A culpa é da Guerra

Parece que começou uma Guerra na Europa e, tal como sempre que acontece algo novo, várias hipocrisias foram colocadas a nu. De repente, o Ocidente descobriu que Putin é um autocrata e que quer fazer da Ucrânia seu território. Uma novidade da qual ninguém esperava. Enquanto o Ocidente das elites coloca-se contra a Rússia, esse perigoso país liderado pelo jovem Putin que apareceu há umas semanas, temos uma esquerda, que toldada pelo ódio aos EUA, não consegue condenar a Rússia por esta invasão. E aqui fica mais uma vez provado: a esquerda não é, nem nunca será, empática com pessoas, mas sim com as suas causas. São aqueles que lutam pela emancipação até de um pau de vassoura, mas que decidem quem é bom homossexual ou bom preto. É o mercado dos valores a funcionar. Estes são aqueles que querem a extinção de um partido, mas que protestam contra a extinção de partidos numa Guerra. No entanto, há que admirar a posição do PCP. O PCP foi igual a si mesmo e mantém a sua postura até ao fim. Manteve o seu fanatismo. Trata a Rússia sem liberdade como se um sistema capitalista tivesse. Para o PCP, quem tem mais de 5 euros no bolso já é capitalista.

Lá por esta visão sem ponta de humanismo, não quer dizer que os restantes sejam inocentes. Esta Guerra levou a que a maioria do espaço político não-socialista a usasse, seja com medidas inconsequentes para parecer bem ou em medidas que vão contra o próprio histórico do partido. Os EUA, depois de se espantarem com o facto de Putin ser autocrata, foram negociar com as democracias sólidas e liberais do Irão e da Venezuela. O que deve ter dado dificuldades, porque, no caso da Venezuela, reconheceram um presidente que não é o que se encontra em funções. A FIFA, essa instituição cheia de valores, também fez a sua parte. Expulsou a Rússia de um Mundial que será jogado no Qatar, país que respeita os direitos das minorias e, principalmente, dos trabalhadores. Em princípio, depois do Mundial, também se fará a marcha LGBT, nesse país tão democrático. [Read more…]

Liberalismo e cartelização

Alguns liberais – no sentido neoliberal da palavra – hipnotizados pelas teorias de Hayek e Friedman, ainda que alheados do mundo real, insistem que o mercado livre se autoregula, e que uma das vantagens da sua natureza concorrencial é que o consumidor paga sempre menos.

Sempre menos.

Pena que exemplos como este se multipliquem, invalidando o wishful thinking e a propaganda, revelando que concorrência, não raras vezes, degenera em cartelização. A desculpa, invariavelmente, chega-nos sob a forma de uma adaptação da boa velha máxima comunista: este não é o verdadeiro liberalismo. Os radicais, como os extremos, atraem-se. Nunca falha.

O capelão Licínio Luís terá tirado uma selfie em público

«Gouveia e Melo estava a ponderar readmitir o capelão Licínio Luís, depois de este [,,,] se ter retratado publicamente». Felizmente, temos o Público: «retractou-se publicamente». Efectivamente.

Marcelo vai a jogo

A presença “inesperada” na flash, no final do Portugal X Macedónia do Norte da passada Terça-feira, foi um prenúncio daquilo que seria a sua intervenção na tomada de posse do novo governo. Marcelo vai finalmente a jogo, num país de oposição minoritária, fragmentada e sem liderança, e assume-se, desde já, como contrapoder. E assim se manterá, até que a direita consiga encontrar um protagonista capaz de incomodar o poder quase absoluto de António Costa.

Vai ser interessante, assistir ao afastamento entre o Senhor Feliz e o Senhor Contente, dupla que fez aa delícias de milhares de portugueses, ao longo das duas últimas legislaturas. Mas será pelo melhor. Já era tempo de colocar um ponto final nesta farsa.

