A invasão da Ucrânia e o PCP na twilight zone

Não me incomoda tanto a caracterização que o PCP faz de Zelenskyy como me incomoda a caracterização que não o vejo fazer de Putin. Ou de Xi Jinping e do seu Grande Irmão tecnológico. Ou do próprio Kim, que alguns comunistas entendem não dirigir um regime brutal de absoluta negação da liberdade e da democracia. Não me recordo de ler palavras tão hostis dirigidas a qualquer um deles.

Não que os seus críticos à direita, e mesmo em parte da esquerda, tenham grande arcaboiço moral para apontar dedos. Ainda me lembro, porque não foi assim há tanto tempo, de quando Putin era “um dos nossos”. De quando dançava com Bush, trazia o bobi para a reunião com Angela Merkel e dava carta verde aos seus oligarcas, então investidores, para comprar clubes de futebol, hotéis, iates e vistos gold na Europa. De quando a bandeira do VTB esvoaçava ao lado do Banco de Inglaterra, no coração da City. Dos braços abertos com que o Ocidente os recebia, apesar da lista interminável de crimes do regime russo. [Read more…]

O Sam é Tio de Putin

Fez Domingo 20 anos que Colin Powell foi à Assembleia Geral das Nações Unidas garantir ao mundo que o Iraque detinha um poderoso arsenal de armas de destruição maciça. Uma informação, afirmava o secretário de Estado de Bush, baseada em factos e apoiada em “solid intelligence”. Poucos questionaram ou puseram em causa estas afirmações.

Seguiu-se a invasão do Iraque e uma guerra que, em bom rigor, nunca mais acabou. Uma guerra para a qual fomos arrastados pelo governo de Durão Barroso, que serviu de mordomo nas Lajes e que daí partiu para uma carreira que começou na Comissão Europeia e terminou no Goldman Sachs, abutre-rei da alta finança.

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Iraq too, anyway

Com a idade, a memória vai esvanecendo, a verdade vem ao de cima e muitas vezes já estamos por tudo.

Não é? Que o diga George W. Bush neste discurso há uns dias. Até o próprio Bush andou estes anos todos incrédulo, por nunca ter sido julgado pelos crimes de guerra que cometeu.

A cegueira da “esquerda” pelo ódio à NATO

Fonte: epa

Os embaciados óculos ideológicos de certa esquerda de aquém e além mar, para a qual a adoração da imagem inimiga – no caso, a sem dúvida censurável NATO, –  é superior à sua capacidade de empatia, humanismo e respeito pela soberania dos povos, levam, por estes dias, adeptos seus a pronunciarem-se sobre a guerra na Ucrânia com as conhecidas adversativas e propostas de rendição da Ucrânia.

Taras Bilous é um historiador ucraniano, activista do grupo Sozialny Ruch (Movimento Social) da organização do Movimento Social e editor da revista ucraniana de esquerda Commons.

Pouco depois do início da guerra, Taras Bilous escreveu “A letter to the Western Left from Kyiv”, na qual comunica a uma parte da esquerda do Ocidente o que pensa sobre a sua reacção à agressão da Rússia contra a Ucrânia.

Deve ler-se na íntegra, mas aqui ficam alguns excertos: [Read more…]

Durão Barroso, especialista em invasões

Se eu estiver enganado, por favor, corrigi-me, mas o Durão Barroso não apareceu aqui há dias a comentar a invasão russa? Faz todo o sentido – Durão sabe o que é estar ao lado de gente igual ao Putin, gente que inventa pretextos para invasões, guerras que nunca deveriam ter começado, como a maior parte das guerras.

Antes que alguém se distraia (e mesmo assim, nunca irei a tempo de prever todas as distracções), verberar a invasão do Iraque está muito longe de corresponder a elogiar Saddam, o que serve para levar uma pessoa a pensar que, por vezes, é muito difícil escolher um lado, porque há gente odiosa de ambos os dois ou ambos os três ou ambos muitos. Mais uma nota para os distraídos: no caso da Ucrânia, é muito fácil, para já, escolher um lado. Depois, logo se vê, ainda que o Putin já não vá a tempo de se redimir, mesmo se o Ocidente que o condena tenha andado a alimentá-lo durante muitos anos, fechando os olhos com muita força, enquanto estendia a mão, era uma moeda para o ceguinho, por favor. [Read more…]

Um par de tomates contra a opressão

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Foi no final do mês de Março, há 15 anos atrás, que uma aliança liderada pelos Estados Unidos invadiu o Iraque, um estado soberano. Os dois grandes argumentos usados para justificar a ofensiva perante a opinião pública foram a existência de armas de destruição maciça e a colaboração do regime iraquiano com a Al-Qaeda. Bush, Blair, Aznar e o seu mordomo asseguravam-nos que as provas eram irrefutáveis. Mas tudo não passou de um grande barrete.

