Luís Montenegro foi finalmente rei e senhor do congresso do seu partido. Teve-o na mão. Subiu várias vezes ao púlpito, com a confiança de quem passou anos a preparar este momento, sorriso de orelha a orelha e muitas ideias para o futuro do país.
É bom que o PSD tenha muitas ideias para o futuro do país. O país precisa sempre de muitas ideias para o futuro, porque costuma ter poucas. E o PSD de Montenegro deve apresentar as suas, que, a julgar pelas escolhas para a nova cúpula da São Caetano, serão, pelo menos em parte, previsíveis.
Montenegro serviu-nos um appetizer do PSD que se segue, logo na sua primeira intervenção. Começou por puxar o partido para a direita, “à velha moda do PPD”. Seguiram-se as demarcações. Primeiro do “socialismo” do PS, com o busto de Sá Carneiro a ver lá atrás, a seguir do “ultraliberalismo”, numa clara alusão à IL, feita, em boa medida, de dissidentes do PSD. Estranhamente, ou talvez não, não se falou no CH, no segmento dedicado aos afastamentos.
Quem se afastou, e fez questão de o dizer com todas as letras no congresso, foi Jorge Moreira da Silva:
Defendi a interdição de qualquer tipo de diálogo, ou negociação ou acordo com forças populistas, extremistas, xenófobas e racistas. E perdi.
Podia ter parado ali e feito o mic drop. Mas Moreira da Silva estava com a corda toda e concluiu:
E acreditem: eu não tenho nenhuma obsessão com o CH. Eu tenho uma obsessão com a qualidade da democracia portuguesa e com a necessidade do PSD crescer e ter uma maioria absoluta em Portugal.
O montenegrismo estremeceu. Mas passou-lhe rápido, porque entretanto passaram dois dias e o Twitter já não se lembra do Jorge Moreira da Silva.
Quem também por andou por lá foi Marques Mendes, o Marcelo Rebelo de Sousa da wish. O comentador do prime time dos prime times que já foi de Marcelo. O comentador mais bem informado desde Marcelo. Disse Mendes (belo apelido, a característica que mais aprecio nele) algo como Luís Montenegro ter surpreendido com as escolhas para os órgãos do partido, que incluem Leitão Amaro, Carlos Moedas, Maria Luís Albuquerque, Matos Correia, Hugo Soares e Miguel Pinto Luz. Não compreendo a surpresa com os nomes. Só estranhei a ausência de Pedro Passos Coelho, Miguel Relvas e Marco António Costa. De resto, era o que se esperava dele, enquanto representante do PSD que Rio derrotou várias vezes, apenas para estar na linha da frente do choque que foi a maioria absoluta do PS.
Por falar em maioria absoluta do PS, atentem nas palavras de Paulo Cunha, antigo presidente da CM de Famalicão e aliado de Montenegro na tomada da São Caetano:
É hoje sabido, que fora deste congresso, há todo um país que deseja uma alternativa a este governo.
Não discuto que haja muita gente descontente com o governo. É natural que haja. Mas alguém tem que dizer à escolha de Luís Montenegro para a vice-presidência do partido que o PS ganhou as Legislativas deste ano com maioria absoluta. Com mais 747 mil votos que o PSD. Não sei se os cinco meses que passaram entretanto produziram uma mudança tão dramática nas intenções de voto dos portugueses, mas tenho as minhas dúvidas.
Não sei quanto a vós, mas suspeito que vem aí o diabo. Não sabemos se será desta vez que dará o ar da sua graça, mas garanto-vos que ele vai andar por aí.
Se sobreviver às facadas, durante os quatro anos que separam a entronização deste fim-de-semana e as próximas Legislativas, Montenegro tem legítimas aspirações a governar o país. Coligado com a unipessoal de Ventura, claro. Será o regresso do passismo sem Passos, mas com a entourage de outros tempos e uma crise em curso, que começou com a pandemia, aprofundou-se com a invasão de Putin e promete prolongar-se alguns anos, com consequências imprevisíveis, num contexto de desagregação e corrosão acelerada dos valores ocidentais. Tem tudo para correr mal. E ainda corre o risco de ser o António José Seguro de Carlos Moedas. Mas venha daí o montenegrismo. Pior que o rioísmo, em princípio, não será. Em princípio…
Essa de ter convidado o “Figueira-da-Foz” à porta fechada, diz tudo !
Se passismo significa ‘não ignorar os problemas’, seja bem vindo!
Pois, significa, significa!
Significa “não ignorar os problemas, exceto os que não devemos conhecer”.
Dito de outro modo “não ignorar uns problemas e ignorar outros”. Conforme convém.
Já aqui disse: aproxima-se a passos largos um futuro montenegro! A luz há-de ir abaixo e haverá choro e rangel de dentes.
Tirem o coelhinho da chuva, que isto não vai andar como o laranjal albuquerque andasse. Não há moedas que lhe comprem o ansiado poder.
Ah! E esqueçam o Leitão da Bairracada!
Não só não ignorar, mas ter a certeza que aumentam, a bem do país.
Afinal, não acertou nenhuma meta, nem as que pôs a si próprio.
Abaixo maçónicos
Seita de segredos e muito mais……
Fora com o maçon Montenegro
Fora do PSD
Um dos passos para endireitar o país é a extinção do PSD, e de todos os partidos à sua direita.
Portugal precisa de uma verdadeira política de esquerda, levada a cabo por partidos e pessoas patrióticos e competentes
Sim, mas…
Extinguir a Irmandade do Quarto Pastorinho? Não façam isso!
Tem sido um fartote! Já não me ria tanto desde que o outro caiu da cadeira(*)
(*) E, por modéstia, autoextinguiu-se.
Não te chegou o 1975?
Foi pouco; aí estamos de acordo!
A quadrilha ainda nada disse sobre como vai devolver os ordenados, pensões, e horas roubadas, ou está só à espera que lhe caia mais no colo outra vez?