A caixa de pandora

Um dos grandes dramas deste ponto a que chegámos, é que as grandes crises (climática, covid, guerra) servem para empresas gigantes aumentarem os seus imorais lucros, enquanto as populações são espremidas até ao tutano. É obviamente inadmissível que os ganhos astronómicos das indústrias farmacêutica, do armamento, energética, sector financeiro, digitais, não sejam adequadamente tributados para mitigar os efeitos destas crises que abalam o mundo na proporção dos seus inesperados lucros.

Os irresponsáveis responsáveis políticos das últimas décadas andaram – e continuam – a servir os interesses das gigantes multinacionais, a submeter tudo ao chamariz do investimento estrangeiro, deixando largamente abertas as portas à fuga para paraísos fiscais, às empresas “caixa de correio”, à compra, a preço de ouro, de títulos de propriedade intelectual de subsidiárias do mesmo grupo, assinando acordos de “livre comércio” feitos à medida dos interesses do grande negócio, sacrificando os direitos humanos e o planeta.

Os governos que elegemos como nossos representantes, entregaram-se, libertaram das regulações os negócios, enquanto a si próprios colocaram pesadas algemas limitadoras do direito a regular. Na mais benevolente das hipóteses, agora, têm medo dos monstros que pariram e continuam no trilho do abismo, para nosso mal. Mas vendo bem, por pensarem em horizontes de quatro ou cinco anos como é seu apanágio, não será medo, mas a mera inércia e conforto, que os impede de retomar as rédeas, de ter e realizar a visão de um mundo mais parcimonioso, duradouro e feliz, em vez de prosseguirem correndo atrás da engorda, de um contínuo crescimento balofo, vazio e destruidor, que só a uma minoria serve.

Rússia: A mentira e a perna curta

A Rússia tinha dito, nas reuniões bilaterais na Turquia, que como sinal de boa fé nas negociações de paz, iria diminuir drasticamente os ataques militares na Ucrânia. Menos de 24 horas depois, intensificou os bombardeamentos nos arredores de Kiev e noutras cidades. Está tudo dito sobre a vontade de paz por parte dos russos.

Putin não é de confiança mas mesmo assim ainda existe quem acredite….

Grupo parlamentar do CH estreia-se na AR com dedicatória a Vladimir Putin

André Ventura usou o termo “ocupar” para assinalar a chegada do seu partido à Assembleia da República. Tal como Putin, farol europeu da área política e ideológica do CH, Ventura quer ocupar o Parlamento por Portugal e pelos portugueses, que maioritariamente o desprezam, a ele e às suas ideias, tal como Putin quer ocupar o Donbass e outras áreas da Ucrânia, pelas populações russas e pelos “irmãos” ucranianos. Só lhe faltou afirmar que vinha para desnazificar o hemiciclo, mas o sector neo-nazi do CH poderia não achar muita graça, e Ventura já tem dissidências que cheguem com que se preocupar.

Mariupol e a firmeza que nos falta

Esta era a cidade de Mariupol, antes da invasão russa. Desconheço a real dimensão da destruição da cidade, tenho acesso às mesmas fotografias random que vocês, mas vi estas imagens no The Guardian, que me revolveram-me as entranhas. Uma zona habitacional deserta, que parece fumegar do chão, feita de edifícios bombardeados, alguns em ruínas, rodeados por estradas com o piso partido, árvores rachadas ao meio e destroços por toda a parte. Imagens que julgávamos não voltar a ver na Europa, depois da tragédia jugoslava do final do século passado. Estávamos enganados.

O cerco a Mariupol já reclamou pelo menos 5 mil vidas. Feriu gravemente centenas, perturbou mentalmente milhares, arrasou uma cidade e instituiu o terror. Há pessoas com medo, pessoas a chorar, pessoas revoltadas que nada fizeram para estar naquela situação. Pessoas a querer fugir sem conseguir. Pessoas às escuras, sem água canalizada. Pessoas a sobreviver de latas de atum, se a vida lhes estiver a correr bem.