O que se passou com o Iraque não foi caso isolado. Aconteceu com inúmeros países, sob a forma de invasões alicerçadas em pretextos falsos, golpes de estado patrocinados ou false flag attacks. Morreram centenas de milhares de vítimas inocentes, destruíram-se cidades e sociedades, abriu-se o caminho à ascensão novos déspotas e os suspeitos do costume lucraram a reconstruir, a garantir a “segurança” e a explorar recursos naturais. [Read more…]

É hoje o aniversário

da cimeira da base das Lajes que marcou o inicio da guerra de agressão contra o Iraque. Pelos três criminosos e respectivo mordomo.

Era uma vez em Portugal

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Marco Faria

Três rapazes, dois dos quais vieram de muito longe, dizem que da Mesopotâmia, quiçá num tapete voador e estudavam aviões em Ponte de Sor.
São filhos do embaixador do Iraque.
Os gémeos, não sei se verdadeiros ou falsos, eram descendentes de um reino de “fakirs”, e desde o saco amniótico que sabiam manejar a arte dos sabres, e deram um enxerto de porrada a um adolescente da Ibéria, tendo este ido parar aos cuidados intensivos de um hospital da cidade de Ulisses e submetido a coma induzido pelos melhores físicos do seu tempo. Foi uma noitada em que todos se lembravam do que ocorrera no Verão passado, 18 de Agosto de 2016. [Read more…]

Guantánamo, a promessa de Obama

Retrato oficial do Presidente Barack Obama na Sala Oval da Casa Branca, 6 de Dezembro de 2012, por Pete Souza

Os anos passam depressa e a memória do homem é curta, convém por isso lembrar que na base naval americana de Guantánamo, em Cuba, existe há 15 anos uma infame prisão onde são enterrados vivos os suspeitos da guerra ao terrorismo. Trata-se de uma prisão onde os prisioneiros não têm direito a julgamento, onde se usam técnicas de controlo meticulosamente estudadas para destruir a vontade, para esvaziar de personalidade os encarcerados.

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Carta do Canadá – Sombra dos nossos dias

Na Europa e no Mundo, não estamos a viver dias claros e límpidos. Somam-se as sombras da angústia, da preocupação, da incerteza.

Erdogan, o ditador turco cujas subterrâneas simpatias pelo Daesh são tão inexplicadas como as suas opiniões fanáticas acerca das mulheres que estudam, trabalham e vestem à ocidental, acaba de decretar o estado de emergência por três meses – depois dum golpe militar de origem mais do que suspeita que ele aproveitou para caír como um milhafre sobre a população. Tem sido um trágico cortejo de prisões e despedimentos de militares, magistrados, professores e jornalistas. Alguns turcos que fugiram para o mundo livre fazem saber, através das televisões, que há populares decapitando opositores de Erdogan na ponte do Bósforo. Tal qual fazem os membros da seita Daesh, a que não esconde querer estender o Califado à Europa ao mesmo tempo que as suas hostes são bombardeadas e dizimadas no Médio Oriente. Os sequazes de Erdogan que enchem as ruas de Istambul não precisam que a pena de morte seja instituída, por via parlamentar. Já a praticam. Impunemente.
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Medo, terror e indiferença

Pray

Esta noite, o terror voltou a sair à rua. Bastaram duas bestas e um camião TIR, e o resultado foram centenas de pessoas atropeladas numa avenida movimentada em Nice. O número de mortos, na casa das largas dezenas, continua a aumentar. Mais de 50 feridos em estado grave. Um número indeterminado de feridos ligeiros. Pânico nas ruas, bandeiras de França no Facebook e notícias sobre indivíduos virtuais que celebram e aparentemente reivindicam o ataque. A pátria da liberdade, igualdade e fraternidade de novo em estado de sítio.  [Read more…]

Terroristas reuniram-se há 13 anos

Na base das Lajes. Será que Durão Barroso continua convencido que o Iraque tinha armas químicas? – Poderá ele mostrar essas provas ao mundo?

