Salvini, Meloni e Luís Montenegro ocupam o mesmo espaço político. SIC Notícias dixit

Em Itália, sem grandes surpresas, a extrema-direita triunfou. A única surpresa foi ver órgãos de comunicação social portugueses, alegadamente sérios, a referir-se à falange de Meloni como “coligação de centro-direita”. Que é mais ou menos a mesma coisa que dizer que entre a Lega de Salvini, os Fratelli di Italia de Meloni e o PSD da São Caetano não existem diferenças. Bem sei que estes últimos se têm esforçado por normalizar a extrema-direita, mas ainda existe uma diferença considerável entre normalizar e ser.

Dito isto, recordo que vivemos num país onde, frequentemente, nos é dito que a imprensa bate continência à esquerda, em particular os OCS do Grupo Impresa. Curiosamente, foi a SIC Notícias quem ontem insistiu na ideia de que uma coligação entre Salvini, um fascista de créditos firmados, Berlusconi, um populista corrupto, e Meloni, uma admiradora de Mussolini com o slogan Deus, Pátria, Família representa o centro-direita. Em nome do rigor jornalístico, seria de bom tom que a SIC Notícias dissesse a verdade. E a verdade é esta: sempre que o centro-direita cede à extrema, é comido e desaparece. Foi isso que aconteceu em Itália, em França e na Hungria. Não aconteceu na Alemanha porque Merkel aprendeu as lições da história e soube gerir a situação, quando, por exemplo, preferiu entregar o poder ao Die Linke, na Turíngia, ao invés de governar a região com o apoio da AfD.

Contudo, é preciso ser claro: quando a extrema-direita destrói o centro-direita, a primeira não passa a ocupar lugar do segundo. O que acontece é que o segundo desaparece. A extrema-direita será sempre extrema, mesmo nas situações em que o espectro a tem apenas a ela.

E o Berlusconi está inocente

O secretário de Estado do tesouro negou ter estado envolvido na “elaboração, na negociação ou na entrega” de qualquer proposta de swap.

O mundo de Berlusconi não é o nosso

berlusconi e veronica

Berlusconi paga 3 milhões por mês à ex-mulher.

Fui buscar a minha calculadora pequenina… É verdade: a ex-mulher do corrupto político italiano, com quem esteve casada mais de 30 anos, recebe 100 mil euros por dia, tal como ficou estipulado no acordo de divórcio.

Um divórcio que deixou Veronica Lario multimilionária.

Há divórcios felizes!

Que mundo é este? Que tempo é este? Ainda não chegamos, em pleno séc. XXI, (e chegaremos?) ao tempo em que o mundo dos homens é mais justo, equilibrado e em que se pensa mais no bem comum. Um tempo de consciência social.
Que justiça é essa que permite que um ser humano não saiba o que fazer a 100 mil euros por dia?
Um escândalo, ou devia sê-lo, em qualquer parte do mundo.
Também por isto se devia fazer uma manifestação e barulho na rua!
Quem não fica indignado?

FELICIDADE

Estou tão feliz que não caibo em mim. Silvio Berlusconi lançou um disco novo e eu ainda não o ouvi.

Olá Itália, acabou um pesadelo, começa outro

Já se foi Berlusconi. Não que resolva o assunto: por mais técnico e de unidade nacional que seja o novo governo os mercados, ou seja a especulação, já marcaram a Itália que agora fica refém de Merkozi, ou seja, tá tramada. As hienas não largam as presas. O último dos PIIGS tem o destino traçado, e desta vez a Europa vai mesmo atrás. A coisa promete, mas verdade seja dita, quanto mais depressa formos todos ao fundo mais depressa virá a possibilidade de dele sairmos, se é que vem.

A democracia no seu melhor. Demetrio Stratos já o cantava nos anos 70: [Read more…]

Forza, Italia

Yeah!, baby

Khadafi incita à guerra civil

O uso de meios militares e assassínio de centenas de contestatários, a fuga de milhares de estrangeiros, a deserção de embaixadores, a redução drástica ou mesmo paralisação de petrolíferas  constituem sinais marcantes da luta do povo líbio pela queda de Khadafi.

O ditador falou ao país pela TV. O local escolhido, estrategicamente, foi o palácio bombardeado pelos EUA na década de 1980. O que disse de essencial? Subestimou os acontecimentos registados e o grau de adesão à contestação.