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13 Anos de Aventar :: 30 Março :: 2009/2022

Aventar: São muitos anos a virar frangos…

O blogue Aventar nasceu a 30 de Março de 2009 em pleno período áureo da blogosfera em Portugal. O Aventar foi sempre, desde a sua origem, um blogue onde coabitam autores de diferentes proveniências ideológicas. Hoje, no nosso 13º aniversário, partilhamos convosco algumas curiosidades do Aventar: 

Desde 2011* que o Aventar já publicou mais de 35 mil artigos de opinião, recebeu mais de 170 mil comentários dos leitores para um total de audiência que ultrapassa os 20 milhões de leitores entre 2011* e 2022. Olhando para as estatísticas dos meses de Março nos últimos 4 anos, estas mostram que o Aventar volta a subir as suas audiências (de pouco mais de 75 mil leitores em 2019 aos quase 100 mil este mês de Março 2022) numa tendência que já se vinha a acentuar desde o início do ano. Aliás, a pandemia veio reforçar as audiências do nosso blogue. Será uma tendência da blogosfera?

São diversificados os seguidores do blogue Aventar. No Twitter são mais de 2300 enquanto que no facebook já se ultrapassaram os 13 mil. Entre os subscritores diários via wordpress e email já temos mais de 1600 leitores que, todos os dias, recebem notificação dos textos publicados. E de onde chegam, maioritariamente os nossos leitores? Do Google e das redes sociais.

E de onde são os nossos leitores? Em primeiro lugar, de Portugal e de forma destacada. Em segundo lugar, do Brasil e em terceiro dos Estados Unidos. Já tivemos leitores de todos os países do Mundo, segundo o WordPress. Contudo, das Ilhas Falkland, das Antilhas Holandesas, de Quiribati e de Monserrate apenas um visitante. Temos que melhorar os nossos conteúdos para crescer nestes territórios 🙂

Eu já por aqui ando desde 2009. Parece que foi ontem. Obrigado José Freitas pelo convite para esta casa. Obrigado Ricardo por a teres criado e me deixares andar por aqui.

 

*todos os dados estatísticos apresentados são posteriores a 2011. Infelizmente, foram perdidos os dados de 2009 e 2010.

Eu que não sou de intrigas…

Segundo notícias até agora divulgadas, parece que a reunião entre os representantes da Ucrânia e os representantes do invasor correu melhor que o costume. Alguma imprensa fala mesmo que os russos estão a retirar tropas das redondezas de Kiev. Vamos com calma. Tendo e conta a tradição russa, é melhor esperar umas horas e verificar o estado de saúde dos participantes na reunião de Istambul…

A Caminho de 30 de Março – IV

A 30 de Março de 2009 nascia o Aventar. No próximo dia 30 de Março de 2022 vamos festejar 13 anos de blogue Aventar. Convosco.

Papa Francisco e Macron são os primeiros a abrir os olhos para a paz

Após a abominável invasão da Ucrânia pela Rússia iniciada a 24 de Fevereiro assistimos a uma escalada ininterrupta de violência na ocupação de território por Putin, mas também a uma escalada de discursos belicistas por parte do Ocidente, seja através da OTAN, do Presidente dos Estados Unidos e da União Europeia.
Discursos de paz, de cessar-fogo imediato, de negociações sérias com o empenho dos mais poderosos, esbarram na compreensão pela revolta e resistência a que os ucranianos têm legítimo direito. No entanto, depois de tantos mortos a ocorrerem diariamente, será eticamente louvável continuar a incitar uma resistência que só provoca vítimas e que, a não ser que ocorra algo de muito inesperado, nada conseguirá em seu proveito?

