Pelos animais, ração!

(houve até quem falasse de foguetes, deus nos livre)
Carla Romualdo

Who do you think it’s for? For the animals.
William Henry Duffy & Ian Robert Astbury

LE PROFESSEUR. Vous devenez un véritable animal, Marina.
MARINA. Non : je suis un animal.
— Amélie Nothomb, “Les Combustibles

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Fonte: http://bit.ly/333I4tm, foto de 6/4/2019 (graças à EPHEMERA: http://bit.ly/2oSqVUq)

Efectivamente, o esquecimento do <r> inicial de ‘ração’ é uma das hipóteses mais plausíveis para aquele cartaz. Sim, aquele da direita. Convém recordar o que foi recentemente dito pelo porta-voz do PAN sobre a revisão do Acordo Ortográfico de 1990:

Faz sentido, a ortografia não deve ser legislada por decreto.

Isto é, em última análise e vendo bem as coisas, aquele cartaz não faz sentido.

Por outro lado e por incrível que possa parecer, não se trata apenas nem da tristeza sentida por Cavaco Silva, perante a prestação de anteontem do PSD, nem do impacto dos recentes resultados internacionais do Glorioso no ânimo do presidente do Benfica. A crónica ausência do cê medial, naquelas palavras encontradas no sítio do costume, deixa-me profundamente triste e deverá deixar os respectivos responsáveis tristes e envergonhados.

Continuação de uma óptima semana.

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Afinal vai haver um 2º volume

“Se a saúde me permitir, eu vou escrever um 2º volume” – Cavaco Silva. Ficámos a saber que o primeiro foi escrito em parte em Belém. Será que o 2º será relativo aos temas que Cavaco deixou por escrever?

O regresso do maior vampiro deste país

A propósito. No dia em que o maior vampiro deste país regressará ao grande ecrã para ser entrevistado às 21 horas pela mão do Vítor Gonçalves. Mais uma vez anda o nosso rico dinheiro, que tanto nos custou a ganhar, a ser jogado janela fora pela RTP para ouvir os mexericos, as insinuações baratas e a subjectividade indevida e imoral de um canalha que viveu uma vida inteira a alimentar-se do sangue e do suor dos portugueses. Serviço público? A pergunta é de retórica. Todos conhecemos minimamente a agenda da besta, os propósitos e os objectivos que ele visa alcançar, a constante necessidade de se reafirmar e a incapacidade de se manter fora das esferas de controlo. Um vampiro a sério não deixa de querer chupar até ao dia da sua morte.

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O palavra é uma arma

cavaco fisga

E há quem as empilhe em livros, arrumadinhas em parágrafos, reluzentes de mesquinhez em todas as letras.

Os livros que Cavaco deixou por escrever

Mais importantes para o público em geral do que a sonolência que se abatia sobre Cavaco quando conversava com Soares no Palácio de Belém ou a falta de cavaco passado a José Sócrates para revelar, sem escrúpulos, sem um único pingo de vergonha, sem perder aquele ar de presidente-de-facção-pai-do-passos, com uma ordinarice tamanha e com uma falta (até hoje, infelizmente) de sentido de Estado e de modo de estar na vida, conversas que jamais deveriam ser reveladas com o propósito expresso e declarado de ajustar contas com o primeiro-ministro com o qual nunca conseguiu trabalhar, foram os livros que Cavaco deixou por escrever.

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Mas qual modelo leninista?

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“Devo reconhecer que, na definição e execução das políticas económicas e sociais, o primeiro-ministro não se deixou captar pelo PCP ou pelo BE. Sempre o vi bem consciente de que o caminho defendido por esses partidos seria desastroso para Portugal e para os portugueses. O modelo leninista que querem implementar só tem gerado miséria e totalitarismo” – Cavaco Silva em Quinta-Feira e outros dias

Mas qual modelo leninista?

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Uma questão pertinente

Pode alguém explicar-me as diferenças entre o livro do Acabado Tabaco Silva e o livro do Arquitecto Saraiva?

