Voltar ao escudo? Humilhação para Sócrates!

Dois economistas, no “Financial Times” de ontem, assinam um artigo em que  colocam a hipótese de Portugal voltar ao escudo nas transacções internas, mantendo o Euro como moeda de troca com o exterior.

A situação de Portugal é de tal forma dificil que já serve de cobaia para uns quantos, ávidos de protagonismo, avançarem com medidas que humilham o país, no mínimo!

A ideia, para além de “espatafurdia”, nada tem de original. Basicamente,o que se pretende é que, desvalorizando os factores de produção, a nossa economia se torne mais competitiva.Era o que se fazia quando a moeda era nacional, desvalorizava-se e já está, os nossos produtos tornavam-se competitivos. O que eles não dizem é que essa é a forma mais eficaz de nos tornarmos cada vez mais pobres.

Foi assim que, em vez de aumentarmos a produtividade, racionalizando meios, investindo em novos equipamentos, em inovação, em formação do pessoal, fomos desvalorizando o escudo até nos tornarmos nos mais pobres da UE!

Mas escolhendo entre os ” PIGS ” ( Portugal, Itália, Grécia e Espanha) o nosso país para cobaia, mostram o que pensam da situação a que chegamos, enquanto cá dentro temos um governo que diz que fomos o primeiro país a sair da crise.

O esquema até já tem nome ” IOU – I owe you –  Eu devo-te !

O Sócrates, com o seu inglês técnico, é que não deve perceber os sinais que constantemente nos estão a mandar.

Talvez sinais de fumo resultem!

O túnel da Luz está às escuras, quando convém

No Benfica-Nacional também houve luz ao fundo do túnel: Rúben Micael conta agora que Jesus lhe meteu dois dedos na cara. Simpático. Isto no mesmo jogo onde um penalti simulado por Aimar foi castigado com uma multa, porque o Conselho Disciplinar da Liga só suspende, pelo mesmo motivo, jogadores do Porto, que como é sabido tem um estatuto legislativo muito peculiar, o mesmo que condena agora Pinto da Costa a 3 meses de suspensão, por ter aberto uma boca que se deseja fechada.

E que tal o Benfica começar os jogos com uns golitos de avanço?  Só falta.

Sinistra destra: os blogues que eu leio são melhores que os teus 26.1.10

a privatização do emprego público

O poder de compra dos funcionários públicos caiu 6% entre 2000 e 2009. As despesas com pessoal da administração pública diminuíram 11,1% em termos nominais e para os dez primeiros meses de 2009, em relação ao mesmo período de 2007. As despesas com a aquisição de serviços a privados por parte da administração pública central, entretanto, aumentaram 11,6% no mesmo período. O que antes era feito pela administração passa a ser feito, cada vez mais, por privados pagos pelos contribuintes.

João Rodrigues, Ladrões de Bicicletas

gripe

Agora, gripe tornou-se uma palavra de mau gosto, que se pronuncia como pedofilia, pobreza ou desemprego. Os doentes dizem, baixinho, que estão constipados. As zaragatoas, as máscaras e as batas adormecem nos depósitos. Regressámos à nossa ingenuidade infecciológica pré-pandémica. Tussa lá à vontade para cima de mim, sopre na sopa da menina, dê-lhe beijinhos na mão e na boca do seu amor também.

Luís Januário, A Natureza do Mal

moscas

Esse médico do hospital contou-me que uma vez lhe entrou uma mosca no ouvido e para a espantar teve de ouvir música muito alto. E não era qualquer tipo de música, tinham de ser canções com muitas baterias e congas, porque se fosse música clássica a mosca ia buscar a família para ir viver com ela. O médico depois contou que a mosca acabou por sair e com ela veio um caroço de azeitona que lhe tinha ficado do final de um jantar de turma da faculdade. Mas eu isso acho que já ele a inventar.

Jorge Daniel Internet

Destra Sinistra: os blogues que eu leio são melhores que os teus 26.1.10

O Pedro Correia descobriu um novo “estadista” e eu nestas coisas costumo de dizer que “é de estalo”. Nunca uma expressão foi tão adequada para a situação deste o pontapé do outro do Big Brother…

Pedro Correia – Albergue Espanhol

E nada como uma boa piada para animar a malta…

Rui Tabosa – Corta-fitas

E grão-a-grão, o António Caldeira vai enchendo o saco do nosso Primeiro. Dá-lhe forte.

António Caldeira – Do Portugal Profundo

O bom, o mau e o Vilão é a posta da semana e que inveja eu tenho de não ter escrito aquilo…

Luís Filipe Coimbra – 31 da Armada

E sim, é o mais puro deboche!

