PSD dá lição de democracia ao PS

Amanhã darei os Parabéns a quem de direito pela aprovação da lei. Hoje não.
É que, mais uma vez, o PSD dá liberdade de voto aos seus Deputados numa questão que é de consciência. O PS não. Não há críticas?

JOSÉ MARIA PEDROTO, ou "O MESTRE"

Ao cair do pano, uma referência que se impunha, pelo menos para mim enquanto portista. Os demais com outras sensibilidades que me desculpem, mas não podia deixar de o fazer.
Não tive oportunidade de conhecer o Mestre Pedroto pessoalmente. Era amigo do meu avô materno, mas a ocasião nunca surgiu, nunca se concretizou. E faz hoje 25 anos que essa oportunidade se esgotou.
Lembro-me bem do estilo, e estou grato pelo que fez não só pelo FCP como também pela cidade do Porto e pela região do Norte.
Foi ele, através do futebol, que iniciou um árduo trabalho de equilibrar os pratos da balança, e de devolver à cidade o seu orgulho tantas vezes ferido, numa época em que a homens assim se apelidava de “bairristas”.
Obrigado, Mestre.

Agarra que é ladrão!

A peça é do JN (edição Porto, pág.13) de hoje e foi escrita pelo jornalista Pedro Guimarães sobre o assalto a um banco na Maia e é de antologia:

Maria de Fátima, outra testemunha, também teve um papel importante na detenção: “Eu estava a sair do pão-quente quando ouvi berros e disse para o lado: caça que é ladrão e ele foi atrás dele e caçou-o”, explica.

Meus amigos, isto é humor do melhor. Este homem é um verdadeiro perdigueiro!!!

Delfina Barata

ISTAMBUL – A esposa do homem-bomba que matou sete funcionários da Agência Central de Inteligência (CIA) no Afeganistão afirmou hoje estar orgulhosa do marido. “Eu não tenho vergonha. Ele fez isso contra a ocupação americana (no Afeganistão)”, disse a turca Defne Bayrak aos repórteres em Istambul, onde ela vive.

 Se os americanos invadissem Portugal e começassem a dar cabo desta merda toda, Como fizeram no Iraque e continuam a fazer no Afeganistão, matando a torto e a direito, velhos, mulheres e crianças, e a Delfina Barata, mulher do marido Zé António que amarrasse à cintura quatro garrafas de tintol cheias de explosivos e limpasse o sebo a sete agentes da CIA, e dissesse que estava orgulhosa do marido, o que responderíamos nós?

Em revista

Diz o Público que o líder parlamentar social-democrata, Aguiar Branco, rejeita a possibilidade de mais um “orçamento limiano”.
Acho muito bem: o que as contas do Estado menos precisam é de matéria gorda. Nem um orçamento de tempos de vacas magras bate certo com queijo flamengo.
Já a TVI24/IOL destaca que as ambulâncias do INEM estão a servir de taxi gratuito para os utentes.
É o que dá não haver investimento sério e eficiente na rede de transportes públicos, a par da subida do crude que tem aumentado o preço da bandeirada.
Ainda a TVI24/IOL, refere que uma lésbica se manifestou durante a apresentação de um livro contra o casamento homossexual.
Parece-me que há pessoal que ainda não se apercebeu bem das potencialidades que o casamento homossexual terá em sede de manifestações lésbicas: a partir de agora muita gente não terá de andar a ver cenas lésbicas às escondidas na net, poderá usufruir duma vistas dessas sentado num qualquer banco de jardim e ao vivo.

A dupla Francisco Assis/Cristiano Ronaldo

Maginot_Line

Muito a propósito do tema que começa a ser amanhã discutido no Parlamento, cai por terra mais um tijolo da duvidosa Linha Maginot da disciplina de voto republicana até hoje preconizada pelo Partido Socialista. A velha máxima do “todos iguais, mas uns são mais iguais que outros” demonstra plenamente a pouca solidez doutrinária e de praxis das organizações alegadamente republicanas. Confirma-se a existência de privilegiados, ou melhor, de gente excepcionalmente apta para fazer o que bem entende.

Consiste esta atitude de Francisco Assis, líder do grupo parlamentar do PS, numa salutar posição de liberdade de voto que todos os partidos deviam adoptar, dignificando as suas funções, independência intelectual e liberdade de escolha. Ao contrário do que se tem afirmado, o exercício deste cargo não é compatível com a existência de estipulados contratuais, como se de uma empreitada se tratasse. As matérias podem ser, como este caso demonstra, objecto de reflexão solitária e a decisão variará consoante a consciência de cada um.