Existe petróleo em Palmira?

Palmira

Foto@Expresso

A escumalha do Estado Islâmico continua a deixar um rasto de destruição por onde quer que passe. Depois de Hatra, Nimrud ou da destruição das estátuas em Mossul, os radicais que empunham armas ocidentais amavelmente cedidas para combater o demónio Al-Assad controlam agora as ruínas da cidade de Palmira, património da UNESCO e um dos registos históricos mais antigos da humanidade. Pelo caminho, pilhas de cadáveres acumulam-se nas bermas das estradas e mulheres que nunca chegaram a conhecer o significado da palavra liberdade são agora escravas sexuais destes vermes sunitas.

Não consigo, por muito que me esforce, encontrar uma justificação para a passividade dos polícias do mundo. Invadiram o Afeganistão com o pretexto de apanhar Bin Laden, invadiram o Iraque usando pretextos absurdos quando o seu único intuito era controlar os recursos do país e substituir o outrora amigo Saddam por novas marionetas, armaram terroristas para derrubar Al-Assad e agora que este lixo humano mata e destrói tudo a sua volta é vê-los quietos e calados, entre ocasionais ataques aéreos que não parecem sequer beliscar a rolo compressor que oprime a Síria e o Iraque. Será que as jazidas secaram por aqueles lados?

Direitos humanos em jeito de assim…

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Hoje deve ser dia de festa entre os capangas do clã Bush, nomeadamente a quadrilha do Bush II. Mais uma vitória dos direitos humanos, que brilha entre as muitas que estas poderosas forças de exportação de felicidade têm espalhado, nomeadamente no Médio Oriente.

Depois da transformação brutal e sangrenta do Iraque (que era uma república laica, se bem que autocrática, com alguma preocupação de redistribuição de recursos sociais) numa teocracia governada por loucos fanáticos, têm-se sucedido inovações que brilham entre os maiores recuos históricos de que há registo. Hoje soubemos que as novidades em matéria de direito de família contemplam normas como o casamento das mulheres aos nove (9!) anos – dando assim dignidade legislativa e sagrada à pedofilia -, o desaparecimento da noção de violação no casamento – pelo que crime passa a ser qualquer resistência da mulher aos caprichos do marido – e a interdição da mulher sair à rua sem a expressa autorização do marido (e ainda há ingénuos entre nós que pensam que o feminismo é coisa ultrapassada). [Read more…]

Guantánamo está-me a matar

Prisioneiros em fatos de macaco laranja aguardam numa área temporária sob o olhar atento da polícia militar no campo “Raios-X” na Base Naval de Guantánamo, em Cuba, durante o processamento para o centro de detenção temporária em 11 de janeiro de 2002. Aos detidos vai ser dado um exame físico básico por um médico, que inclui uma radiografia do tórax e recolha de amostras de sangue para avaliar a sua saúde. Foto do DoD (departamento de defesa) pelo sub-oficial de primeira classe Shane T. McCoy, da Marinha dos EUA.

Os EUA mantém prisioneiros em Guantánamo, à margem de todas as leis, sem acusação e sem julgamento homens sem qualquer esperança (muitos deles capturados ainda menores). As notícias nos media normais sobre este caso em Portugal são mínimas (ao contrário do que aconteceu quando os criminosos combinavam a guerra de agressão).

A seguir ao corte pode ler o testemunho de Samir Naji al Hasan Moqbel, preso há 11 anos em condições desumanas (traduzido do New York Times).

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Ontem: Atentado à bomba monstruoso

duzentos feridos e trinta e um mortos.

Terrorismo

Jean-Marc Bouju
Prisioneiros iraquianos no campo de concentração da 101st Airborne Division perto de An Najaf, Março de 2013 2003, fotografia de Jean-Marc Bouju

Iraque, 10 anos depois: onde andam os criminosos?

É normal aqueles que defenderam a invasão do Iraque andarem por aí, impávidos e serenos, prosseguindo a sua carreira de comentadores políticos, analistas eméritos e mentirosos compulsivos? gente que vendeu uma treta óbvia, que diz ter acreditado em mentirosos compulsivos como um Bush, um Blair ou um Aznar,  e como tal é moralmente responsável pela mais criminosa guerra dos últimos tempos?

É. Chama-se manipulação ideológica da informação. Coisa velha e que funciona ao contrário da meritocracia: os medíocres tem sucesso, os que avisaram são escorraçados.

