Quando discutimos o que fez um puto de 9 anos numa tarde de verão, sábado à tarde, em 1966, é possível estarmos a delirar ou a discutir política, embora fosse mais sensato aprender psicologia da memória; estamos em Portugal, temos uma imaginação fértil e abundante.
O que faz aqui sentido é pensarmos a nossa memória. Tratando-se de Sócrates o que ficou dentro dela, transbordante, está nesse vídeo, ou neste. A partir daqui, porque a memória também a construímos, é perfeitamente plausível que décadas depois alguém tropece na sua memória sobre um dia qualquer na infância, e lhe apontemos o dedo: mentiroso.
E já agora, constato que o Best of de Passos Coelho, aqui publicado exactamente um ano após o de Sócrates, já o ultrapassou em visualizações. Esse, daqui a uns anos, quando abrir a boca para dizer bom dia já todos nos estamos a rir e a apontar dois dedos: mentiroso.
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