Paulo Rangel e o equívoco de Madrid

E assim, de repente, vejo o Professor Doutor Paulo Rangel na televisão portuguesa aos berros num inenarrável castelhano em plena manifestação das direitas espanholas, em Madrid. Porquê?

O Partido Popular espanhol ganhou as últimas eleições legislativas espanholas. Contudo, não conseguiu a maioria absoluta. Nem somando os deputados eleitos pelo VOX. Ao todo, entre PP e VOX, 11 milhões de eleitores votaram na chamada “direita” e assim elegeram 169 deputados. Por sua vez, o PSOE e o SUMAR, as “esquerdas” somaram pouco mais de 10,7 milhões de votos e 153 deputados. Porém, o somatório dos partidos chamados “independentistas” que vão da Catalunha ao País Basco passando pela nossa bem conhecida Galiza, conseguiram mais de 1,5 milhões de votos. Ou seja, as esquerdas, em conjunto com os independentistas, conseguiram atingir a maioria absoluta e, dessa forma, o PSOE e o SUMAR formaram governo, recentemente empossado e representando mais de 12,5 milhões de eleitores. Eu não vou nem aqui nem agora discutir a “bondade” ou “maldade” da decisão. Em Espanha, a exemplo de Portugal, existe uma democracia e, de quatro em quatro anos, no mínimo, os eleitores são chamados a votar e decidir. Permitam-me apenas um pequeno esclarecimento, muito pequeno: tenho visto muitos comentadores televisivos, em Portugal, a dizer que o acordo com os independentistas foi uma surpresa para o eleitorado espanhol. Vivo em Espanha há mais de sete anos, antes disso estudei em Espanha e, tanto por questões familiares como até profissionais, sempre tive uma grande proximidade e um razoável conhecimento da realidade espanhola. Ora, afirmar que foi uma surpresa é, no mínimo, atrevimento. No passado, até o PP se aliou com os independentistas da Catalunha e do País Basco e, mais recentemente, o PSOE governou com o apoio de todos eles. A surpresa, a ter existido, foi o PP não ter conseguido ter maioria absoluta, nem somando os seus deputados aos do VOX…

Porém, o meu artigo não é sobre o resultado das eleições espanholas. É sobre um outro facto: o de ter visto Paulo Rangel, vice-presidente do PSD, a discursar numa manifestação muito particular realizada em Madrid no passado fim de semana. Não se confundam, não era um comício do Partido Popular – e, mesmo que fosse, já teria muitas reservas em concordar – foi uma manifestação convocada por associações “cívicas” espanholas ligadas à direita e à extrema direita espanholas com o apoio do PP e do VOX. Vou repetir, organizada por associações cívicas de direita e de extrema direita. E a extrema direita espanhola é muito peculiar. Uma parte, muito pequena, do PP e mais robusta do VOX olha para Portugal de uma forma pouco….como direi….agradável. Não é a primeira vez, nem a segunda, tão pouco a terceira que surgem textos, panfletos ou cartazes dessas “direitas” em que no mapa de Espanha está incluído como parte integrante desta o nosso país. Quem está atento a algumas páginas de Facebook destas “direitas” espanholas onde estão alguns, poucos, militantes do PP e muitos do VOX e imensos membros de algumas das tais plataformas “cívicas” que organizaram a referida manifestação, sabe que o “apetite” pela integração plena de Portugal como região de Espanha não é nem escondido nem tão pouco disfarçado. Obviamente, os mais desmiolados da turba até advogam o uso da força se necessário. Mas “tolinhos” existem de ambos os lados. Só isto já deveria criar desconforto suficiente para um vice-presidente do PSD não se misturar em semelhante. 

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O duplo-padrão (e a hipocrisia) de Paulo Rangel

Devo começar por dizer que partilho da preocupação do eurodeputado Paulo Rangel. Preocupa-me que o PS e que o grupo S&D não se tenham já distanciado do SMER e de Robert Fico.

Aliás, já o deviam ter feito há muito, porque Fico não acordou populista e pró-russo esta semana.

Mas julgo que o critério que leva a imprensa nacional a omitir este facto será o mesmo que a levou, durante 11 anos, a omitir que o Fidesz de Viktor Orbán fazia parte do PPE, o grupo do PSD no Parlamento Europeu.