Tomás Vasques – Hoje há conquilhas…

Volta a Portugal em Blogues

O Aventar gosta de não ser um blogue de Lisboa. Também temos gente de Lisboa, mas já nos espalhámos do Minho ao Algarve, e mais se seguirá.

Decidimos destacar os blogues locais de que mais gostamos, numa volta que percorrerá todo o país, de lés a lés, por terra, mar e ar.

Aceitam-se sugestões, como de costume usem o contacto ou a caixa de comentários.

Congelar salários? Greves na avenida…

O ano passado era ano de eleições, os funcionários públicos foram aumentados 2,9% o que adicionado à inflação zero foi um aumento incomportável para as miseráveis contas públicas que já não enganavam ninguem. Mas a massa salarial é sempre muito mais elevada que o aumento da taxa nominal, há a acrescentar as progressões nas carreiras, o pessoal que entra…

Este ano aí está o congelamento dos salários da função pública, como não podia deixar de ser, cá no nosso país o “go-between” é sempre o mau da fita, mas a realidade , mais tarde ou mais cedo, é incontornável.

Os sindicatos, acicatados pelo acordo com os professores que corresponde a um real aumento da carga salarial, já estão com um pé na rua, as greves vêm a caminho num país à beira da bancarrota. Ninguem está para pensar no todo nacional, que interessa o país, quando milhões de euros são enterrados nos bancos, nos investimentos sem retorno, nos negócios das empresas do Estado e dos grandes grupos com o dinheiro da Caixa, nossa, muito nossa?

Um governo à deriva, sem saídas, a não ser mais dívida pública, mais empobrecimento…

Mas escondida, há uma rúbrica para os poderosos, gabinetes, assessores, advogados, consultores. Mil milhões de euros correspondem a 200 milhões de contos ( o último número andava pelos 80 milhões de contos) uma ganância desmedida a distribuir ao critério  dos governantes, pelos mesmos de sempre, enquanto os técnicos da função pública são afastados dos estudos e dos pareceres.

Claro que os Sindicatos têm razão!

Os sinais do empobrecimento…

Como há dez anos que o PIB não cresce e como nos próximos dez tambem não vai crescer, o empobrecimento acentua-se, inexoravelmente. Até aqui, andamos alegremente, Estado, empresas e famílias a endividarmo-nos para manter um nível de vida que é insustentável. A dívida pública cresceu desmesuradamente, e agora soam os sinais de alarme, cá dentro e lá fora.

Chegou a hora de se venderem os anéis. As grandes empresas públicas vão passando para as mãos de “centros de decisão internacionais” . A CIMPOR, talvez a mais importante empresa industrial portuguesa, está sob o ataque de uma OPA hostil da parte de uma empresa brasileira.

Os nossos amigos Angolanos têm tomado posição em grandes empresas nacionais, com grandes investimentos, na banca, na Indústria, jornais e até (diz-se) em equipas de futebol…têm capacidade financeira, e se tomam posição é porque alguem saíu, ou não querem ou não podem manter essas posições, é pois natural que quem tenha capacidade financeira o faça.

Investem, correm riscos, jogam o jogo segundo as regras do país. Bem sabemos que as mais valias não vão ficar em Portugal, mas são empresas cotadas em bolsa, há regras, assim todos as cumprissem.

Havendo reciprocidade, empresas portuguesas a tomarem posições ou a investirem em empresas Brasileiras ou Angolanas, nada a dizer, mas o que temos cada vez mais são as jóias da coroa a serem vendidas.

Nós nos últimos dez anos empobrecemos, temos que vender, quem criou riqueza e poupou, compra!

O pior é que tambem já poucos há que nos emprestem!

O regresso de Serpico

Lembram-se de “Serpico”? O polícia barbudo, amante da contra-cultura, que começa idealista, a acreditar que é possível ser polícia em Nova Iorque e não recorrer a métodos brutais, e acaba a enfrentar os colegas corruptos, que o querem ver morto?

Al Pacino foi um Serpico vibrante no cinema, mas o verdadeiro Serpico é real e ainda vive. Foi alvejado na cara e deixado para morrer pelos colegas que sabiam que ele não desistiria de denunciar a corrupção que minava o corpo de polícia da cidade. E acabou a depor contra esses mesmos homens, tendo ganho, como recompensa, o que sempre quis: ser promovido a detective. Recusou a oferta, entregou o distintivo e partiu para a Europa.

Assim termina o filme, dizendo-nos que Serpico vive algures na Suíça, naquilo que poderá ser uma reclusão meditativa ou uma tentativa de reconciliação com uma experiência pessoal arrasadora. Quando o filme acaba, ficamos sem saber se Serpico foi recompensado pela bravura ou se carrega um castigo que não mais acabará.

