Chamam-lhes migrantes (III)

refugiados_pireu_31agosto2015
31/08/2015: desembarcam no porto do Pireu (Atenas, Grécia) mais 2500 refugiados, a maioria sírios, depois de, no dia anterior, terem ali aportado 1745. Destino: a UE via Hungria, passando pela Macedónia e pela Sérvia, percorrendo cerca de 1500 quilómetro

Chamam-lhes migrantes (II)

11896243_10153556903149812_1486627072587480099_n
(c) Darko Bandic/AP

“A grande invasão”

– eis como chamam os partidos políticos alemães à entrada maciça de refugiados, sírios e outros (estima-se que sejam mais de 800 000, os que entraram na Alemanha apenas em 2015), que procuram uma oportunidade de vida na Europa. É um jornalista alemão que o escreve, explicando o consenso que há entre os partidos alemães relativamente à tragédia humanitária que tem aportado nos territórios europeus.

migrantes_macedonia_agosto2015
(c) REUTERS | Ognen Teofilovski | Migrantes na fronteira da Grécia com a Macedónia

«Raramente os responsáveis políticos estiveram assim de acordo. Seja a extrema-direita, a direita, os social-democratas, os verdes ou o Die Linke, toda a gente usa a mesma palavra para designar o afluxo de refugiados – «grande invasão», «Völkerwanderung», em Alemão. (…) A expressão estimulará uma vez mais o ódio e a violência dos que não compreendem que os fluxos migratórios não emanam de Deus, antes são o resultado de más políticas, levadas a cabo durante séculos.»

Segundo a mesma fonte, «a única que ainda não usou a expressão é Angela Merkel. (…) Fiel aos seus hábitos, prefere esperar para ver como se comporta a «vox populi» antes de tomar uma decisão. Uma estratégia de uma ineficácia política absoluta, mas que a faz ganhar eleições. (…)» [Read more…]