O americano tranquilo e os novos Vietnames

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Durante a campanha eleitoral, Obama prometeu, com entusiasmo febril de candidato, que aprofundaria a guerra no Afeganistão, como uma espécie de “compensação” pela retirada do Iraque. Hoje, está atolado no Iraque e no Afeganistão. Pior: está prestes a atolar-se numa terceira guerra.
O Americano Tranquilo é o herói do romance de Graham Greene sobre a primeira guerra do Vietname, na qual os franceses foram derrotados. Era um norte-americano jovem e ingénuo, filho de um professor, que foi bem educado em Harvard, um idealista com todas as melhores intenções. Quando chega como soldado ao Vietname, queria ajudar os nativos a superar os dois principais males que via lá: o colonialismo francês e o comunismo. Sem saber coisa alguma sobre o país no qual estava, provocou um desastre. O romance termina num massacre, resultado dos esforços desorientados do “americano tranquilo”. Comprovou-se a velha máxima: “A estrada para o inferno é pavimentada de boas intenções”. [Read more…]

No 5 Dias: o descaramento da indecência

Hitler & Stalin

Independentemente do juízo que possamos formar acerca do tipicamente italiano Berlusconi, existem limites que na política não podem nem devem ser ultrapassados. O bestial apelo à violência e desrespeito pela integridade física dos agentes políticos – sejam eles quem forem -, surge cada vez mais como apanágio de uma certa ideia de “liberdade” que pode num futuro não muito distante, virar-se contra os próprios promotores da agressão. Ainda há uns anos, aqueles que com gaudio sempre gostaram de exibir as chocantes imagens de Mussolini na Piazza del Loreto, indignaram-se com a execução dos Ceausescus ou de Saddam Hussein. Há um perceptível movimento pendular que a ninguém passa em claro, Berlusconis à parte.

No 5 Dias, há quem tenha perdido a vergonha e despudoradamente alinhe de forma aberta com os esquemas organizativos de Al Capone, Himmler ou da dupla Iezhov/Béria. Espancamentos à falta do morticínio puro e simples, eis a forma de ver a política sob o prisma dos caderninhos revolucionários que um Lenine tão bem aplicaria a muitos milhares que depressa chegariam a milhões. Não esqueceram nem aprenderam coisa alguma. Incrível.