Os sinais são já nitidos e nos próximos dez anos vão tornar-se ainda mais claros. O eixo do mundo económico e financeiro está a rodar, deixando a UE e os US e movendo-se na direcção dos BRIC ( Brasil, Rússia, Índia, China ).
Este movimento faz-se à custa de fronteiras sem barreiras e tambem da miséria da população trabalhadora daqueles países emergentes.
Os BRIC são já quem tem grande parte da dívida externa dos US, são quem compra e são proprietários de grandes empresas internacionais autênticos “icones” do capitalismo Ocidental.
Não podemos aceitar que estes movimentos globais se façam à custa de preços muito mais baixos que os conseguidos no Ocidente, porque resultam de políticas de repartição muito desiguais, o que leva a que os US e a UE estejam, literalmente, a alimentar sistemas instalados nos BRIC que se baseiam numa enorme miséria da classe trabalhadora.
A continuar assim, será o Estado Previdência que pode estar em causa, a maior vitória social dos povos , desde sempre. Tem sido a partir da luta dos trabalhadores que os maiores avanços sociais têm sido conseguidos, no quadro mais amplo do Estado Social .Ora, sem os mesmos apoios sociais do Ocidente ,esta luta global trava-se em condições muito injustas para os trabalhadores explorados até à miséria naqueles países emergentes.
Hoje, tambem é evidente que o desenvolvimento apoiado no petróleo, tem os dias contados, o preço/barril vai chegar aos 200 dólares, o que coloca em cima da mesa a questão de saber se os países emergentes estão dispostos a travar o seu desenvolvimento a curto prazo, para dar ínicio a uma nova era de desenvolvimento sustentado.
Para os países Ocidentais essa substituíção é muito mais dificil, porque toda a economia está apoiada em estruturas e logística que derivam do petróleo e seus derivados. Copenhaga já mostrou as profundas divergências e não se chegou a acordo.
A muito curto prazo a globalização será posta em causa, os países emergentes não estão dispostos a prejudicar o seu desenvolvimento, melhorando drasticamente o nível de vida das suas populações, o que vai levar os países ocidentais a fazerem movimentos de anti-globalização , no sentido de nivelar os custos e a qualidade dos produtos e bens!
Qual será a opção? É justo que a globalização se faça apenas ao nível do comércio livre, ou tambem é exigível que os trabalhadores daqueles países alcancem um nível de vida decente?
É que não há “jeanes” a dois euros…
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