Papa Francisco (imagem Agência Eclesia)

Depois do passeio de Joe Biden pelos seus domínios europeus, na reunião da OTAN, na participação no Conselho Europeu, na visita à Polónia, ficamos a saber, se é que dúvidas acalentávamos, que os Estados Unidos estão interessados na continuidade [Read more…]

André Ventura rendido ao politicamente correcto

André Ventura, membro proeminente da extrema-direita histrionicamente histérica, uma dessas minorias sobre-representadas de que muito se fala, usou hoje o Twitter para elogiar o chapadão que Will Smith espetou ontem à noite, durante a cerimónia dos Óscares, na cara de Chris Rock, que resultou de uma piada desconfortável de Rock sobre Jada Pinkett Smith, esposa de Will, relacionada com a doença da actriz.

Ventura, por estes dias à beira de um ataque de nervos por ninguém querer saber dele – só mesmo palermas como eu – aproveitou o estalo, e sobretudo o mediatismo do acontecimento, não para criticar o péssimo exemplo de uso da violência física, que para a extrema-direita é um método legítimo como qualquer outro, mas para expressar a sua tristeza por nunca ter tido a coragem de fazer o mesmo a Ferro Rodrigues. Parafraseando o extremista:

Que coragem! A vontade que já tive de fazer isto na AR ao Ferro Rodrigues e não executei.

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Rui Moreira – atitude anti-democrática deplorável

Confesso que, apesar de não ser votante de Rui Moreira, fui surpreendido pela atitude persecutória que constituiu a não autorização da cedência do Rivoli para um Concerto promovido pelo “Conselho Português para a Paz e Cooperação” apoiado pela CDU, vulgo, PCP.

Também não sou votante do PCP, mas sinto-me indignado pela atitude anti-democrática, persecutória e censora da opinião diferente, da Câmara do Porto, ao justificar a não cedência pelo facto de, nas palavras de Rui Moreira citadas pelo JN, “o Município não pode aprovar que, ainda por cima, é promovida sob a égide de um partido político que tem vindo a branquear o hediondo ataque da Rússia”.
Isto é instigação ao ódio, é a não aceitação de opinião diferente em Democracia, opinião essa que em nada belisca a nossa Constituição, é uma atitude arbitrária de um déspota eleito, que passa agora a decidir quem pode ou não aceder a espaços públicos com base na opinião!
Esta gente pretende fazer [Read more…]

A Caminho de 30 de Março – III

A 30 de Março de 2009 nascia o Aventar. No próximo dia 30 de Março de 2022 vamos festejar 13 anos de blogue Aventar. Convosco.

A Câmara do Porto merecia melhor…

Parece mentira mas não é. O actual Chefe de Gabinete do Presidente da Câmara Municipal do Porto, Vasco Ribeiro, pegou-se publicamente com Nuno Santos, o anterior Chefe de Gabinete do Presidente da Câmara do Porto, no facebook. A coisa chegou a este nível:

Já antes a coisa azedou:

A Câmara Municipal do Porto merecia melhor do que isto. Por muita razão que possa ter o actual Chefe de Gabinete (não faço a mínima ideia do que se passou entre eles para tanto ódio), a sua posição institucional obriga-o a ter sangue frio. Esta troca de galhardetes em pleno facebook não lembra a ninguém. Em tudo isto sublinho algo que é, desculpem o meu português, abaixo de cão:

Quando te qualificares e deixares de ser um tipo com formação ao nível do liceu, poderei discutir contigo um conjunto de matérias que hoje julgas perceber por mera ilusão do teu autoconvencimento” – Vasco Ribeiro sobre Nuno Santos.

Ora, Vasco Ribeiro é Doutorado e não resistiu a puxar dos galões perante terceiro. Este tipo de discurso é típico de um qualquer recalcamento e que deve ser, de todo, evitado num responsável autárquico. A necessidade de atirar à cara do outro as suas habilitações académicas é um sinal de menoridade intelectual. É uma questão de educação. Daquela que se aprende no berço e nem sempre é ensinada na universidade. Um Chefe de Gabinete de um presidente de Câmara representa não só o seu presidente, no caso, Rui Moreira, como igualmente a sua autarquia, o Porto. Se não se consegue controlar então está na função errada. Este tipo de postura, esta sobranceria não é compatível com o serviço para o qual foi nomeado e através do qual representa a instituição Câmara Municipal do Porto. Não faço a mais pequena ideia, repito, do que se passou antes entre os dois (nem sabia que o Nuno Santos tinha saído da Câmara do Porto) mas isso não desculpa esta postura em pública – não me venham com a desculpa de ser uma página pessoal, para esse campeonato em figuras públicos já dei. Imagino o embaraço de Rui Moreira. Não é para menos.