De semblante perturbado, agarrava e largava os papéis inspiradores do discurso. Intercalava palavras com silêncios, procurando uma comunicação consistente. Sem o conseguir. A certa altura, socorreu-se do ‘código penal líbio’. Intimidou os revoltosos com a pena de morte. Não faltou o recurso ao ‘inimigo externo’, argumentando também que uma minoria de jovens líbios, sob o efeito de alucinogénios, estão a ameaçar a estabilidade e os superiores interesses do povo líbio. “Há que combater essa minoria”, acentuou. De seguida afirmou: “Em defesa da revolução, digo sobretudo aos jovens que constituam comités populares para lutar a partir de amanhã”. [Read more…]

Berlusconi: a vitória pírrica

Confrontado com uma moção de censura e a eventual queda do seu governo, Berlusconi começou por vencer no Senado, como era esperado.

Também no Parlamento, obteve uma vitória por três votos (314 contra 311), devido à inflexão do voto, à última da hora, de três trânsfugas. Ainda assim, a vitória do Cavaliere deixa incertezas quanto à continuidade da sua governação. Analistas consideram que Berlusconi se limitou a uma vitória pírrica.

Todavia, mais demolidor do que os debates e as decisões nos tradicionais areópagos da política, Senado e Parlamento, poder ser o fenómeno das reacções da Rua; e a juventude estudantil, em Roma,  também se amotinou e lutou com coragem contra as políticas de Berlusconi. Basta ver as imagens, aqui ou aqui

Prevemos que em futuro, não muito longíquo, ‘Il Cavaliere’ seja forçado a galopar no sentido da retirada. Aguardemos!

Faltam 429 dias para o Fim do Mundo

…e continua a divulgação da manifestação Pela Liberdade. Enquanto isso, a imprensa não se cala com o processo Face Oculta, com ambos os lados da barricada a esgrimir argumentos. Agora, comparar o nosso primeiro com Berlusconi e Chávez não lembra a ninguém. Excepto ao Sarmento (hei, malta, olhem para mim, eu estou aqui, allô directas) que teve o descaramento de insultar estas grandes figuras internacionais e exemplos de defesa intransigente da Liberdade de Imprensa. Que maldade!

Por falar em maldade: a ERC está a pensar chamar o PM!!!

Por último, hoje é dia de bola na segunda circular e se uns se calam outros falam pelos cotovelos.

Direita securitária quer aprovar "lei mata-processos"

Parece um contra-senso, mas acontece em Itália, onde Berlusconi perdeu definitivamente algum resto de vergonha que alguma vez possa ter tido. Leis fortes contra os fracos, fracas contra corruptos poderosos. Com canções de amor à mistura.

No 5 Dias: o descaramento da indecência

Hitler & Stalin

Independentemente do juízo que possamos formar acerca do tipicamente italiano Berlusconi, existem limites que na política não podem nem devem ser ultrapassados. O bestial apelo à violência e desrespeito pela integridade física dos agentes políticos – sejam eles quem forem -, surge cada vez mais como apanágio de uma certa ideia de “liberdade” que pode num futuro não muito distante, virar-se contra os próprios promotores da agressão. Ainda há uns anos, aqueles que com gaudio sempre gostaram de exibir as chocantes imagens de Mussolini na Piazza del Loreto, indignaram-se com a execução dos Ceausescus ou de Saddam Hussein. Há um perceptível movimento pendular que a ninguém passa em claro, Berlusconis à parte.

No 5 Dias, há quem tenha perdido a vergonha e despudoradamente alinhe de forma aberta com os esquemas organizativos de Al Capone, Himmler ou da dupla Iezhov/Béria. Espancamentos à falta do morticínio puro e simples, eis a forma de ver a política sob o prisma dos caderninhos revolucionários que um Lenine tão bem aplicaria a muitos milhares que depressa chegariam a milhões. Não esqueceram nem aprenderam coisa alguma. Incrível.

Ninguém "os tem" grandes como Berlusconi

 

Não defendo a violência – nem sequer contra este indivíduo – mas imagino que há quem se tenha sentido hoje um pouco justiçado, nomeadamente os ciganos italianos, a centena de milhar de ciganos romenos expulsos de itália, os imigrantes africanos detidos nos Centros de Identificação e Expulsão, os jovens dos centros sociais atacados pela Força Nova, as vítimas indiscriminadas do ressurgido neo-fascismo italiano.

Sílvio, que afirmou há alguns dias, sobre si mesmo, ninguém os ter grandes como Berlusconi, nunca foi um anjinho doce e pacífico.

350 000 bloggers esperados

 

   Começa daqui a pouco a manifestação organizada por bloggers italianos contra Sílvio Berlusconi. A organização espera 350 000 manifestantes apenas em Roma. Muitos mais devem acorrer noutras cidades italianas. Uma prova de força da sociedade civil que contraria o adormecimento dos partidos de esquerda em Itália.