Orbán que teve (tem?) como consultor Mário David, outrora Secretário de Estado do PSD e colega de Paulo Rangel em Estrasburgo, algo que os mesmos media sempre foram exímios a abafar. [Read more…]

Mil águas tem o Rio

Fotografia: José Coelho/EPA

Rui Rio foi reeleito, no Sábado, líder do PSD, derrotando Paulo Rangel nas directas do partido.

Depois de meses a dá-lo como morto, Rui Rio consegue, mais uma vez, uma importante vitória (sobretudo pessoal), sempre com aquela postura de cão-que-ladra-e-não-morde mas, quando consegue as vitórias que nem o próprio acredita serem possíveis (foi assim com Montenegro, foi assim nas Autárquicas em Lisboa, foi assim agora nas directas frente a Rangel), lá se agiganta no discurso e faz do seu latir um rugir que ecoa… na sua própria consciência. [Read more…]

Directas PSD 2021 – 2

Apuradas pouco mais de 50% das secções:

Directas PSD 2021 – 1

Apuradas que estão 1/3 das secções de voto:

 

 

Rangel ganhou distrito de Castelo Branco. Rio ganhou distrito de Viana do Castelo.

 

EM ACTUALIZAÇÃO

Paulo Rangel e a Comunidade LGBTQIA+ do PSD

Estou persuadido de que Rangel obterá uma vitória significativa nas eleições internas, talvez por ser o primeiro candidato a líder que consegue arregimentar, em torno de si, a vastíssima, embora silenciosa, Comunidade LGBTQIA+ do PSD.
A ver vamos

Quem é Nuno Miguel Henriques?

é o militante do PSD que também quer liderar o partido e que vai obrigar Paulo Rangel a debater. The plot thickens…

Rio abaixo, em direcção ao precipício

Entrevistado por Vítor Gonçalves, na RTP, Rui Rio assumiu estar preparado (e determinado) para dialogar com o PS. Para evitar que Costa se volte a virar para BE e PCP, sublinhou. Ou para viabilizar o seu próprio governo, inevitavelmente minoritário, agora que, assegura, não há diálogo possível com o Chega.

Por muito que se possa elogiar este aparente sentido de Estado, mesmo depois de Costa ter feito questão de detonar, com estrondo, a ponte com o PSD, é preciso não conhecer o partido em que se transformou o PSD para cometer este hara-kiri em canal aberto. Um partido em que parte significativa dos seus militantes, altamente radicalizados, agarrados a uma narrativa lunática muito idêntica à pregada pela extrema-direita, defende que vivemos num regime totalitário idêntico ao venezuelano, controlado por um lobby gay-feminista-socialista, financiado pela dupla Soros & Gates, que quer reduzir a população mundial através da ideologia de género, com a lavagem cerebral a começar na escola primária.

Estas pessoas não querem nem ouvir falar de acordos com o PS. Preferem o Chega. A própria IL, para muitas destas pessoas, é uma perigosa agremiação de esquerda. Pessoas que comparam Costa a Salazar e, em caso de dúvida, escolhem o segundo. Rio parece já não conhecer a sua audiência. Paulo Rangel, mais táctico e calculista, agradece.

As alternativas a António Costa são estas? Então a culpa é do socialismo.

Aplicada a machadada final no que restava da Geringonça, da qual o BE já havia debandado ao chumbar o Orçamento do Estado para 2021, os partidos à direita deram início às celebrações, que, de resto, já haviam começado com a vitória de Carlos Moedas em Lisboa, que muitos consideraram ser o ponto de viragem e o acontecimento que marcava o início do fim da hegemonia do PS. E talvez o seja, a ver vamos.

