Manifestação em frente à sede do PP (Madrid), esta noite – Foto: Cristóbal Manuel – El País
Se um partido no governo decreta que todo o solo do país é urbanizável, como fez o Partido Popular (PP) de Aznar em 1998, e empurra o país para a construção de um enorme “império do tijolo”, é natural que as empresas construtoras fiquem gratas.
Em 2013, na ressaca da grande borbulha imobiliária, com milhares de casas vazias e um crescente número de cidadãos despejados, aparecem por fim os livros de contabilidade do PP, com a prova inequívoca daquilo que já há muito se suspeitava. Entre 1990 e 2009, os tesoureiros registaram centenas de recebimentos vindos de grandes empresas (construtoras, sobretudo, mas não só) – aproximadamente 7,5 milhões de euros, já sem falar nos donativos ainda em pesetas – e uma longa série de pagamentos a altos cargos do partido, incluindo o actual presidente do governo, Mariano Rajoy. Pagamentos jamais declarados ao fisco, se é que é preciso acrescentar.
A história, investigada pelo diário El País, rebentou hoje, e a esta hora há várias manifestações espontâneas frente às sedes do PP de todo o país. Correm rumores de que já foram feitas algumas detenções. De manifestantes, claro.
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