os 101 anos do PCP

Nos 101 anos do PCP nada como recordar escritos de Álvaro Cunhal. Sempre de grande actualidade:

Diz Jules Romains que a guerra foi provocada pelos países totalitários. Mas não sei por que razão, refere-se sempre e unicamente à Alemanha. Não existirão para Jules Romains outros países totalitários?” (O Diabo, 16/12/1939).

«Não há pois perigo da Alemanha atacar os neutros. Seria estender a frente e reduzir as suas possibilidades de resistência numa frente reduzida. Podemos concluir portanto que a violação dos neutros, vizinhos da Alemanha, convém mais aos aliados Ocidentais que à própria Alemanha? De certo que convém […]. Outro factor é o constante apelo feito aos neutros para que entrem na guerra contra a Alemanha […]. À Grã-Bretanha convinha-lhe a extensão da frente de batalha. Por isso se explica o convite feito aos neutros para estarem a seu lado.»(O Diabo, 10/2/1940).

“Eu muito francamente declaro que, hoje em dia, o sr. Chamberlain me merece tanta simpatia como o sr. Hitler ou o sr. Daladier (a ordem dos nomes é arbitrária)”. (O Diabo, 290, 13/4/1940).

Terminadas as operações militares na Polónia e destruída a mistificação da guerra ideológica, as propostas da paz de Hitler criaram a Chamberlain e Daladier uma situação difícil. São efectivamente vagas as propostas de Hitler, mas a argumentação que as acompanha e alguns dos seus princípios gerais não podem ser facilmente contrabatidos pelos representantes do imperialismo franco-britânico? Como podem eles justificar a continuação da guerra ofensiva contra a Alemanha? Pela reconstituição da Polónia?”. O Diabo, 1939.

Pois então, feliz aniversário ao PCP.

 

Eis a primeira teoria da conspiração sobre a invasão da Ucrânia

Sorte a nossa, a conta não deu 69. Caso contrário, suspeito que alguém ainda acabava cancelado por sabe-se lá o quê. Resta saber o que significa este número, de maneira que se aceitam contributos que nos permitam desvendar o mistério.

Chalupas de todo o mundo, uni-vos!

Números do êxodo ucraniano

Ontem estávamos assim. Hoje, seguramente, já terão saído muitos milhares mais. As perspectivas são pessimistas e deixam antever que a fuga em massa continue a aumentar e a colocar uma pressão adicional sobre os Estados limítrofes e sobre a Europa em geral. Este desafio junta-se a todos os outros e transforma-se, ele próprio, numa frente de batalha. Putin conta com ela. Nada foi deixado ao acaso.

Ucrânia

Guerra, o modo de vida da Iniciativa Liberal

Não é novidade para ninguém que BE e PCP são contra a presença de Portugal na NATO. São-no desde sempre. E, convenhamos, trata-se de uma opção ideológica e programática perfeitamente legitima, que diz respeito a cada partido. Há quem já não se lembre, mas o CDS também era eurocéptico. O próprio Cavaco Silva chegou a afirmar que a UE não era para toda a vida.

Sou a favor da presença de Portugal na NATO, até pela nossa dimensão e vulnerabilidade, o que não invalida que tenha críticas ao funcionamento da organização, que, na prática, é um instrumento de política externa dos EUA, no interior do qual todos os outros são Estados-clientes do Pentágono.

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Assim chega ou é preciso mais molho?

Durão Barroso falou

Efectivamente. Como Portugal mantém uma política de língua para inglês ver, o ‘José’ continuará a ser internacionalmente pronunciado à castelhana.

O Clube VAIDAI

Não, não estou a falar de um clube de futebol. Estou a falar de outra coisa. Criado na Rússia em 2004. Um “think tank” que traduzido para “areosês”* significa juntar os senhores e umas senhoras muito inteligentes que pensam muito sobre tudo e um par de botas mas, porque não há almoços grátis, depois dizem umas coisas sempre boas sobre quem convida e paga. No caso deste, a Rússia ou seja, Putin. Putin, claro e a história dos almoços, entendem?

Já para acalmar as almas mais sensíveis: sim, existem aos molhos em todo lado, até em Portugal e de todos os credos, ideologias e feitios. Pronto. Já posso continuar? Obrigado. Vamos então:

Como já disse antes aqui no Aventar, em tempos de guerra não se limpam armas. Por isso, sempre que vejo algumas comentadeiras nas televisões com umas opiniões opostas em pouco tempo, fico de pé atrás. Antigamente era muito difícil seguir o rasto. Só que graças aos senhores zuckas a coisa ficou um pouco mais fácil. Só para mim? Não, para todos. No caso presente, fico a dever este achado a um tweet do Sebastião Bugalho, a quem até já dei umas “lostras” verbais no Aventar. A verdade é que foi graças a ele que despertei para o tema:

Ora, eu gosto pouco de ser comido por lorpa. Imaginem este vosso retinto portista ir para a televisão falar, com a aura de grande independente, sobre o Porto vs Benfica. Era uma boa ideia, não? Até nem era original, o Braz andou pelas televisões como se fosse neutro e vai-se a ver até trabalha no departamento de futebol do Benfica. Mas , deixemos a bola para outro dia. Ora, o Major General Carlos Branco andou (anda) pelas televisões a falar sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia. Só que eu, depois de ter visto o seu nome no club VALDAI , acredito tanto na sua independência como na do Braz… Mas isso até nem era importante pois a independência das diferentes comentadeiras não é nenhuma novidade. Pois não. Mas nos últimos tempos fartei-me de ouvir e ler muito boa gente dizer coisas como: “atenção, é a opinião de um General, de um militar” como se fossem um exemplo de independência. E que tal sabermos por onde andaram nas suas actividades não militares? E depois, temos os militares ainda no activo. Em tempo de guerra não é boa ideia andarem a passear a sua vaidade pelas televisões. É uma questão de profissionalismo. Ou de falta dele…

Mas é grave andar pelos “valdai” da vida? Não, até por lá devem andar outros portugueses. E anda por lá muito boa gente que trabalha (ou trabalhou) nas diversas instituições da UE. Só que é importante saber. Para desmistificar a aura de independência dos senhores generais, majores, tenentes e quejandos. E até para saber com o que podemos contar. Porque quem não quer ser lobo não lhe veste a pele, certo?