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"Primeiro-ministro rejeita adopção de crianças por casais homossexuais"

Segundo nos relata a TVI24/IOL, afinal de contas o que o PS quer é acabar com uma discriminação e manter outra, ou seja os homossexuais podem casar, mas depois de casados não podem adoptar.

Este PS está cada vez mais vanguardista…

Ana Malhoa é inexperiente

Aqui há uns tempos dei por mim a pensar o que teria levado o PS a apostar em Isabel Alçada para Ministra. Ainda hoje tenho alguma dificuldade em perceber.
Quando vi a capa do último “trabalho” de Ana Malhoa, percebi – “Tu podes vencer”. Percebi não porque a artista apareça com igual número de peças de vestuário, isto, se comparado com a srª Ministra, pois claro, mas porque a Artista mudou a imagem, mudou o som, mudou tudo… para que tudo fique na mesma!

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Com o lema “Tu podes vencer” a srª Ministra avança para a 5 de Outubro e na primeira casca de banana do assessor de comunicação eis que ela se manda ao tapete, coisa rara no caso da artista que se costuma, creio, mandar para cima de outras coisas.
Confuso? Nem por isso.
– “Tu podes vencer!”, disse Sócrates a Alçada. Ana Malhoa aproveitou e na véspera do último dia de negociações vem dizer que 83% dos professores foi avaliado com BOM!
São declarações infelizes que seguem o que a anterior Ministra fez, num triste dia de Outubro em que veio a público denunciar as faltas de professores. É óbvio que a culpa é do assessor – tivesse a Ana Malhoa o assessor de imagem da Isabel Alcada e tudo estaria melhor. Veja-se as mais recentes fotos da inexperiente artista de Rio Tinto.
Sim… está tudo ao contrário, mas eu sou BOM!
Sou tão bom que volto aos bons daqui a uns posts. Até já.

A minha vizinha chama-se Ruth Marlene

Citação 1

 

“A vizinha afinal é que teve coragem. Fez nu frontal. Ninguém queria, ninguém queria, mas ela… Foi ela que o fez.”

Habitante de Lagoinha, vizinho de Ruth Marlene.

Citação 2

 

‘O MEU TEMPO DE BELEZA ESCULTURAL JÁ PASSOU’

 (Ágata, cantora)

 

Disciplina, Igual a Prepotência

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VOTO DISCIPLINADO
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Os representantes do povo na Assembleia da República, são uns paus mandados.
Podem pensar o que quiserem, podem comprometer-se com o que desejarem, que no final, quando a vontade deles tiver algum peso, têm de obedecer a quem manda e votar, não em consciência, mas segundo as conveniências do partido a que pertencem. De vez em quando, lá vai havendo alguns que, porque são diferentes, crê-se, não estão sujeitos a essa disciplina.
É o que se passa nesta altura com os deputados do partido do governo, que, com a excepção de sete, têm de obedecer aos interesses políticos do partido. Felizmente que ainda há, noutras bancadas, total liberdade, mas é só desta vez, já que noutras alturas fazem exactamente o mesmo que estes, obrigando os seus deputados a votar como lhes dá na real gana (aos partidos).
O que está em causa agora, é o voto sobre o casamento dos homossexuais. Sobre os diplomas apresentados, os deputados têm que votar, e acabam por só votar favoravelmente os proponentes, votando contra ou abstendo-se todos os outros.
Para mim, não está em causa se apoio ou não apoio os diplomas apresentados. Pessoalmente até nem os apoio. O que está em causa é esta ideia de que as pessoas que estão no Parlamento não têm cabeça para pensar por si mesmas e têm de ser mandadas votar de determinada forma. A isso, chama.se prepotência de quem pode para com quem tem de obedecer. Ora, isso fere os meus ideais de democracia.
Esta forma de proceder faz diminuir, a meu ver, a confiança que deveríamos ter, nas pessoas que elegemos para nos representar.
Para quando alguma mudança? Para quando círculos uninominais, onde cada deputado responda a quem o elegeu?

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A distância e o tempo

É comum encontrar-se cartazes de publicidade (agora chamam-se “outdoors”) a anunciar, por exemplo, que certo hipermercado ou certo centro comercial fica a “x” minutos.

Antigamente, as distâncias eram anunciadas em metros ou quilómetros. Agora, são em minutos. E compreende-se: á medida que a evolução tecnológica avança, as distâncias diminuem, logo o que vai contando cada vez mais é o tempo que se gasta.