Viana do Castelo despede-se da família Silva

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Viana do Castelo, provavelmente a mais arejada cidade portuguesa, festeja “o momento em que é substituído o Presidente que após o 25 de Abril mais vergonhas nos fez passar”.
Gosto de Viana do Castelo, mais e mais, a cada dia que passa.
Gosto muito de Viana do Castelo.
© Arménio Belo aqui.

Tragam a bola de espelhos

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Agora que o inimputável de Boliqueime dá seguimento ao seu alheamento do mundo noutro palácio, é tempo de abrir as janelas e deixar sair o bafio.
Já pus a música; quem traz a bola de espelhos?

Depois de anos a conduzir mal o país…

Cavaco está a reaprender a guiar

Retrato de Cavaco: evolução na continuidade

Retrato de Aníbal Cavaco Silva por entre a galeria de Carlos Barahona Possollo.

Sobra-me uma dúvida

cavaco sousa lara

Qual é que se acabará primeiro, o stock de medalhas ou de laranjinhas para condecorar?

Retrato realizado na Técnica de Pintura a Óleo

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“Deseja ver mais retratos de artistas e personalidades?”

Conselho gratuito

Exmo. Sr. Presidente da Republica:
Tendo V.Exa. manifestado, repetida e emocionadamente, o seu” alívio pela venda da TAP” venho, por este meio desinteressadamente, trazer V.Exa. a alvissareira notícia de que é possível obter alívio por formas muito mais simples e económicas que a que decorre da venda da companhia aérea nacional. E com a vantagem de, proporcionando o alívio a V.Exa., não prejudicar o país nem favorecer negócios mais que duvidosos – argumento a que, acredito, V.Exa. será particularmente sensível. Aqui está:

laxante

Cavaco Silva disse que “pode haver excepções para a Grécia”?

É possível e já aconteceu algo de semelhante com o ‘factor de perturbação’ de Carvalho da Silva. Segundo o Correio da Manhã, Cavaco Silva disse que “não pode haver exceções para a Grécia”.

55:55:20 – Swigert: “Okay, Houston, we’ve had a problem here.”

55:55:28 – Lousma: “This is Houston. Say again please.”

55:55:35 – Lovell: “Houston, we’ve had a problem. We’ve had reacção and contatos”

55:55:42 – Lousma: “Roger. Reacção and contatos.”

cavaco freitas contatos

Carnaval é em Loulé

carnaval_loule
Aníbal disfarçado de presidente da república (assim mesmo, com letra pequena).

Aníbal, o velho

“A juventude tem condições para abrir uma janela de esperança”, disse o Velho.

“E onde está a janela”? – perguntou a juventude. O Velho conduziu a juventude à janela, abrindo-a. A Juventude compreendeu. E, iluminada pela esperança, zás! Empurrou o Velho.

A saúde de Cavaco Silva é um tabu

Tem dúvidas? o melhor é confirmar…
p
s: já corre uma petição.

A saúde de Cavaco Silva

num artigo a não perder.

Surf? E a lerpa?

A candidata do BE às eleições europeias defende a inclusão do surf nos currículos escolares. Como disse?

Grande aposta! Cavaco fala do mar, Rangel idem, e agora é a vez de Marisa Matias. Surf nos currículos escolares?

E já agora porque não a lerpa? E o pião? E a macaca?

Que triste sina!

Para seres

ovos gigantes
O Anível diz que tem pareceres. Lembro-me do Vítor Constâncio, quando era Governador do Banco de Portugal, também dizia que tinha recebido “pareceres” que diziam estar tudo bem com o BPN. Isto anda tudo ligado, não anda?

Olha, lá diz o provérbio no programa da Manela Bocas: “à mulher de César não basta ser honesta, é preciso pareceres”.

[imagem: Petros Chrisostomou]

Nelson Mandela, 1918-2013. RIP

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Morreu um dos grandes da História da Humanidade. Livre,  sempre livre entre ou fora de grades.
Agora um invertebrado de nome Cavaco Silva enviará condolências e louvores ao homem cuja prisão mandou votar na ONU. O tempo está bom para canalhas.

Léxico nacional: o contributo de Cavaco Silva

Alfeite

© Presidência da República Portuguesa (http://bit.ly/1aTzECa)

Fui eu que coloquei no léxico nacional o ‘pós-troika’. Foi no discurso que fiz no 25 de Abril deste ano.