Agora surge a história do que foi feito do verdadeiro Frank Serpico. [Read more…]

Já está a ferver!

Vamos entrar na recta final da Liga, Taça de Portugal e Taça da Liga. É chegada a hora de lançar apostas entre os nossos leitores. Ora digam: quem vai ganhar? Apostas na caixa de comentários, s.f.f.

Que crime vamos inventar hoje?

Proibido

Segundo o Daily Mail, os governos de Gordon Brown e Tony Blair criaram 4300 leis proibicionistas em doze anos, à média de 33 por mês para Brown e 27 por mês para Blair ou, em números arredondados, uma proibição por dia.

As proibições incluem tolices como a interdição de vender aves que foram abatidas a tiro num domingo, nadar junto ao casco do Titanic, realizar explosões nucleares ( o que deve estar previsto noutro tipo de legislação mais geral ) ou a inefável criminalização de perturbar uma embalagem de ovos – disturbing a pack of eggs – quando instruído para não o fazer por um agente autorizado. Questionado por um deputado – que se refere a esta atitude como “diarreia legislativa” – sobre a lei dos ovos, Jack Straw respondeu: ” os inspectores de comercialização de ovos devem ser capazes de garantir que os ovos suspeitos de ser comercializados em violação dos regulamentos da UE não estão adulterados”.
E acrescentou: “Lamento que você considere estas proibições desnecessárias. Nas suas diferentes formas, são partes importantes da legislação”.

Entre as leis assim criadas, contam-se muitas que permitem a intrusão de funcionários do governo em propriedade privada, intromissão na vida privada dos cidadãos, etc.

Em função do exposto, o Aventar pretende ajudar o governo britânico e a UE de duas formas:

1- Retirem a palavra Liberdade de todas as constituições europeias, pois só atrapalha.

2- Ao fim de tantos milhares de proibições deve ser cada vez mais difícil fazer novas leis. Nós, para já, contribuimos com uma semana inteira de “legislação” proibitiva: [Read more…]

Para quando o mestrado para orientador de aparcamento de viaturas?

Para quando o mestrado para “orientador de aparcamento de viaturas”? Ou, como denominam os invejosos e os ignorantes, para “arrumador”?

É mais do que tempo, que diabo!

Para quem queira inteirar-se melhor, é só clicar aqui.

Entretanto, ao ler o anúncio, vem à minha memória os discursos acerca do Alqueva, do Alentejo, do regadio, da agricultura, das prioridades, etc. Não sei porquê…

"Sinto vergonha de mim"

O terramoto de 1531 – faz hoje 479 anos

Com um epicentro algures entre Azambuja e Vila Franca de Xira, no dia 26 de Janeiro de 1531, faz hoje 479 anos, um terramoto destruiu parcialmente Lisboa. Sismo que, segundo se julga, pouco terá ficado a dever ao de 1755. No entanto, a cidade não era tão grande, nem tão populosa, embora para a época, fosse considerada de enorme dimensão – teria cerca de 100 mil habitantes (contra os 275 mil de 1755).

As zonas da cidade que foram atingidas não terão também sido as mesmas. Como exemplo desta afirmação, o Hospital de Todos os Santos, no Rossio, não ficou significativamente danificado, vindo porém a desaparecer no sismo de 1755. Sabe-se também que, embora com menos danos registados, o Ribatejo e o Alentejo foram regiões duramente atingidas. Desde o dia 7 que se verificavam abalos, mas o mais grave foi o de 26 quando, ao princípio da madrugada, a terra tremeu por três vezes. [Read more…]

Economia e Finanças:

Eu não percebo muito de finanças mas gostaria de saber as reais contrapartidas para a Madeira de todo ESTE acordo. É que não há almoços grátis. Sobretudo quando alguns terão de se sacrificar em nome de todos. Mas continuando a afirmar que nada percebo de economia e finanças, não deixo de ficar surpreendido ao ler que Portugal vai emprestar dinheiro a Angola. De certeza? Não será ao contrário?

A4: Terror na Auto-estrada

Todos os dias utilizo a auto-estrada nº4, mais conhecida como A4 (Porto-Amarante).
Conheço-a, em toda a sua extensão, como a palma das minhas mãos. É uma via fundamental para o Grande Porto nas suas ligações internas (Valongo, Ermesinde, Maia, Matosinhos e Porto) e essencial para nascente do Distrito do Porto (Penafiel, Paredes, Baião, Amarante, Marco).

Infelizmente, hoje foi palco de mais um acidente grave, muito grave. Independentemente das culpas que possam ser apontadas aos condutores, não se pode ignorar que esta via, em determinados troços, é bastante perigosa – descidas acentuadas, curvas bastante apertadas e sinalização paupérrima. É perigosa, bastante perigosa.