O Professor Doutor Vasco Ribeiro (coloco aqui com as letrinhas todas para que não se ofenda já que dá tanta importância aos títulos académicos) portou-se como um qualquer arruaceiro. Como um Chefe de Gabinete da Câmara do Porto é que não foi. Lamentável. Bem, é o último mandato. Vamos procurar que a coisa termine com a dignidade possível, Rui Moreira não merecia isto.

Uber Eats neo-nazi

foi como RAP resumiu o passeio de Mário Machado à Ucrânia. E foi perfeito.

Turismo: ainda não é desta…

O Turismo em Portugal representa 14,6% do PIB (dados de 2018) e 9% do emprego (dados de 2018) e 13,3% do total das nossas exportações (dados de 2018), sublinhei a 20 de Março de 2020 aqui no Aventar. Já nessa altura, referi os mais de 26 mil milhões de euros para a economia portuguesa em 2017 e sabendo nós que 2019 foi o melhor número de sempre (e bem superior aos 26 mil milhões) e que, segundo o governo, eram mais de 400 mil os trabalhadores afectos directamente a esta área, aos quais temos de somar os da restauração e similares muito dependentes do turismo para não falar de outras áreas de negócio conexas.

A pandemia veio alterar esta realidade. Uma alteração que os especialistas consideram temporária. Contudo, a invasão da Ucrânia e o clima de incerteza que hoje vivemos leva a crer que essa “temporalidade” é capaz de ser um pouco mais lata que o previsto. Mesmo assim, desde Janeiro que se nota um incremento do turismo nas nossas cidades e em especial em Lisboa, Porto, Madeira, Açores ou Algarve.  Ou seja, o Turismo foi e ainda é uma espécie de petróleo para a nossa economia. Obviamente, todos sabemos que é um sector que necessita de avançar com algumas reformas que o tornem mais sustentável a médio/longo prazo. Que é fundamental repensar que futuro queremos para as nossas cidades evitando que o turismo se torne um problema em vez de ser uma oportunidade. É preciso pensar que turismo queremos e esta é a altura certa. O pós pandemia é uma oportunidade única para se fazer as reformas necessárias no Turismo. Para se definir o quereremos e como o queremos, para criar as regras necessárias e fundamentais para compatibilizar o turismo com a vida quotidiana das nossas cidades. Para um turismo mais sustentável.

Ora, o actual governo, com uma maioria absoluta está em condições para fazer que ainda não foi feito, com tempo, com rasgo e com génio. Por isso, se fiquei admirado por ver que não avançou para a criação de um ministério para o turismo ainda mais fiquei quando, hoje, vejo que nem a secretaria de estado do Turismo foi mantida. Podem sempre dizer que não é preciso, o que importa é que seja feito o trabalho e que até existe o Turismo de Portugal. Porém, a política também é feita de sinais. E o sinal que foi dado é o de pouca importância com o sector. Pode ser que eu esteja enganado. Pode ser. A ver vamos, como diz o outro…

A cegueira da “esquerda” pelo ódio à NATO

Fonte: epa

Os embaciados óculos ideológicos de certa esquerda de aquém e além mar, para a qual a adoração da imagem inimiga – no caso, a sem dúvida censurável NATO, –  é superior à sua capacidade de empatia, humanismo e respeito pela soberania dos povos, levam, por estes dias, adeptos seus a pronunciarem-se sobre a guerra na Ucrânia com as conhecidas adversativas e propostas de rendição da Ucrânia.

