Kissy chamava ternurentamente o pai Henry a seu filho Peter

Foi em 69, sim, que um dos mais emblemáticos filmes da geração “hippie” estreou. “Easy Rider”, foi realizado por Dennis Hopper, tendo como protagonistas o próprio, Peter Fonda e Jack Nicholson.
O filme trata de 2 motociclistas, um vestido à americano motoqueiro e outro com vestimentas de nativos norte-americanos, que viajam juntos pelo Sul e pelo Sudoeste americano em busca da liberdade, liberdade representada pelo uso de estupefacientes e vida comunal, em contraponto à ideia de família ideal (patriarcal, claro, defendida pelos evangélicos e católicos. Sem ser um filme de qualidade de monta, a verdade é que se tornou em ícone de “contra-cultura”, abrindo as portas de Hollywood para uma nova geração que pretendia, iludida ou não, experimentar outro estilo de vida, livre de conceitos e preconceitos raciais e religiosos em forte tensão à época nos Estados Unidos.

Ah, sim, não era sobre o filme que pretendia falar, mas do facto do pai tratar carinhosamente o filho Peter por Kissy, Kissy Fonda.

Porque me lembrei disto? Porque em mim se aflorou, ao ler por aqui textos onde o amor ao próximo, a compaixão e o respeito exalam de cada palavra, de cada espaço, de cada letra, de cada hiato suspenso em mero hífen, que talvez fosse avisado alterar o nome do blogue de Aventar para Kissy Fonda. Não pela elegância fonética que patenteia, claro está, mas por homenagem a um filme que exulta a liberdade de opinião, a de expressão e a de modo de vida, enquanto, por lado lado, recusa a tentativa de nos vergarmos a qualquer género de pensamento único, mesmo que escondido pela mais cândida ideologia ou pretensa elevação de carácter.

Da banda Sonora deste filme faz parte o tema “If 6 Was 9” de Jimmy Hendrix, do qual vos deixo a letra em tradução livre, e o vídeo acima.

Extracto da letra:

Não me importo, não me importo
Se as montanhas caíssem no mar
Deixa estar, não sou eu
Tenho o meu próprio mundo para ver.
E não te vou copiar.
Agora se um 6 acabou por ser 9
Não me importo, não me importo
Se todos os hippies cortarem o cabelo
Não quero saber, não quero saber
Dig, porque eu tenho o meu próprio mundo para viver
E não te vou copiar
Conservadores de colarinho branco a passar pela rua
Apontando o dedo de plástico para mim
Eles esperam que em breve, a minha espécie caia e morra.
Mas vou acenar a minha bandeira esquisita
Acena, acena
Montanhas caídas, não caias em cima de mim
Vá em frente Sr. homem de Negócios, Você não pode se vestir como eu
Ninguém sabe do que estou a falar.
Tenho a minha própria vida para viver
Eu é que vou ter de morrer.
Quando chegar a hora de eu morrer
Por isso deixa-me viver a minha vida como eu quero.

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