Contudo, que direita se propõe governar o país? Um PSD entregue a uma guerra interna, mal cheirou a poder, com Paulo Rangel a liderar a rebelião, o mesmo Paulo Rangel que, não há muito tempo, afirmava, convictamente, que Rui Rio seria o próximo primeiro-ministro de Portugal, e expressava todo o seu apoio ao ainda líder do PSD, para no final da passada semana protagonizar uma espectáculo de facas longas em Belém, com um Marcelo que, no processo orçamental, falhou em toda a linha? Um CDS que, perante a crise à esquerda, decidiu ter o seu momento “hold my beer” e entrou em processo de autodestruição, com uma debandada geral da inteligentsia portista? Um CH cada vez mais extremista, que, só nestes últimos dias, teve o seu dono a insurgiu-se contra a expressão “Fascismo Nunca Mais”, um vice-presidente a fazer um ataque misógino e ordinário a uma deputada e outro a atacar jornalistas, acusando-os de serem “o tumor maligno da democracia”? Uma IL irrelevante, que está para o PSD como o Bloco está para o PS? O que têm estes partidos, no presente momento, para oferecer? Pouco ou nada, parece-me.

Entretanto, no Largo do Rato, António Costa sorri e debate, internamente, dois cenários: ganhar com maioria absoluta ou ganhar sem maioria. Se o primeiro se verificar, algo que me parece pouco provável, pouco haverá a dizer. Caso ganhe sem maioria, importa saber o que restará das pontes que uniam o PS aos partidos de esquerda, e se ainda será possível reconstruí-las. Seja qual for o cenário, tudo indica que o poder continuará do lado esquerdo do espectro. A direita está demasiadamente ocupada consigo própria, e com quem decidirá a formação das listas de deputados para as próximas Legislativas, para discutir o país e apresentar uma alternativa credível. Mas o responsável pelo buraco em que se enfiou, seguramente, há-de ter sido o socialismo.

Deve ter ido pagar as quotas para poder votar no Rangel…

Após chumbo do Orçamento, Marcelo saiu de Belém para ir… ao multibanco

Recado ao Presidente da República

Bruno de Carvalho exige ser recebido por Marcelo.

Marcelo, Rangel e a selfie da filhadaputice

Aquilo que Marcelo Rebelo de Sousa fez a Rui Rio, ao receber Paulo Rangel em Belém, não na qualidade de eurodeputado, mas na de candidato a líder do seu partido, que vem a ser o mesmo do presidente, tem um nome. Chama-se filhadaputice.

A filhadaputice torna-se ainda mais filha da puta se considerarmos o momento que vivemos, com o chumbo do orçamento iminente, a possibilidade de dissolução da Assembleia da República e as internas do PSD no horizonte. Internas que Rangel está a tentar, a todo o custo, antecipar, correndo atrás de assinaturas para um conselho nacional extraordinário. Terá reunido com o presidente para coordenar o calendário da dissolução da AR? Não sabemos. Mas sabemos que já cheira a sangue e a poder, que Rio está na linha da frente para ser primeiro cordeiro a ser sacrificado e que o velho Marcelo, não o performer das selfies, está oficialmente de volta.

Repito o que já escrevi estes dias: Rangel está em melhor posição que Rio para derrotar Costa nas urnas. E em pior para formar governo, por ter queimado as pontes com o CH, cujos deputados poderão ser fundamentais para a aritmética à direita. Da minha perspectiva, que tenho como prioridade máxima a reposição do cordão sanitário com a extrema-direita do lado de fora, Rangel serve melhor os meus interesses do que Rio. Mas esta sequência de punhaladas nas costas de Rui Rio, à qual se junta agora Marcelo, é reveladora daquilo que poderá vir a seguir. Não surpreende. Rangel tem a escola dos grandes escritórios de advogados neste país. É um lobo com pele de cordeiro. Mal por mal, de Rio sabemos o que esperar.

Paulo Rangel, a crise política e a incompetência da direita

Apesar de situação delicada em que se encontra a esquerda e, em particular, o governo de António Costa, o PSD decidiu, uma vez mais, dar a mão ao regime vigente. Bem sei que Paulo Rangel tinha a coisa bem estudada, montou e pôs um prática um plano bem pensado e estruturado, e até contou com o contributo de altas personalidades do partido, que, de forma mais ou menos dissimulada, se prontificaram a apoiar o assalto ao castelo da São Caetano. Azar o deles, a política não é uma ciência exacta e as sondagens autárquicas não se confirmaram, oferecendo a Rui Rio um prémio de consolação que foi bem para lá do expectável e daquilo que está direcção do PSD podia aspirar. E que pôs em causa o plano de Paulo Rangel, que contava com um desaire nas Autárquicas para chegar, sem sobressaltos, ao topo da hierarquia do partido.