Uma boa listagem dos canalhas de que falo neste texto.

Expliquem lá para que serviu a guerra no Iraque?

Aumento enorme dos nascimentos de crianças com deficiências (em inglês)

Hoje dá na net: Razões para a Guerra

Why we fight – um documentário excelente da BBC onde se dá uma ideia da enormidade que são as forças armadas americanas, ao mesmo tempo que mostra a sua perfeita inutilidade – tudo à custa dos cidadãos americanos e, claro, das vítimas desse gigantesco complexo industrial-militar. Página IMDB.

Legendado em português.

Fotografias dos soldados americanos

Mais uma vez as imagens da nossa civilização no LA Times. E não admito o debate publique-se ou não se publique. O debate é: a guerra serve para isto? É esta a FORÇA da Democracia?

Mercenários Americanos no Iraque

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Os quatro malfeitores

Faz hoje 9 anos que quatro malfeitores se reuniram na Base das Lajes para justificar o injustificável. Neste momento, os EUA já retiraram as suas forças do Iraque, substituídas largamente por mercenários. Os iraquianos continuam a sofrer. E quanto aos malfeitores, foram todos devidamente recompensados.

Recorde aqui a Cimeira das Lajes

Americanos retiram do Iraque, sem honra nem glória

Claro que na guerra nunca há honra ou glória é, afinal de contas, um negócio porco.

Soldados Americanos violam uma iraquiana de 14 anos - identificada como jovem mulher nos relatórios oficiais - clique na foto para ler a história dela e outras, em inglês

A guerra no Iraque foi um negócio especialmente porco porque se tratou de uma guerra de agressão. Guerra que o agressor nem teve coragem de declarar. Nos julgamentos de Nuremberg, as guerras de agressão, foram consideradas o crime internacional supremo.

 
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O Iraque explicado aos ingénuos

Documentário “Let’s make money” – Ex-assassino económico John Perkins

Disponível  aqui.   via spectrum

Façam surf, mas em casa

Os órfãos de Bush andam desesperados. A ameaça de vários países árabes se democratizarem sem uma invasãozinha, uns bombardeamentos, umas empresas privadas de segurança, deixa-os em desespero total. Isso e a perda de aliados, a começar pelo egípcio que tem apaparicado o neo-nazismo israelita.

Por um lado há um estranho silêncio sobre o Dia da Raiva no Iraque: sim, no Iraque também há manifestações pela democracia que a guerra não trouxe.

Por outro apela-se a que Obama repita os disparates dos seus antecessores, bombardeando a Líbia. Sendo desejável uma intervenção da Liga Árabe ou da UA, eles sabem perfeitamente que um tiro disparado pelas Natos arrasaria os processos revolucionários árabes num instante. Como vale tudo, um tipo qualquer, esquecendo que a liberdade de expressão acaba quando se inicia, por exemplo, a apologia do crime de guerra, chama o Coronel Kilgore. Perdoa-lhes Coppola, eles nem sabem o que dizem, quanto mais o que fazem.

A guerra é um negócio sujo

A guerra não tem nada de nobre, romântico, limpo, ou honroso para aqueles que nela participam. Pode na melhor das hipóteses ser um mal necessário, mas nunca em circunstância alguma deixa de ser um mal. Ultimamente temos assistido a um branqueamento das guerras, não são mostradas atrocidades, muitas vezes nem se contam os mortos.

Assim, tendo em conta o que foi decidido na cimeira da NATO, é uma boa altura para recordar as palavras do Major-General Smedley Butler, USMC, num discurso proferido em 1933:

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Tony Blair atacado em Dublin

Tony Blair atacado com sapatos e ovos em Dublin, quando apresentava a sua autobiografia, um livro intitulado ‘A Jorney’. Os manifestantes proferiram igualmente a acusação de “criminoso de guerra” e de ter “sangue nas mãos” – a imprensa diz que se trataram de insultos, mas, ao que certos jornalistas escrevem, deve-se reagir com a indiferença devida, seja pela desonestidade intelectual seja pela incapacidade de saber o que, realmente, escrevem.

Tony Blair fez parte do trio – Bush e Aznar foram os outros  – decisor do ataque e invasão do Iraque, durante um chá gentilmente servido, nos Açores, pelo mordomo Barroso.

