Greve geral ao arrepio dos ensinamentos (neo)liberais

Há dias li por aí que o problema com as greves da CP residia no facto de se tratar de um monopólio estatal. Que, privatizando a empresa e liberalizando o mercado, o problema resolver-se-ia. Strawberry neoliberal fields forever.

A mesma pessoa que brindou o Twitter com o brilhante raciocínio acima, aproveitou para acrescentar que, se fosse num país como o UK, onde o mercado é liberalizado e existem alternativas, tal nunca poderia acontecer.

Entretanto, no mundo real, a propaganda bateu na trave, com estrondo, e saiu do estádio. A culpa, em princípio, terá sido do socialismo.

Comments


  1. Há um diferença importante. Uma greve total de uma empresa de transportes públicos, seria, no caso português, não a maior dos últimos 30 anos, mas (com sorte) a maior dos últimos 30 dias.

    • Paulo Marques says:

      30 dias, lol.
      Há outra, intimamente ligada: é uma greve sectorial, e não de uma empresa, porque em todo o lado está uma miséria.


      • Lamento ser eu a informá-lo, mas, em Portugal, uma greve da CP ou da Refer é uma greve sectorial.

        • Paulo Marques says:

          Tenho prazer de lhe informar que a UE já obrigou a que assim não seja há muito, e que não só há outros operadores, como são livres de aparecerem mais.
          Há um problema, têm que se chegar à frente.

  2. José Ferreira says:

    Hum raciocínio de alcova, como se os privados não pudessem fazer greves… socialismo pensa assim!

    • Rui Naldinho says:

      Claro que podem. Mas debaixo de enorme chantagem e ameaças. É tão evidente que esse seu comentário parece quase infantil.
      Por outro lado o neo liberalismo tem o condão de fazer grande parte das vezes aquilo que vocês criticam nalgum tipo de socialismo. Fazer desaparecer empresas em sucedâneo, num verdadeiro processo de canibalização voraz. Na Europa não se nota muito, mas na Ásia é muito comum.
      Não é por acaso que os grandes grupos económicos se respaldam, todos eles, em garantias dadas pelo Estado, sob forma de lei, quando não por lobis poderosos, Eduardo Catroga é um bom exemplo disso, cuja única função é garantir o não liberalismo no seu sector de actividade, obtendo antecipadamente um conjunto de prerrogativas que os tornam intocáveis. Mais, quando por motivos imprevisíveis a coisa descamba, são os primeiros a pedir socorro ao Estado, ou à comunidade de Estados, quando são vários e diversificados por países, como aconteceu com a Banca.

    • POIS! says:

      Pois, mas olhe que…

      No programa original dos Quartos Pastorinhos…

      “Greves era só das seis e meia às sete
      Em frente a um cassetete” (*)

      E no atual? Bem, não está lá nada. Nada sobre greves nem, na realidade, sobre o que seja. Apenas conversa de tasca de Mithá Ribeiro à hora do fecho.

      (*) Sérgio Godinho

  3. Joana Quelhas says:

    Lá vem a retorica comuna. Mentirosa como sempre. A greve é impossivel nos paraisos comuno/socialistas. As greves sao possiveis nos paises liberais. Nos casos mistos que Portugal é um dos piores exemplos , onde coexiste um socialismo/comunismo lado a lado com um capitalismo de estado, onde o setor privado se esfalfa a trabalhar para manter o setor publico , assistimos a greves contínuas das “empresas” de Estado, q como nao tem de obedecer as leis do mercado podem fazer aquilo q muito bem lhes apetece, com o beneplacido dos governos q apenas pretendem conquistar os seus votos para a proxima eleição. Por isso os comunas travam uma luta de morte pela manutenção do sector “empresarial” do estado. Mas na falência q se aproxima esse sector cai diminuir um bocado Tem sido assim a cada falencia xuxalista. Parece que terá q ser assim, temos q bater no fundo para depois Portugal se ver livre destes pesos mortos q nos impedem de crescer não só a nivel economico como a todos os outros.

    Joana Quelhas

    • POIS! says:

      Pois então ó Quwelhass…”temos q bater no fundo”?

      E que culpa tem o fundo para ter, assim, de levar nos cornos?

      Mas, se temos mesmo, vá andando Vosselência na frente que a malta já lá vai a ter.

    • Paulo Marques says:

      Ah, bom, afinal não somos um regime socialista, já somos um regime de capitalismo de estado como o camarada das botas, onde… hmmm, como é que iam as greves mesmo?
      A novilíngua continua forte, onde não faltam as tais de falências que não o são, mas vai correr mal para o diabo enquanto para o BCE a realidade continue a ter muita força.

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