PCP nunca mais

Desde que posso votar, há mais de 30 anos, votei quase sempre no PCP. Por causa da defesa dos trabalhadores, dos mais carenciados, do papel do Estado na sociedade.
Defendi sempre o PCP publicamente. Comecei a escrever no 5 Dias, um nome mítico da blogosfera, e foi a partir daí que nasceu o Aventar.
Nunca tendo sido comunista, via o PCP, ainda assim, como aquele que mais se aproximava das minhas posições.
A política internacional era outra coisa. A defesa sistemática de Ditaduras e de regimes autoritários. A Coreia do Norte ser uma Democracia. A China. A Venezuela.
Ao defender um regime nazi como o de Putin. Ao hostilizar um país que após décadas de opressão russa caminha finalmente, desde há 8 anos, para a democracia plena. Ao insultar Zelensky, um presidente democraticamente eleito em 2019 e que em três anos teve de lidar com uma pandemia e uma GUERRA. Ao relativizar uma invasão cujos argumentos não diferem muito dos de Hitler («conquistar espaço vital»), o PCP tem as mãos cheias de sangue.
E desta vez não dá mais para ignorar. As mãos sujas de sangue do cão assassino Putin não são muito diferentes das mãos sujas do PCP e de todos os que continuam a defender o indefensável.
Seja o Jerónimo de Sousa, seja o Miguel Tiago, seja a obscura e sinistra professora de Filosofia da Ponta do Sol a que o Aventar (infelizmente) em tempos deu guarida.
Para mim, PCP nunca mais. Acabou. Não vai dar para esquecer.

A Arma Secreta Para Ser Escritor

Estamos habituados, ultimamente, a procurar métodos e hacks que nos permitam fazer o que pretendemos, de uma forma mais inteligente, mais produtiva ou, no limite, mais engraçada. Que dê mais gozo.

No entanto, quando o assunto é o ofício da escrita, tenho “más” notícias. A arma secreta para sermos escritores e, sobretudo, para nos tornarmos melhores escritores, é mesmo… escrever. Escrever.

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O TCE-Rex em Lisboa

Para quem estiver em Lisboa, aqui fica o convite: venham ver o dinossauro gigante que representa o Tratado da Carta da Energia (TCE), à Praça do Comércio, 11h, no dia 24 de Abril.

O TCE-Rex vai fazer uma digressão pela Europa, ao longo dos meses de Abril e Maio, passando pelas principais cidades europeias e alertando que o TCE é uma ameaça para as políticas climáticas da UE e dos Estados-Membros.

O TCE protege os combustíveis fósseis e ataca o bolso dos contribuintes, porque põe os lucros dos investidores estrangeiros acima do direito dos estados a regular, seja pelo clima ou para reduzir o preço da electricidade. É mais do que tempo de os governos da UE se libertarem, nos libertarem, e abandonarem este tratado jurássico.

 

Excerto do mais recente Relatório do IPCC, capítulo 14, p. 81:

“Um grande número de acordos bilaterais e multilaterais, entre os quais o Tratado da Carta da Energia de 1994, inclui disposições para a utilização de um sistema de resolução de litígios entre investidores e Estados (ISDS) concebido para proteger os interesses dos investidores em projectos energéticos das políticas nacionais que poderiam levar a que os seus activos se tornassem obsoletos. Numerosos académicos indicaram que o ISDS pode ser utilizado por empresas de combustíveis fósseis para bloquear a legislação nacional destinada a eliminar gradualmente a utilização dos seus activos (Bos and Gupta, 2019; Tienhaara 2018).”