É tempo de os responsáveis por estas vias começarem a ser responsabilizados. Os valores de portagens que cobram, nada meigos, obrigam a um serviço de excelência. Manifestamente, não é o caso da A4.

Os núcleos de famílias

Nativos da etnia Picunche, segundo uma gravura do século XVI.

A minha intenção, ao longo dos próximos dias, é explicar as relações de família de nativos de várias Repúblicas na América Latina. Por me parecer mais simples, começarei pelas analisadas por mim e pela minha equipa. Há tantas surpresas, à medida que vamos conhecendo a vida dos nativos!

A primeira com que me deparei, antigamente conhecida por mim, e depois esquecida ao longo dos anos, foi a do matrimónio poligâmico dos Picunche do Chile e da Argentina.

Os Picunche não têm memória da sua aparição na terra. Não liam nem escreviam e eram, durante a época colonial quando o Chile era um Reyno (palavra que não é gralha, mas a forma como era escrita), escravos dos espanhóis que se apoderaram das suas terras. Como não conheciam o cultivo da batata, do milho e o cuidado das ovelhas, agrilhoavam os nativos para não fugirem. Forma de terem sempre, ao pé de si, um livro aberto que não falava e trabalhava em silêncio desde a manhã cedo até a luz do dia acabar. Os que morriam, eram retirados da fileira de índios agrilhoados e lançados a uma fossa construída por baixo de uma capela no sítio de huenchulami. Horror que deu nascimento a outro hábito, de que falarei mais em frente. [Read more…]

Apontamentos a sépia (8)

(Jardim do Vidago Palace, Vila de Vidago, Concelho de Chaves)

Por falar em audiências

As nossas voltaram à normalidade depois de uma crise em meados de Outubro seguida de hibernação num sapal.

Claro que isto tem umas explicações técnicas, mas não vos vou chatear com minudências. Fiquemos pelo é sempre bom saber-se que valemos por nós próprios. E chega.

O perfeito coração

Como escrevi aqui ontem, estive em Carnaxide que, curiosamente, tem dois hospitais em frente um do outro. De um lado da rua o Instituto do Coração, do outro lado, o Hospital Público. Estive neste à espera de um amigo meu. Meteu pilhas novas.

Enquanto esperava, lembrei-me de há quanto tempo foi efectuado o primeiro transplante cardíaco pelo Prof Barnard, na África do Sul, um tipo com estilo de galã de cinema. Eu trabalhava no Terreiro do Paço, não devia ter mais de 20 anos, logo à volta de 1966, saí do Ministério e lá vinha na primeira página dos vespertinos a notícia.

Um milagre ou uma trapaça? Um dos passantes diz, “vê-se logo que é mentira, como é que o coração tem o mesmo tamanho do outro? ” como quem diz, não cabe ou fica a dançar dentro do novo peito. Aquilo fez-me pensar, então aquele gajo, nunca tinha pensado num transplante e já tinha opinião? Quem andou toda uma vida a estudar o assunto não tinha visto coisa tão simples de ver?

Anos depois foi feito o primeiro transplante cá no Instituto do Coração, a paciente bordava corações, era uma mulher humilde aí de Espinho, que viveu muitos anos com o seu novo coração.

A técnica evoluiu rapidamente, mas o grande desafio era a rejeição do orgão pelo sistema imunitário que reagia a um orgão estranho e que não reconhecia como seu. Até que um jovem cientista descobriu, entra as muitas novas plantas que tinha apanhado na floresta uma, que tinha propriedades notáveis, foi dela que se extraiu o princípio activo da CICLOSPORINA, o primeiro grande salto na atenuação dos efeitos da rejeição .

Os transplantes tiveram então uma enorme evolução, com resultados notáveis, dos rins, do fígado, do coração, dos pulmões, enfim, até a situações que nos fazem tremer como a dos transplantes de partes da cara, como já aconteceu em França e em Espanha.

Lembrei-me daquele perfeito coração bordado e do Prof. João Queiroz e Melo o primeiro cirurgião a fazer transplante do coração, cá em Portugal, ele que tinha pertencido à equipa do Prof. Barnard na África do Sul.

Conheci-o pessoalmente, precisava de um equipamento fundamental para as suas cirúrgias e eu estava numa função em que podia fazer alguma coisa.

E fiz!

Em Primeira Mão…

…a nova imagem gráfica do “nÃO sEJAS dURO dE oUVIDO” que partilho com o Aventar, assim como a música do genérico:

(em breve numa rádio perto de si e sempre no Aventar)