – talvez tivesse visto de longe, nada de confusões… – os habituais convivas de todos os “Chefes de Estado”: gente dos media, da finança, off-shoreiros, bolseiros,  comensais do princípio da mobilidade e outros benfeitores da pátria.  Está tudo bem apertado e armadilhado. Mais recentemente, o sr. Cavaco Silva manifestou também a sua vontade, apelando ao “entendimento entre os partidos”. Miraculosamente, voltámos ao curto período que se sucedeu às últimas eleições, onde surgiram meigos cordeirinhos dispostos a todo o tipo de entendimentos, “Por Bem”. Se a isto acrescentarmos a guerra que se avizinha por Belém, teremos o quadro completo.

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O princípio socrático encavacado

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O Partido Socialista declara estar o presidente Cavaco ao serviço da oposição.

Diz-se que em política ou história, a memória é curta. Durante anos a fio, o país soube e gozou com as quase públicas desavenças entre o 1º ministro Cavaco Silva e o presidente Soares. No seu segundo mandato, Mário Soares tornou-se no promotor da alternativa ao desgastado governo do PSD e as “presidências abertas” nada mais foram, senão uma clara demarcação de Belém em relação ao governo de maioria absoluta. Inventaram-se direitos à indignação, Soares falou “privadamente em público” – até alto e em bom som diante de quem o quis ouvir, em pleno restaurante Bel Canto (1992, eu próprio escutei as suas palavras) – e todos conheciam a profunda aversão mútua que se foi criando entre os dois homens. Mais tarde, quando Cavaco quis tornar-se presidente – a velha historieta do grão-vizir que se quer tornar califa no lugar do califa – e alijou o PSD como …” esse partido”…, Sampaio surgiu na corrida a Belém e proporcionou-se ainda a alegria a Mário Soares, de “acabar o mandato dando posse a um governo socialista”. Assim, sem qualquer tipo de equívocos. É esta a alegada presidência de todos os portugueses.

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