Taras Bilous é um historiador ucraniano, activista do grupo Sozialny Ruch (Movimento Social) da organização do Movimento Social e editor da revista ucraniana de esquerda Commons.

Pouco depois do início da guerra, Taras Bilous escreveu “A letter to the Western Left from Kyiv”, na qual comunica a uma parte da esquerda do Ocidente o que pensa sobre a sua reacção à agressão da Rússia contra a Ucrânia.

Deve ler-se na íntegra, mas aqui ficam alguns excertos: [Read more…]

A Caminho de 30 de Março – II

A 30 de Março de 2009 nascia o Aventar. No próximo dia 30 de Março de 2022 vamos festejar 13 anos de blogue Aventar. Convosco.

A caminho de 30 de Março

A 30 de Março de 2009 nascia o Aventar. No próximo dia 30 de Março de 2022 vamos festejar 13 anos de blogue Aventar. Convosco.

 

Era uma vez o défice açoreano, que afinal é quatro vezes maior que o anunciado pela junta de salvação regional

Há duas semanas, o governo regional dos Açores, que resulta de uma coligação entre PSD, CDS e PPM com acordos de incidência parlamentar com IL e CH, anunciou que o défice de 2021 se havia situado nos 92,6 milhões de euros, 2,1% do PIB regional. Duas semanas volvidas, o INE revela que o buraco nas contas públicas da região autónoma se fixou afinal nos 360 milhões, quatro vezes o valor apresentado pelo executivo Bolieiro.

Para quem tinha um plano infalível, que era uma espécie de salvação regional dos Açores para acabar com o nepotismo socialista e com a “mama” dos beneficiários de prestações sociais, a gestão da coligação de direita é uma desilusão. Seja nas contas públicas, seja na nomeação de boys e familiares para a administração pública local. Valeu a pena mandar o cordão sanitário às urtigas, não valeu?

A FDUL e o Alexandre Guerreiro – esclarecimento:

Sobre a “notícia” que teve origem na Revista Visão sobre o Alexandre Guerreiro, o Professor Carlos Blanco ( FDUL) já esclareceu* o seguinte

“A informação é falsa.
1. Guerreiro que é doutorado pela Faculdade foi proposto na reunião de ontem como investigador numa lista de pessoas ao Conselho Científico do Centro de Investigação.
2. Vários investigadores objectaram à inclusão.
3. Clarifiquei, como coordenador científico, que a não inclusão se deveria centrar em razões científicas e de mérito e não por delito de opinião. Tanto mais que foi convidado como orador externo para uma iniciativa em Abril sobre a Ucrânia.
4. Por proposta do Presidente do Conselho, Prof. Sérvulo Correia, de forma a que não fosse prejudicada a inclusão de outros candidatos que era pacífica, foi adiada a votação sobre a inclusão do dr. Guerreiro para uma sessão futura do órgão.
5. Não se pode expulsar de um centro de investigação alguém que não o integra como investigador. A notícia foi deliberadamente deturpada.”

A notícia foi escrita por Mafalda Anjos, directora da revista Visão.. Não foi uma estagiária, foi mesmo a directora….

*Informação recolhida na página do João Gonçalves

Alexandre Guerreiro: o erro em fazer dele uma vítima

Fui o primeiro, aqui no Aventar, e dos primeiros nas redes a “malhar” no Alexandre Guerreiro. E continuarei a malhar no que tiver de malhar sobre as suas opiniões se com elas não concordar. Dito isto, é um erro fazer dele uma vítima e esta atitude da FDUL noticiada pela Visão é exactamente isso, fazer dele uma vítima. E é de uma hipocrisia sem nome. Alexandre Guerreiro nunca escondeu ao que vinha, sobretudo nunca escondeu da FDUL, basta ler a sua tese de doutoramento produzida, defendida e aprovada pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa em 2016 e não ontem…

Esta decisão é um erro crasso. Igual ao erro de calar as televisões russas ou censurar a cultura russa. Um erro e uma estupidez. A nossa diferença é essa, a da defesa intransigente da liberdade de expressão.