 

 

 

Berlusconi – 0, Sócrates – 1

www.elpais.com "Sou o melhor primeiro-ministro de Itália nos seus 150 anos de História", disse hoje Berlusconi na cimeira bilateral com Espanha, sob o olhar estupefacto (e um nadinha invejoso) de Zapatero. Desta vez fiquei muito desiludida com o Silvio. Tão passadista, tão voltado sobre os tempos que já lá vão, ainda a olhar para o Risorgimento, e para os estadistas de antanho. O nosso primeiro, ao contrário, tem os olhos postos no futuro. Ele sabe que nem as criancinhas que ainda estão agarradas à mama da mãe o poderão superar. "Ainda está para nascer um primeiro-ministro que faça melhor do que eu", dizia ele aqui há tempos no Porto. Caro Silvio, podes ser o rei das noites loucas da Sardenha mas nisto da vaidade política ainda és um principiante.

O declínio do império romano

As tardes de veraneio de Berlusconi em Villa Certosa, na Sardenha, vieram dar o picante burlesco de que as notícias da actualidade, sempre tão carregadas de negrume, necessitavam. Mulheres bonitas saindo da mansão do Cavaliere, beldades semi-nuas à beira da piscina, e até um hóspede masculino, apanhado como veio ao mundo sob o sol da Sardenha – o suficiente para sugerir dias de luxúria na mansão de um primeiro-ministro europeu, a pouco menos de dois meses das eleições para o Parlamento Europeu.

Confesso que tenho um particular interesse por Silvio Berlusconi. Não por razões afectivas, ou políticas, mas porque creio ver em Berlusconi, com as suas já entediantes historietas de relações extra-conjugais, com os seus ademanes de clown, besuntado de “fond de teint”, o cabelo pintado de negro, a pele retocada por liftings e botox, um símbolo da decadência do poder político na Europa.

O poder infinitamente corrompido, a escolha da mentira e do discurso hipócrita como registo quotidiano, o compadrio, a desonestidade intelectual, o desprezo pela ideia da política como uma busca do bem comum, de serviço à comunidade. Há uma classe política europeia que partilha estes mesmos males com Berlusconi, mas a máscara de burocrata cinzento continua a ser, no ocidente, um sinónimo de seriedade e competência, e é sob essa máscara que dissimulam o seu clandestino, mas nem por isso menos arraigado, berlusconismo.

Garrido, espalhafatoso, desbocado, com tiques de imperador romano em inexorável declínio, Silvio Berlusconi personifica a decadência final de uma classe política que há muito pôs as ideologias ao serviço da conquista e perpetuação do poder. Com os meios de comunicação social convenientemente domesticados, e uma classe política que, independentemente da ideologia, persegue o mesmo fim, debitam sound-bytes testados pelos mais reputados fazedores de opinião, e alimentam os vícios privados que renegarão, com enfática repulsa, na praça pública.

Nobel da Paz para Berlusconi

Foi constituído o comité que irá preparar a candidatura de Sílvio Berlusconi ao prémio Nobel da Paz, pelo “seu empenho humanitário no campo nacional e internacional.” Não sei exactamente que medidas tomadas no plano interno têm em mente os patrocinadores desta candidatura, uma vez que a notícia que está a ser avançada apenas refere a actuação do Cavaliere na cena internacional, mas creio que bastaria citar a nova lei da imigração, aprovada há dias, e as suas humanitárias propostas, para justificar a atribuição do Nobel a Berlusconi: – Criminalização da imigração ilegal, com aplicação de uma multa de até dez mil euros a quem entrar ou permanecer no país sem visto; – Aumento do tempo máximo de permanência de imigrantes em situação irregular nos Centros de Identificação e Expulsão (o nome diz tudo); – Proibição às mulheres estrangeiras sem visto de permanência de registarem os filhos que tiverem em território italiano, o que, a ser cumprido, abrirá caminho a que percam a guarda das suas crianças quando forem expulsas do país; – Legalização das milícias populares formadas por cidadãos que pretendem garantir a segurança pública (as “guardias padanas”) e que até aqui se têm dedicado a vigiar os imigrantes em situação irregular; – Proibição do arrendamento de imóveis (casas ou quartos) a imigrantes em situação irregular, com aplicação de multa e detenção até três anos para os senhorios infractores. Bem vistas as coisas, porquê parar por aqui? Por que não reclamar o Nobel que a Cosa Nostra há tanto merece? Ou exigir a Oslo que, ainda que a título póstumo (bem diz o povo que mais vale tarde do que nunca), distinga o pacifista Benito, e assim redima Il Duce daquela morte patética, de pernas para o ar, exposto à multidão desrespeitosa naquela praça de Milão?

Se Portugal tivesse um primeiro-ministro assim…

Berlusconi come mortadelanão faz cara feia e reparte irmãmente Suinicultores de Portugal: não basta pedir que se altere o nome da doença para “gripe mexicana”. Deitem os olhos a Silvio Berlusconi e exijam ao primeiro-ministro português o mesmo acto de valentia.