Respostas para a crise no Brasil?

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Escrevi, há dias, um post sobre a crise no Brasil que, mais do que respostas, fornecia perguntas. A minha ignorância, a distância, o desconhecimento de muitos dos protagonistas e dos seus interesses e ligações, a não verificação da verdade ou da mentira nos “factos” mediáticos, a velocidade dos acontecimentos e a minha própria estupefacção, tudo isso me aconselhava a ter mais dúvidas do que certezas.

Nestes dias vertiginosos fui procurando entender melhor a situação. Avancei pouco e, separado o joio, quase não me sobra  trigo.

Duas ou três certezas,  tenho: o país está divido, a Política e a Justiça não estão devidamente separadas (e ambas albergam muita gente pouco recomendável), o regime (não me refiro ao governo) precisa de refundar-se, a corrupção é transversal e endémica – chegando-se ao ponto de indiciados e pronunciados por corrupção se atreverem, sem um pingo de vergonha ou de oposição no interior dos seus próprios partidos, a acusar, apreciar, votar e pertencer a comissões de investigação de corrupção (aqui chegados, estamos no grau zero da credibilidade)-, a democracia corre riscos evidentes de sequestro. [Read more…]

Caminho de Ferro Natureza = Futuro

O Comboio é o Futuro dos Países Modernos.

O Luxo no Norte de Espanha. Sobre Carris.

Bilhetes a partir de 2.400 euros. É favor reservar com muita antecedência.

Alentejanos do mundo

                    (adão cruz) (adão cruz)

Aqui há uns anos, no trajecto do aeroporto de Antuérpia para o hotel, um patarata de um funcionário de uma empresa farmacêutica, divertiu meio autocarro com anedotas de alentejanos e de pretos. Até na Bélgica os alentejanos e os pretos foram chamados à baila para fazer cócegas à mediocridade! Não tive coragem de o mandar abaixo de Braga porque era longe, e hoje estou arrependido.

Eu podia estar calado, mas respeito as pessoas e a verdade, e sinto, apesar de incapaz, uma grande obrigação de as alertar para as lavagens mentais do nosso povo. Enquadram-se neste esquema as anedotas referidas que, a brincar a sério, não têm outra finalidade senão injectar nos cérebros menos atentos, a ideia de que os alentejanos e os negros são estúpidos e malandros, grosseira forma de escamotear a sua consciência política de explorados, que muitos dos portugueses explorados não têm. Pretos, alentejanos, sul-americanos, asiáticos, muçulmanos, os “avessos” do homem, os “paralíticos” do tempo e da inteligência, negra como a pele e magra como a fome! Ou os índios mexicanos de Chiapas, uma espécie de alentejanos lá do sítio, uma enorme fartura de fome para engordar ditaduras de séculos. O que se pretende é fazer crer que os “alentejanos” deste e de outros países são todos umas anedotas, uns malandros e subversivos, que têm de ser metidos na ordem, a fim de que a sua fome continue a ser o sustento da voraz “inteligência” dos finos e dos espertos.

 A minha vivência, a minha profissão e as minhas leituras proporcionaram-me durante décadas, um contacto muito estreito com as diversas gentes, brancas e negras, alentejanas e minhotas, portuguesas e estrangeiras. O suficiente para considerar quem quer que veja a inteligência a preto e branco, amarelo ou mestiço, ou quem quer que alentejane a estupidez, como um infeliz que não atingiu a maturidade mental.