Sucede que já era tarde demais para Rangel recuar. E com o exército passista mobilizado à sua volta, com a perspectiva de regressar ao governo e de pôr as mãos na bazuca, colocar o plano em lume brando já não era opção. Vai daí, Rangel não teve outra opção que não fosse avançar. E Rio, com toda a legitimidade, decidiu defender a sua posição, depois de três anos e meio de travessia no deserto. É natural que não queira ser o António José Seguro de alguém que, ainda há meses, dizia estar de pedra e cal com o ainda líder do PSD. E com razão, diga-se. E escrevo isto com a certeza que Rangel está em melhores condições para derrotar Costa nas urnas.

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Eu Apoio: Médio-Prazo-Memória-Curta

Em 2019, Paulo Rangel, em entrevista ao Diário de Notícias, revelava o seu apoio incondicional a Rui Rio. 

Dois anos volvidos, o que mudou? Dois anos de distância são curto, médio ou longo prazo? Paulo Rangel estará confuso agora? Ou estaria confuso em 2019? E quando Rui Rio era presidente da CM do Porto e Paulo Rangel auxiliava nos assuntos jurídicos, pondo ao seu serviço a CuatreCasas, sociedade de advogados representada por Rangel? Também estaria confuso?

E é assim, na espuma dos dias e no cavalgar da fraca memória dos portugueses e da opinião pública, que Paulo Rangel montou todo um cenário diabólico acerca de Rui Rio, conseguindo até, no entretanto, jogar a cartada do ‘coitadinho’ (desengane-se quem achar que os timings do vídeo da bebedeira em Bruxelas e da saída do armário – do PSD – foram coincidência) e, com isso, que dele se falasse – a estratégia do “bem ou mal… falem de mim!” é por demais conhecida à direita.

O Partido Popular Democrático caminha, a passos largos, para um enterro cada vez mais inevitável. Uma coisa é certa: Pedro Passos Coelho matou o PPD/PSD, Rui Rio abriu a cova; e agora, só falta que Paulo Rangel, mais um incapaz, comece a atirar-lhe a terra para cima. Mais depressa se apanha um troglodita no PSD do que um santo numa igreja.

Isto faz todo o sentido.

Homodireita: não tenho nada contra, mas…

JN – 2 de Outubro de 2008: esclarecedor

E por Vezes
de David Mourão-Ferreira

«E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos   

E por vezes
encontramos de nós em poucos meses

o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos

E por vezes lembramos que por vezes
ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites, não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos
E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se evolam tantos anos»

Depois de anos, décadas e séculos em que a direita fez questão de ostracizar homossexuais, confesso que é lindo, agora, depois de um homem, branco e de direita se ter assumido homossexual, ver a direita a fazer dos mais belos malabarismos para se vir dizer defensora dos direitos LGBTQI+.

Senhores, deixem-se de merdas. Isto é só a prova de que direitos LGBTQI+ são direitos humanos e que, enquanto estes (e outros direitos) não forem cumpridos, os direitos universais não serão cumpridos.

A homofobia combate-se com políticas públicas de inclusão, de informação e de educação. Todo o escabeche que foi feito nos últimos dois dias em relação a Paulo Rangel tem um nome: hipocrisia. E quem melhor do que a direita para nos mostrar, tão bem, o que é ser hipócrita?

Se um dia Paulo Rangel for líder da oposição, ou, quem sabe, de um governo, aí sim, saberemos, finalmente, como age a direita perante os direitos humanos. Até lá, continuemos a dar a todos os eleitores de direita, aquilo que eles gostam: beijos gregos.

Pode haver quem não note, mas esta gente é irresponsável- o acordo UE-Mercosul

Reza a opinião do eurodeputado Paulo Rangel:

Um exemplo relevante em que, embora sem sucesso, a presidência portuguesa esteve bem foi a do acordo de comércio entre a UE e o Mercosul. O estreitamento de laços comerciais entre a Europa e a América do Sul é decisivo, não apenas na dimensão económica, mas também ambiental, social e de geopolítica global. Aqui, verdade seja dita, Portugal tem cumprido escrupulosamente aquela vocação de “ponte” ou de “fazedor de pontes” que justamente a dupla identidade lusófona e europeia lhe dá”.

