A China e as matérias primas

É verdade que as fábricas estiveram paradas por causa da pandemia de Covid-19. É verdade que a guerra na Ucrânia está a trazer problemas nos fluxos comerciais e o acesso a determinadas matérias-primas. Tudo isto é verdade. O problema é que existe um outro motivo, um pormenor segundo alguns. Um “pormaior“, segundo outros. Chamado China.

E qual é o problema chamado China? Já em Julho do ano passado as sirenes tocavam: a China estava a comprar matérias-primas em vários sectores em quantidades astronómicas e nada comuns. Estavam a ser criadas as condições para uma tempestade perfeita, diziam em Julho os especialistas. E em Novembro de 2020, já se falava sobre esta política chinesa: “En las últimas semanas hemos visto como el Gobierno Chino ha empezado a estar muy activo en los mercados de carne y granos. Los contratos de futuros de Soja, Aceites y los futuros de Cerdos se han vuelto muy agresivos“. Ora, a escassez de matérias primas a que estamos a assistir é um problema anterior à invasão da Ucrânia e fruto da política seguida pela China. Obviamente, a guerra só está a piorar uma situação que já era grave.

Por sua vez, Pedro Guerreiro já o tinha sublinhado no Observador em Fevereiro deste ano:

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TAP: se é para servir Lisboa, que a paguem os lisboetas

Já tive uma posição diferente sobre a situação e o futuro da TAP, o que não significa que tenha hoje uma posição fechada sobre um assunto que, de resto, estou longe de dominar. Mas não posso continuar a TAPar os olhos. A TAP é hoje um instrumento ao serviço do centralismo, que ignora os interesses e necessidades do Norte do país, onde está concentrada parte significativa da indústria que mantém este país a funcionar, a começar por Lisboa.

Hoje, enquanto ouvia o Fórum TSF, descobri que a gestão da TAP quer acabar com a ligação à Milão. É preciso não ter noção nenhuma daquilo que é o sector têxtil, e da sua importância para o país, para tomar uma decisão absurda como esta. Falta de noção partilhada pelo ministro Pedro Nuno Santos, que acha que a procura de voos para Milão se reduz à MICAM. Nem por ter família ligada à indústria do calçado…

Se chegamos ao ponto em que a TAP está reduzida a um sorvedouro de recursos públicos, paga por todos para servir Lisboa, então talvez seja mesmo o tempo de fechar a torneira. A oferta será substituída por outros operadores, que é precisamente aquilo que está a acontecer no Porto, há vários anos, para uma série de destinos estratégicos para a indústria e para o turismo do Norte de Portugal. Ou então que mandem a conta para a CML, para a AML ou para a CCDR LVT e deixem os nossos bolsos em paz.

Primeiro levaram os Judeus mas eu não era Judeu….

Via José Milhazes:

Hoje, Dmitri Medvedev, antigo presidente da Rússia, vice-chefe do Conselho de Segurança, voltou a defender o desaparecimento da Ucrânia, processo que será acompanhado pela “desnazificação” e “desucrainação”.
Ontem, num artigo publicado na agência noticiosa oficial russa RIA-NOVOSTI, um analista político respondia à questão: “O que deve a Rússia fazer com a Ucrânia?”
Ele, ente outras coisas, escreveu: “os nazis [ucranianos] que pegaram em armas nas mãos devem ser liquidados ao máximo no campo de combate. Não se deve fazer grande diferença entre militares, batalhões nacionalistas e grupos locais de defesa.
Além da cúpula, que deve ser “desnazificada”, leia-se liquidada, é também culpada parte significativa das massas populares que são nazis passivos, apoiantes dos nazis… Só é possível um castigo justo para essa parte dessa população se ela tiver de suportar os fardos inevitáveis da guerra justa contra o sistema nazi”.


E depois de liquidada a Ucrânia? Medvedev, também conhecido pela alcunha de corrupto “Dimon”, desenha “o futuro radioso da humanidade: “finalmente criar uma Eurásia aberta de Lisboa a Vladivostoque”!

Mais uma para contar

Como começou:

 

Como acabou:

E assim se cumprem sonhos.