Discurso do Almirante Gouveia e Melo

Aqui fica o discurso do Almirante Gouveia e Melo ao Corpo de Fuzileiros após os trágicos acontecimentos que levaram à morte do jovem agente da PSP Fábio Guerra:

“Tenho os Fuzileiros como a Força de elite da Marinha”, afirmou, recordando as missões que partilhou com eles “braço com braço” nos submarinos e na fragata que comandou, bem como nos incêndios de Pedrógão Grande em 2017.

“Conheço o vosso profissionalismo, as vossas qualidades militares, sei da vossa generosidade e dedicação, mas hoje tenho que vir aqui partilhar o que sinto convosco, na sequência de desacatos que resultaram no falecimento do Agente da PSP Fábio Guerra, na madrugada do último sábado. Quando penso em coragem penso naquela coragem que não se exibe, naquela entrega que os militares fazem motivados pelo sentido do dever e de lealdade à Pátria, de uma coragem firme, constante e sempre discreta. Ver Fuzileiros envolvidos em desacatos e em rixas de rua, não demonstra qualquer tipo de coragem militar, mas sim fraqueza, falta de autodomínio, e uma necessidade de afirmação fútil e sem sentido.

“Digo-vos enquanto comandante da Marinha que se não conseguirem ser isso mesmo, lobos na selva, mas cordeiros em casa, então não passamos de um bando violento, sem ética e valores militares, sem o verdadeiro domínio de nós próprios e, se assim for, não merecemos a farda que envergamos, nem os 400 anos de história dos Fuzileiros”, afirmou o chefe da Armada.

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Gestores, precisam-se. Vergonha, também

No lançamento do jogo com o Boavista, instado pelos jornalistas a pronunciar-se sobre não ter sido – e normalmente não ser – “possível conciliar, na mesma época, uma campanha europeia de relevo e a conquista da Liga”, Sérgio Conceição foi taxativo: falta dinheiro.

Referia-se ao trajecto – penoso – ao longo do fair-play financeiro e aos 514,5 milhões de passivo, aos capitais próprios negativos de 200,198 milhões, consubstanciados nas perdas de 205,185 milhões na gestão dos últimos quatro anos.

Aliás, na impossibilidade de chegar com luz ao fim do túnel, em gestão normal, enquanto não encontra o ansiado parceiro internacional, interessado em investir no capital da SAD (lembre-se que a SAD portista já teve capital espanhol na estrutura accionista), o Departamento Financeiro vai praticando, em tabuleiros menores, empréstimos obrigacionistas que possam empurrar com a barriga para a frente o reembolso do mútuo anterior, seduzindo os investidores com um ganho de 1%, se trocarem obrigações do anterior empréstimo por obrigações do actual. [Read more…]

Ucrânia e a extrema direita

Nada como um banho de realidade: alguma malta não se cala com a pretensa força da extrema direita na Ucrânia. Eu sei que basta um facho, eu sei. Mas vamos lá olhar para as coisas como elas são:


🇫🇷 34% (2017)
🇮🇹 17% (2018)
🇪🇸 15% (2019)
🇧🇪 12% 2019)
🇳🇱 11% (2021)
🇩🇪 10% (2021)
👉🇺🇦 2% (2019)

Ah, e em Portugal? O triplo da Ucrânia: 7,18% para o Chega.

Portugal… bem, está quase

Zelensky, afirmou que Portugal pertence ao grupo de países que mostra (mais) relutância em tomar decisões a favor do seu país.

Não admira.

 

Afinal…

COVID, CRISE CLIMÁTICA, GUERRA…

Mas afinal não era suposto ser o mercado a resolver tudo??

Deixem a indústria fóssil resolver o aumento dos preços, deixem… e já agora continuem a meter-lhe mais uns tustes no bolso com o autovoucher…