Blábláblá e toca a andar para a frente com um acordo catastrófico para o Planeta e os Direitos Humanos, entre outras calamidades que promove.

Esta gente anda a chegar achas ao Planeta e não é julgada por isso. A História o fará, mas, até lá, já o mundo será um lugar diferente e as gerações futuras terão de se amanhar.

Não é fofinho?

«“embora possa também ter uma sanção tipo suspensão”, admite o vice-presidente do PPE, Paulo Rangel»

Eis o grande democrata Rangel, sem tomates para apontar a porta de saída do ditador Orbán, mas de peito cheio para o regime do lado, na Venezuela.

«“Tudo o que o PPE, o Parlamento Europeu e eu próprio, enquanto dirigente da maior família política da União Europeia, puder fazer para levar novamente a democracia e a prosperidade ao povo venezuelano, farei sem hesitar um segundo”, garante Paulo Rangel, num comunicado enviado à imprensa.»

«“O nosso objetivo é também pedagógico”, frisa Nuno Melo»

Não merece respeito que a ele não se dá.

«PSD e CDS estão entre os promotores de uma iniciativa “pedagógica” para forçar o político húngaro a cumprir regras da democracia e liberdade.»

Que fofinhos.

A mobilidade social à distância de um balido

Congresso

Tenho pouca paciência para congressos partidários. São exercícios algo hipócritas, onde tudo aparenta ser maravilhosamente belo e convergente, apesar das facas em anexo. O líder tende a surgir perante as massas como uma espécie de Deus, os notáveis fazem fila para polir o seu calçado, os aspirantes voltam para casa com as línguas inchadas e as manifestações de discordância, quando há lugar a tal atrevimento, primam pela timidez e pela contenção politicamente correcta. Salvo raras excepções. No fundo, os congressos acabam por ser um pouco o espelho daquilo que temos na Assembleia da República: elegemos deputados para nos representarem mas os seus braços votam em função daquilo que o topo da pirâmide partidária decide. Como um rebanho que segue o seu pastor. [Read more…]

“O PSD tem de fazer o seu trabalho e não esperar nada do Presidente”

Esta frase de Paulo Rangel diz tudo sobre o que foram os mandatos de Passos Coelho e de Cavaco Silva. Um presidente de facção, que fechou os olhos a flagrantes inconstitucionalidades (orçamentos), que manteve um governo ligado à máquina (a demissão irrevogável), que deu tempo aos partidos de governo para se prepararem para eleições (não antecipou as legislativas, tal como precisava o país) e que fez todos os possíveis para que um governo minoritário governasse sem apoio da Assembleia da República e sem corresponder à vontade maioritária dos portugueses. Uma nódoa, portanto, que levou um governo ao colo.

Percebe-se que o PSD estranhe. A quem se habitou a jogar com o árbitro, custa-lhe perder a vantagem.

Não pronunciarás o nome de Sócrates durante a campanha

Socas

Yevgeny Yevtushenko terá um dia dito que “O verdadeiro hipócrita não é o que dissimula, mas o que tenta persuadir os outros daquilo em que ele não acredita.”. Parece-me ser o caso de vários membros da corte passista, monarca incluído, que se têm esforçado convencer os portugueses que não pretendem trazer José Sócrates para a campanha quando esse é precisamente o seu principal trunfo eleitoral. E que, de cada vez que insistem na ideia, mais ou menos todos os dias, estão precisamente a fazê-lo. [Read more…]

Paulo Rangel e PSD “ atiram “ na Justiça e em Sócrates mas ” tiro “ faz ricochete.

fonte: foto capa jornal i

fonte: foto capa jornal i

No último fim-de-semana o antigo secretário de estado adjunto da Justiça, ex-candidato à liderança dos sociais-democratas e actual eurodeputado do PSD, Paulo Rangel, trouxe Sócrates e a Justiça para a campanha eleitoral. Numa intervenção, durante a Universidade de Verão da JSD, Paulo Rangel surpreendentemente questionou se “ alguém acredita que se os socialistas estivessem no poder haveria um primeiro-ministro sob investigação? “.

