Em 2021, segundo o jornal Expresso, a Sonae SGPS obteve lucros na ordem dos 268 milhões de euros, quase quadruplicando os resultados do ano anterior.
Também em 2021, segundo o Jornal de Negócios, a Sonae MC, sua subsidiária, recebeu 450 mil euros do Estado, sob a forma de apoio ao aumento do salário mínimo, decretado pelo governo.
Ainda em 2021, segundo o jornal ECO, a CEO do grupo, Cláudia Azevedo, viu a sua remuneração crescer 368.400€, de 1.239.200€ para 1.607.600€.
Não me chateia nada que a Sonae, ou qualquer outra empresa, lucre muitos milhões de euros. Desde que cumpra com todas as suas obrigações. Também não me incomoda que a CEO da empresa aumente o seu próprio salário em mais de 350 mil euros. A empresa é privada e sabe de si. Já me faz alguma confusão que essa mesma empresa, que quadruplica os lucros para 268 milhões de euros, e aumenta substancialmente a sua CEO, bem como os dividendos dos seus accionistas, receba 450 mil euros dos cofres públicos, para apoiar o aumento do salário mínimo dos seus funcionários. Má despesa pública é isto: dar dinheiro a quem não precisa.
Tendo em conta que no enquadramento OE 2021, o Estado criou mecanismos de ressarcir as empresas pelo aumento do salário mínimo nacional, nesse ano, repetindo-o em 2022, diga-se, não sabendo de forma antecipada qual seria o desempenho económico das empresas, não me parece razoável vir depois retirar à Sonae os 450.000€ a que tinha direito, mas dar a outros cujo desempenho ficou aquém. Se a Lei foi para todo o sector económico privado, nada a fazer. E Justiça não se compadece com a moral, compadece-se com a Lei. Eu sei que é chato, a mim também não me agrada, mas não podemos ter dois pesos e duas medidas, a não ser que isso já esteja consagrado na Lei, o que de certo modo também se poderia tornar contraproducente, uma vez que depois teríamos aquelas a jogar com o valor limite nos lucros a apresentar.
Já me parece, isso sim, má despesa pública, ter uma AdC que nos custa bom dinheiro a sustentá-la, e andou anos a dormir até haver denúncias, nomeadamente na CS, sobre a cartelização de preços, das grandes superfícies. Então aqueles funcionários, quase todos com formação superior, com excepção de alguns administrativos e motoristas, andam lá a fazer o quê? Fiscalizam ou não fiscalizam? Que medidas tomam para coarctar essa prática ilegal?
Também me parece má despesa pública a AT, Autoridade para as Condições do Trabalho, que não cumpre com eficácia o seu papel, que é fiscalizar. É recorrente entrarmos em Centros Comercias e verificarmos que após o encerramento das lojas, e no período que decorre daí à saída total dos clientes, em especial nos que têm cinemas, verificarmos que dezenas, para não dizer centenas de funcionários continuam a trabalhar. Essa gente está a cumprir o seu normal horário de trabalho, ou está a dar horas de borla ao patrão?
Como conheço mais ou menos o sector do retalho nas grandes superfícies, sei que a maioria dessa gente está ali a trabalhar de borla. Fazem na maioria dos casos 9 e 10 horas de trabalho.
Alguém fiscaliza estes abusos, em especial as lojas das grandes marcas? Ninguém!
Claro, aquilo já é muito tarde para os juristas da AT saírem de casa, em busca da ilegalidade.
Isto para não falarmos do BdP e da sua reiterada incompetência, que nos custou bem caro.
Eu a isto chamo má despesa pública. Pagar a funcionários públicos, que no fundo não têm culpa, mas cujas cúpulas, a começar logo pelo Governo, se estão a marimbar para a eficiência do serviço. Por incompetência, ou, pior ainda, por corrupção disfarçada.
O episódio de Odemira foi um bom exemplo dessa incompetência. Mas garanto-vos há centenas de Odemira por esse país fora.
Já cumpriu as obrigações da RGPD sobre informar os clientes sobre perda de informação destes? Se calhar precisam de mais um apoiozinho para conseguirem, coitados.
Todo o consumidor se deslumbra com números de mais de 4 dígitos.
Qual foi mesmo a taxa de lucro sobre as vendas?
Qual a taxa a que é remunerado o capital?
Não interessa…É muito dinheiro… Também quero
Concordo; é preciso abrir as contas dos grupos económicos para lhes atribuirmos o nível de caridade que merecem. Proposta do Venturoso para quando?
Segundo este iluminado da extrema esquerda devemos de viver num sem empresas com lucro.
Prefiro empresas sem lucro do que povo sem pão. A empatia tem destas coisas.
Isso e a ideia do oligopólio não ter lucro… lol. ainda para mais por não poder ser subsidiodepentente, LOL