Foto: Miguel A. Lopes/Lusa@DN
Ainda o bem-sucedido processo de vacinação não estava concluído, já os portugueses se tinham rendido à eficiência e ao low profile abnegado do vice-almirante Gouveia e Melo. E foi, de facto, um trabalho notável e exemplar. Merece, a meu ver, todos os elogios. E a recusa categórica do messianismo foi a cereja no cimo do bolo:
Eu não sou político. Qualquer ser que apareça como o salvador da pátria é mau para a democracia, porque a democracia salva-se em conjunto com todos os atores do sistema democrático.
Não foram poucos, aqueles que, num ápice, se converteram à religião das fardas. Alguns por admiração, outros por desencanto de longa-duração com o funcionamento da democracia, outros ainda com os olhos postos numa solução autoritária, olhando para Gouveia e Melo como um meio para atingir um fim. Felizmente para nós, os militares portugueses têm tido um papel central nos combates pela democracia e pela liberdade, e, parece-me, são poucos dados a cantos de sereias fascistas. Basta ver o que fizeram aos antepassados desta nova vaga de extremistas de direita, naquela madrugada inicial, inteira e limpa.
Os militares são, antes de o serem, seres humanos como os civis. Com as mesmas virtudes e defeitos. E se os há como Gouveia e Melo, outros há que são menos confiáveis e recomendáveis. Como aqueles que se envolveram no tráfico de diamantes, ouro e droga na República Centro-Africana (RCA), manchando uma importante missão de peacekeeping e o bom nome das forças armadas portuguesas, reconhecidas e elogiadas por todo o mundo. No fundo, e sem surpresas, os militares portugueses não diferem muito dos civis: a maioria é digna e decente, mas há sempre um cesto de maças podres com potencial para contaminar o pomar. Ou, por outras palavras, são seres humanos.
O messianismo é inimigo da democracia. Sempre o foi. Traz consigo pulsões autoritárias, populismo, concentração de poder e o mau velho culto da personalidade. No caso português, acresce ainda a ilusão do homem providencial que plana acima da corrupção, dos vícios da humanidade e da política. Mas não é a farda que explica o sucesso de Gouveia e Melo ou a rede de crime organizado da RCA. É o carácter dos homens e das mulheres que as vestem. E os regimes militares, diz-nos a história da humanidade, são inimigos da liberdade. Deixem as fardas em paz.
….e o comandante chama para o cabo e diz…..”ó nosso cabo…..porque é que ontem não respondeu ao sentinela……porque não falo com ele”….!!!
Recentemente na Sìria, um caça americano lançou 3 poderosas bombas sobre um grande ajuntamento de mulheres e crianças, tendo, como sempre, toda a hierarquia tentado encobrir o crime.
Que é que isso tem a ver com almirante?
Num caso como noutro, o militar é escolhido para desempenhar uma missão e nada mais lhe importa do que isso.
Assim como o piloto americano não quis saber se ali havia pessoas ou fardos de palha, tb o almirante nunca quis saber se andava a injectar bichos ou pessoas, se o consentimento informado seria ou não um valor, se as pessoas estariam ou não imunizadas, se o conteúdo dos frasquinhos podia ou não ser tóxico, se os níveis de mortes pela vacina seriam ou não alarmantes, se os efeitos nocivos seriam muitos ou poucos, se as autópsias (inexistentes) provariam ou não algo de grave, se os níveis de eficácia seriam 90% ou apenas 30%, se o facto de a Europa, o continente mais vacinado, ver os casos dispararem, seria ou não um grave sinal de alarme, se a ausência de tratamentos preventivos ou curativos seria um crime, se a pesada censura imposta a quem ousa discordar da monolítica narrativa oficial seria, por si só, um evidente comprovativo da sua falácia, etc.
Logo, para mim, não há heroismo nenhum, nem num caso nem noutro. Há apenas militarismo. Aliás, nunca percebi por que um almirante de submarinos se andou a passear pelo país vestindo uma farda do exército. Certamente não se sentia à vontade na sua pp farda. Como se um militar pudesse usar as fardas que lhe apetece. Este parece que sim, mas os outros seguramente que não.
As grandes farmoquímicas agradecem reconhecidamente pelo enorme disparo dos seus já antes chorudos lucros.
Carradas de razão, joseliveira.
Meninos e meninas costumam deixar-se fascinar por fardas. No caso delas, o Sr. Almirante ser todo galã não desajuda. Mas ele espeta vacinas como espetaria injecções letais, soro da verdade ou mísseis terra-ar. A tropa é um pau-mandado.
E o Mendes perpetua o mito do gestor-maravilha: como se ele tivesse planeado e fornecido cada vacina, e não fosse o mero rosto de algo que envolveu milhares de pessoas.
Quem já foi militar sabe que a maioria dos oficiais são, antes de mais, chulecos. Eficiência, heroísmo? Histórias da carochinha.
Concordamos, portanto, que à política o que é da política.
Caramba, Mendes: não leve a mal, mas os seus posts estão cada vez mais politicamente correctos e pífio-abrileiros.
Começa logo a falar nos “portugueses”, como fazem os pulhíticos e comentadeiros. Mal por mal diga “o país”, soa menos pomposo.
Depois persiste na narrativa ingénua do 25/4, que comeu inteirinha e que recita dia sim dia não; canta loas ao “bom nome” da tropa; termina com truísmos sobre como são humanos, não fôssemos pensar que eram carapaus, e alertas sobre falsos messias, como se não tivéssemos histeria anti-Botas e anti-Chega de manhã à noite.
Vigie-se, homem. V. é novo e já soa a manga-de-alpaca do regime.
«Basta ver o que fizeram aos antepassados desta nova vaga de extremistas de direita, naquela madrugada inicial, inteira e limpa»
Até que os descendentes da canalha maçónica e republicana, associados aos agentes soviéticos da descolonização, lançassem a ralé a ocupar quanto tacho avistassem…Fizeram nada.
Pela primeira vez vejo um post do comuna mendes a criticar Cuba, bem vindo.
Pois também é a primeira vez…
Que vejo um comentário do venturoso barreiro a criticar o tamanho do salpicão em Barrancos, a utlidade dos boletins meteorológicos, as vantagens dos treinos bi-diários na alta competição, o trabalho das donas de casa, a virgindade de Nossa Senhora e o tamanho das cuecas do Venturoso Enviado.
E isto só numa linha e pouco! Que sublime capacidade de síntese, meu deus!
E podem os militares lidar com a geração de betinhos revoltados pela falta de privilégios que vem aí? Que tem o sr Almirante a dizer sobre isso?