O que Paulo Rangel quis dizer, não foi nem mais, nem menos, que a justiça está dependente do governo e que, por isso, é instrumentalizada, passando claramente a mensagem que a justiça é permeável a pressões.

Será que Paulo Rangel quis dizer que enquanto o PSD e o CDS estiverem no poder os seus governantes, deputados, autarcas e dirigentes estão a salvo de investigações e processos judiciais? É natural que depois desta sua intervenção possa ficar a “ pairar no ar “ a dúvida que a Justiça é controlada pelo actual poder político executivo.

A partir deste momento Paulo Rangel partidarizou a Justiça, sendo que entendo estas afirmações ofensivas para o sistema judicial e para os seus intervenientes.

Estas tomadas de posições políticas são inaceitáveis para um licenciado em Direito, advogado e antigo secretário de estado adjunto da Justiça, tendo sido já repudiadas pelos mais diversos sectores da justiça portuguesa. Mais que ninguém Paulo Rangel sabe que o sistema judicial português é independente. Por isso estas afirmações só podem ser entendidas como ” chicana política ” de forma a trazer a campanha eleitoral para o lamaçal, porém, Paulo Rangel deveria saber que em política muitas vezes “o feitiço vira-se contra o feiticeiro”.

Espero, como militante do Partido Social Democrata, que este apenas seja o pensamento do ex-secretário de estado, Paulo Rangel, sobre o funcionamento da Justiça no nosso País. Eu quero uma justiça livre, sem tutelas, competente e com os meios necessários ao seu dispôr para fazer o seu trabalho de forma independente e o mais célere, tanto quanto possível, porque também tenho que reconhecer que muitas vezes a pressa numa investigação pode ser inimiga da perfeição.

Passos Coelho sob investigação

A notícia foi dada por Paulo Rangel, professor da Universidade de Verão: há “um primeiro-ministro sob investigação.”

Paulo, Paulo, porque os persegues?

No Parlamento Europeu e dirigindo-se a Tsipras, Paulo Rangel, qual cachorro abrigado entre os pés do dono, voltou a vociferar, naquela postura que ele julga ser a de um grande tribuno, as propostas que ele pensa devem ser seguidas pelo governo grego. Entre elas – e mais uma vez! – uma das descobertas argumentativas que fez há tempos: a Igreja Ortodoxa tem de pagar impostos na Grécia! Por mim, tudo bem; mas fico à espera que o fogoso deputado proponha o mesmo para a Igreja Católica em Portugal. Ou tem medo de ficar com a alma chamuscada?

Só uma dúvidazita

Passos Coelho e Paulo Portas subscrevem as palavras de Schäuble? E Nuno Melo e Paulo Rangel, que passaram a semana com azia?

A caminho da nova ordem mundial

NWO

Doutrinar e “reeducar” as massas para um novo paradigma político e social pode revelar-se uma tarefa árdua, um processo demorado que não será concluído no espaço de poucos anos. As declarações do eurodeputado social-democrata Paulo Rangel na Grande Conferência do JN “Por Portugal” são ilustrativas de um processo em curso que consiste em libertar faseada e delicadamente informação que permita a gradual interiorização de um futuro decidido no passado.

A expressão “Nova Ordem Mundial” costuma criar muitos anticorpos. Por um lado temos aqueles que defendem que a simples junção destas três palavras configura uma incursão pelo mundo fantástico das teorias da conspiração, por outro temos aqueles que ao tema adicionam cultos demoníacos e sacrifícios de seres humanos acabando por contribuir para descredibilizar a discussão. Contudo, algumas das mais famosas teorias da conspiração acabaram por se revelar verdades amargas. Bons exemplos disso são o naufrágio “inesperado” do Lusitania, o incidente da Baía de Tonkin e, mais recentemente, o inside job de Petro Poroshenko, informador norte-americano convertido em presidente da Ucrânia.

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Ui que radicais que eles são, tenham todos muito medo!

Alexis Tsipras, o Fidel Castro das alucinações mais profundas e patetas de Paulo Rangel, continua a fazer amigos. É tudo por hoje. Boa noite Castelo de Vide.