— Aníbal António Cavaco Silva, Base Naval de Lisboa, Alfeite, 29 de Outubro de 2013

Efectivamente, confirma-se a ocorrência de ‘pós-troika’ no discurso proferido durante a 39.ª Sessão Comemorativa do 25 de Abril — em determinados círculos, este discurso é conhecido como o discurso de Fação:

A Assembleia da República, através da respectiva comissão parlamentar, pode contribuir para consciencializar os Portugueses para as exigências com que Portugal será confrontado no período pós-troika.

Não se compreende o motivo de, na transcrição, surgir *respetiva. Cavaco Silva não pronunciou [ʀɨʃpɨˈtivɐ]. Cavaco Silva pronunciou [ʀɨʃpɛˈtivɐ]. Logo, ‘respectiva’. Sim, <ec> existe e, ao contrário do Acordo Ortográfico de 1990, não é para servir de enfeite. Aliás, como sabemos, aquele ‘c’ encontrava-se no texto original, pois – como é sabido – Cavaco Silva não se mete nessas aventuras.

À consideração do sr. Aníbal C. Silva

Arrotos de vaca: uma fonte de energia alternativa.

O discurso de Cavaco pelo dia da República

ou o País oficial “democrático, desenvolvido e justo” que o site da Presidência da República Portuguesa vai deixar para a posteridade.

A vacagarra

vacagarraÉ um animal híbrido, entra a vaquinha e a cagarra e tem como habitat o Cavaquistão, residindo presentemente um exemplar nos jardins do Palácio de Belém.

A contenção na República

O apelo à “contenção verbal” feito pelo Presidente há quase três anos — e reiterado no início do ano passado  — lá acabou por chegar à Assembleia. Assim vai andando a República: descontente, mas contida.

 

O presidente da República e o discurso de Fação

Li, nalguma imprensa, que João Semedo teria acusado o presidente da República de fazer um “discurso de fação”, aludindo ao discurso de Cavaco Silva na 39.ª Sessão Comemorativa do 25 de Abril. Achei curioso e fui verificar, uma vez que não conheço discursos característicos de Fação. Havendo discursos característicos de Fação, a letra inicial deveria ser, como acabamos de ver, maiúscula. Afinal (valha-nos a rádio), João Semedo disse que “não há consenso, quando o presidente da República faz discursos de facção”. De facção! Exactamente: [faˈsɐ̃ũ̯] e não [fɐˈsɐ̃ũ̯]. A diferença é gritante, como bem sabemos. Felizmente, a imprensa de referência em ortografia portuguesa europeia não engana. Curiosamente, no Correio da Manhã, o texto sobre o “discurso de Fação” aparece em ortografia portuguesa europeia (ruptura, facção, Março, director…). Haja  esperança.

fação

Exactamente, como previsto: o lince e as raposas

Ontem, escrevi que, provavelmente, o prefácio de hoje  nos traria *marços , *atuas e outras disortografias.

De facto, trouxe-nos. Ei-las.

Não se trata evidentemente de bipolaridade (orto)gráfica, uma vez que o autor, como muito bem sabemos, apenas adopta uma grafia. Daqui a mil anos, os paleógrafos no activo durante o ano de 3013 deliciar-se-ão com esta fase do segundo decénio do século XXI, em que a grafia utilizada por determinados escreventes de português europeu assumia formas diferentes, consoante o carácter privado/social ou público/oficial do texto. Descobrirão esses paleógrafos que, na fronteira entre aquela sincera, estável e correcta grafia privada e aqueloutra hipócrita, aventureira e incerta grafia pública, havia máquinas com nome de felino e vopes, volpes, voalpes e até uma confusão entre vóclepes e voulpes. Nessa altura, no século XXXI, farão exactamente a mesma pergunta que tantos fariam mil anos antes: porquê?

P.S. – Aproveitando a corrente do público/privado, deixo-vos na companhia de um excelente vídeo, com Jorge Buescu a explicar a criptografia de chave pública. “A chave que encripta a mensagem é pública, mas a chave que decifra a mensagem é privada”. Exactamente.