Hoje falar com alguem que está do outro lado do mundo, com imagem em tempo real é mais do que normal. Ou gravar centenas de músicas num só pequeno suporte. Ou deslocarmo-nos fisicamente com todo o conforto entre pontos distantes.

O que nos interessa, mesmo, é saber quanto tempo demora a fazer a ligação, a gravação, ou a deslocação. O que interessa é o tempo que nos consome.

Será mister – no sentido de forçoso e não no sentido inglês do termo – um dia calcular-se se andaremos a investir bem esses fragmentos de tempo que se vão poupando. Em que medida essas poupanças de escala no nosso tempo têm sido aproveitada por nós, ou se estão a ser aproveitadas pelos outros.

É que á medida que vamos tendo cada vez mais sofisticadas gerigonças (agora chama-se “gadgets”) para nos poupar tempo, este vai mingando. O normal é ouvir-se da boca de quem tem Internet, iPhone e outros brinquedos, a contemporânea frase “Não tenho tempo para nada!”.

Dificilmente tiramos para nós, e para os nossos, o tempo daqueles fragmentos que vamos poupando, porque nos vai sendo exigido fazer cada vez mais em cada vez menos tempo. Porque é para isso que está orientada a evolução tecnológica: para sermos cada vez mais rápidos. Numa nova espécie de escravatura, que deita por terra mais uma das utopias da industrialização: a máquina libertará o homem.

Pelo contrário, parece, sim, que a crescente velocidade com que nos movemos, mesmo que virtualmente, é proporcionalmente igual ao tempo que afinal vamos perdendo. Porque o tempo que temos é cada vez menos nosso e cada vez mais dos outros. E no entanto, vai-se ficando cada vez mais distante daquilo que nos é próximo.

(Publicado no semanário famalicense “Opinião Pública”, em 23/12/2009)

Teatro Conspirativo

É paranoia minha certamente mas algumas expressões geográficas como “ir para o norte” ou “auto-estrada do sul” irritam-me.

Já tentei racionalizar o porquê desta irritação mas não consigo encontrar uma explicação que me satisfaça suficientemente… talvez seja o facto um termo tão genérico normalmente estar associado a alguma ignorância quanto aos sítios a que se refere ou então é simplesmente o facto de os pontos cardiais serem naturalmente relativos… excepto nos pólos, qualquer ponto que seleccionemos estamos sempre a norte ou a sul de qualquer outro ponto.

Vem isto a propósito do texto introdutório ao programa do TNSJ para este inicio de 2007.
Diz Nuno Carinhas que neste inicio de ano “prosseguimos com visitações de Companhias do Sul: Teatro da Rainha, Teatro Municipal de Almada, Teatro dos Aloés e Teatro Aberto“…

É um fait-divers claro mas se fosse dado a leituras conspirativas diria que esta frase teria um segundo sentido.

Credo, tanto Bom!

A Ministra da Educação afirmou que a inflação de “Bons” na avaliação dos professores deriva da “tradição da atribuição desta nota aos docentes por parte de quem avalia”. Depreende-se daqui que Isabel Alçada sabe que parte dessa avaliação foi mal efectuada. Conclui-se, então, que, por um lado, alguns (Isabel Alçada saberá, com certeza, quantos) desses professores não deveriam ter tido “Bom”, e, por outro, alguns avaliadores não desempenharam o seu papel com competência, pois a tradição não deve ser critério de avaliação.

A assunção destes dados tem de levar a Ministra a reagir, alterando as classificações atribuídas e chamando à pedra os avaliadores incompetentes, nos casos em que isso esteja verificado. Não vejo que se possa fazer de outro modo, uma vez que a atribuição de classificações erradas pode levar a que os professores mal avaliados se sintam dispensados de melhorar as suas práticas, com evidentes prejuízos para os alunos.

Em vez disso, Isabel Alçada aproveita o ensejo para falar… de progressão na carreira, explicando que é por causa desta tradição nefanda que o Ministério quer “distinguir os professores que obtenham Muito Bom e Excelente com uma progressão mais rápida” Perceberam? Não? Eu resumo, então: o problema – grave – de haver um grande número de professores mal avaliados com “Bom” resolve-se fazendo progredir os que tiverem “Muito Bom” ou “Excelente”. E agora? Já perceberam? Eu também não.

Estava a brincar: percebi muito bem. É fácil de perceber, porque a questão é a mesma da anterior porta-voz do governo para a Educação: cercear ao máximo a progressão na carreira. As outras questões menores como a qualidade do ensino ou as condições de trabalho ou a formação contínua e inicial dos professores ficam para os discursos de circunstância ou para os preâmbulos palavrosos dos decretos.