Tal ocupação, ao contrário do que Obama afirmou 3.ª feira passada, ainda continua através da permanência de 50.000 soldados dos EUA até 2011, não obstante ter causado às tropas norte-americanas, sem contar com as restantes, cerca de 4.500 baixas e mais de 30.000 feridos. Por sua vez, e isto é o dado mais eloquente, estima-se um número indeterminado de mortos da população iraquiana – entre os 200.000 e os 600.000, não há certezas. Por outro lado, o país, devastado, continua a ser palco de miséria e sofrimento de milhões de seres humanos.

Comprovadamente, não existiam armas de destruição maciça e Saddam Hussein, alternativamente, poderia ter sido forçado a promover eleições e a institucionalização de um regime democrático, através de medidas e acções coordenadas pela ONU e sem a horrenda e despropositada violência utilizada.

Blair e os restantes, incluindo Barroso, são efectivamente “criminosos de guerra”, mas, como todos os bastardos, acabou por ter sorte. Nem um cabrão de um sapato, ou de um ovo, lhe acertou, ainda que fosse de raspão.

Espero bem que a FNAC, ou outra do género, não tenha a triste ideia de convidar Blair para vir a Lisboa – desculpem lá os do Porto – apresentar a merda do livro. Se tal suceder …

(Nota: Desde que publiquei no ‘Aventar’ este ‘post’ o meu PC é sucessivamente atacado e vejo-me nas “amarelas” para recuperar o acesso à Internet. Sucedeu novamente quando fiz o “link” neste texto. Coincidência fortuita?)

The melting point: Wikileaks, Pentágono e Obama

O portal Wikileaks transformou-se em autêntico quebra-cabeças do Pentágono e dos governos dos EUA e de outros países ocidentais. As revelações de informação secreta levaram o fundador do ‘site’, o australiano Julian Assange, e restantes colaboradores, a dispersar os respectivos servidores por vários países, entre os quais a Suécia. Neste país, o local de abrigo é um “bunker” do tempo da Guerra Fria.

A coragem de Assange e companheiros causou uma espiral de incomodidade nas chefias militares norte-americanas, quando utilizaram o Wikileaks para verter, na Internet, um conjunto de 75 mil documentos secretos relativos à intervenção no Afeganistão.

Todavia, o portal Wikileaks, além de outros conteúdos incómodos, descodificou e difundiu igualmente o vídeo que encima este ‘post’. As imagens, igualmente publicadas em ‘el mundo’, demonstram a forma bárbara como, a partir de um helicóptero, soldados norte-americanos assassinaram o fotógrafo da Reuters, Namir Noor-Eldeen, e mais onze civis inocentes. Além da barbaridade do crime, é possível ouvir a abjecta linguagem usada dos “heróis” que o perpetraram. Aconteceu em Bagdad em 2007 e nem a Reuters logrou ter explicações das razões do ignominioso acto.

Claro que, como tinha sido avisado, Assange vem a ser perseguido pela ousadia. A procuradora-chefe da Suécia, Marianne Ny, decidiu reabrir uma investigação contra Assange, por suspeição de crimes de violação e assédio, com base em queixa de duas cidadãs suecas. Julian Assenge, ao afrontar poderosos sustentáculos do imperialismo norte-americano, está naturalmente consciente que, doravante, nunca terá uma vida fácil e muito menos tranquila.

Iraque e Afeganistão trazem, todavia, outra figura para este ‘melting point’ da política internacional actual. É o presidente Barack Obama que já aqui elogiei, a propósito da reforma em que se empenhou do sistema de saúde, nos EUA.

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Tony Blair é um criminoso de guerra, ou uma justificação para o terrorismo


Juntamente com George W. Bush, Jose Maria Aznar e Durão Barroso, Tony Blair não passa de um criminoso de guerra. Tem as mãos sujas de sangue e, por mais justificações que continue a dar, o seu lugar na História já está assegurado. Foi o responsável por milhares de mortos inocentes no Iraque. Acredito que durma tranquilamente durante a noite.
É pena que ninguém pegue em gente desta e a leve ao Tribunal de Haia. Porque ao ouvir as palavras vomitadas desta forma, é impossível não pensar por vezes que, afinal, os terroristas limitam-se a lutar com as armas que têm. Como dizia Bin Laden há poucos dias, se os árabes não podem dormir tranquilos com a ameaça israelita, por que razão poderão os americanos dormir tranquilos?
Ah, e só mais uma coisa de que o senhor Blair se esqueceu: com Saddam, não existia terrorismo no Iraque.