Orthodox Connection

O Paulo Rangel, na “prova dos nove”, parecia uma personagem saída de um desses romances esotéricos que por aí andam. Nunca li mas, pelos títulos, talvez um daqueles do José Rodrigues dos Santos

sem surpresas (mas com um certo ar de alarme)

pela primeira vez desde que tenho consciência cívica e política (desde os meus 11\12 anos) decidi não assistir a uma noite eleitoral. deixei o professor marcelo a pregar aos incautos, o dr. karamba marques mendes a adivinhar o número exacto dos próximos cortes orçamentais, a Judite de Sousa (sem ou com Montenegro; com ou sem equívoco na pessoa) num saco do Pingo Doce e a televisão desligada de forma a poupar energia e pagar menos à China Three Gorges. encontrei-me com a minha princesinha AMF e fomos ao cinema ver Grace of Monaco de Olivier Dahan. apesar da história ser batida, o filme de Dahan acaba por ser bastante interesse e, no plano técnico, é simplesmente fantástico. desde os planos à direcção das cenas, passando pelo límpido som de voz nos diálogos entre personagens.

a campanha foi degredante. do surfer rosa (bem que queria ir ver os pixies para a semana ao primavera sound mas mas todo o argent é escasso nos dias que correm) nos currículos escolares aos vírus despesistas. de reminiscências do holocausto que não foi vivido em verso à governação socratina. Até o filósofo (cientista política, teorético político) teve que se meter na querela e vir a público lavar roupa suja. Sócrates himself, teve ali uns 7 orgasmos seguidos durante os 3 episódios em que pode comentar a campanha. discutiu-se tudo excepto política europeia. discutiu-se tudo excepto os problemas que neste momento precisam de ser resolvidos na europa bem como os que estão a rebentar. como a deflação. o partido socialista ainda tentou lançar a discussão sobre a mutualização da dívida na fórmula desusada de eurobonds mas… com tamanha babugem estavam à espera que a malta andasse informada e estivesse minimamente ciente dos projectos europeus defendidos pelos candidatos?

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penso eu de que…

Nunca compreendi bem a concepção de dia de reflexão no dia que antecede um escrutínio eleitoral. Nunca compreendi bem o conceito pelo facto da reflexão, como seres racionais que somos (alguns; perdoem-me a excessiva arrogância) ser uma constância derivada da própria natureza humana. O ser humano não pode formular uma ideia assertiva sobre algo ou alguém num dia. Parece-me ponto assente. Muito menos poderá agir de forma consciente num caso concreto que lhe diga respeito de forma leviana.

A minha tenra experiência política enquanto militante de um partido e, sobretudo observador diz-me que em política tudo vale. Desde a mentira ao porco no espetro na safra, [Read more…]

eu cá não sou de intrigas nem de meias verdades

Esmiuço com atenção o Boletim Estatístico publicado pelo Banco de Portugal.

A dívida galgou os 130% do PIB, quedando-se agora nos 132,4% do PIB. Esse vírus despesista chamado Partido Socialista, dizem eles. Essa esquerda que só tem ideias quando há dinheiro, repetem. Esse socialismo que só existe quando há dinheiro, concluem. O Tratado Orçamental obriga que o Estado Português reduza a sua dívida pública a 60% mas apesar das previsões de redução apresentadas pelo governo para os próximos anos, não existe fórmula para que isso aconteça senão voltar a castigar os contribuíntes e a procura interna. Sabendo para já que o risco de deflacção é uma realidade. A deflacção poderá arrastar consigo mais uma surte de falências e desemprego. Menos receita a entrar nos cofres do estado por via das contribuições e mais despesa contraída em apoios sociais. (Faça-se tábua rasa e corte-se ainda mais nas condições de acesso ao benefício de apoios sociais, pensarão). Enquanto o défice estrutural do Estado (leia-se o estado gastar menos do que aquilo que recebe), a dívida continuará a aumentar porque, logicamente, o estado terá que pedir emprestado aos mercados para cumprir as suas obrigações. Desengane-se portanto quem pensa que a dívida pública e o défice estrutural são elementos desligados. São elementos intimamente ligados. Quase gémeos. Esqueçam todo o argumento que foi apregoado aos 7 ventos pela Ministra das Finanças e pelos seus tutelários do ICGP de que o Estado teria uma almofada financeira significativa para fazer face às suas obrigações no próximo ano. É pura mentira. [Read more…]