Prevejo que, mais logo, Isabel Alçada apareça com um sorriso sofrido a lamentar a falta de flexibilidade dos sindicatos. Será bom sinal.

Memória descritiva: Luta armada contra a ditadura (4)

A Revolução de 25 de Abril veio provar que tinham razão aqueles que defendiam que a ditadura só cairia pela força das armas. Porém, derrubada a ditadura pelo MFA, durante alguns meses, sobretudo até ao 11 de Março de 1975, o espectro de um contragolpe de direita foi uma permanente ameaça e uma preocupação constante para os antifascistas.

Quando em 28 de Setembro de 1974, sob a inspiração do marechal Spínola, um dos membros da Junta de Salvação Nacional, o general Galvão de Melo, apelou a uma manifestação da «maioria silenciosa» – referindo-se a uma suposta maioria dos cidadãos portugueses silenciada pelo terror imposto pelas esquerdas – temeu-se que as direitas, quer as estruturas civis quer as militares, tentassem a via golpista para restaurar a ditadura.

Fizeram-se barricadas, o povo veio para as ruas armado com podia – e a montanha pariu um rato – afinal a direita não se atreveu a deitar a cabeça de fora. Só no ano seguinte, em 11 de Março, fez uma tentativa canhestra, rápida e consistentemente controlada pelo MFA, logo apoiado por manifestações populares que não deixaram dúvidas quanto ao que a maioria do povo português sentia. Aliás, como sempre acontece nestas coisas, a ameaça golpista de Spínola, deu lugar a um forte avanço das forças populares. [Read more…]

Pedro Passos Coelho: Alternativa?

O Pedro Passos Coelho foi um bom líder da JSD e um dos poucos, senão único, que foi marcante. O PSD, desde o fim do cavaquismo, vive numa profunda crise. Agora, com MFL, bateu no fundo. O PPC surge como uma alternativa. Perfeita? Certamente que não.

No passado acreditei em gente jovem como Paulo Portas (do tempo do Indy) e Manuel Monteiro. Foi uma desilusão e tanto. Considero que a Direita vive em orfandade desde essa altura (outros dirão desde o assassinato de Sá-Carneiro mas eu nem quero ir tão longe). Poderá PPC marcar a diferença? Eu sei que ele não domina todos os dossiers e nem é preciso que os domine, é antes necessário que saiba rodear-se de gente que domine as matérias em determinadas questões essenciais e que o saiba influenciar (no bom sentido) pois nenhum político nem ninguém domina todas as matérias.
O que me faz hesitar num apoio a PPC é o facto de não estar para voltar a sacrificar-me pessoalmente (pois quando apoio dou tudo por tudo) por uma fraude – como me aconteceu no passado. Os sucessivos erros de MM, nomeadamente o do PND, foram fatais. É que o PPC faz-me lembrar o MM dos primeiros tempos e receio que possa terminar como o Monteiro dos tempos do PND. Daí tanta resistência. Por isso não ter tomado, ainda, uma decisão definitiva. Ao mesmo tempo, tenho bons amigos que o estão a apoiar (e a puxar-me para o fazer) e que sei que são pessoas bastante preparadas e que dominam os seus temas, gente competente embora sem grande experiência da política. Mas continuo a resistir. E depois, claro, existe a questão da Regionalização…

O país não está para brincadeiras e nas próximas eleições legislativas, sejam elas daqui a um ou quatro anos, é fundamental que apareça uma alternativa credível, de gente séria e preparada. Estará Pedro Passos Coelho e a sua equipa à altura desse enorme desafio?

Responda quem souber…

Apontamentos de Inverno (13)

Lamas de Mouro

(Lamas de Mouro, Melgaço (2))

Casamento homossexual: Cada um pode dizer as parvoíces que quiser

“Há uma opção e cada um é livre de optar. Eu não quis casar, fiz essa opção e tenho direitos e deveres graças a ela. O mínimo que se pode pedir a quem fez uma opção é que a respeite, estamos só a pedir coerência”. A frase, com doses aceitáveis da verdade de La Palise, é de Gonçalo Portocarrero de Almada, segundo o site da TVI, na apresentação do seu livro, de parceria com Pedro Vaz Patto, “Porque Não – Casamento entre pessoas do mesmo sexo”.

Não li o livro e não creio que o vá ler. Costumo ser muito selectivo nas minhas leituras. Em todo o caso, pela qualidade da frase do autor, já se percebe a essência dos argumentos. Gonçalo Portocarrero de Almada, que é padre, diz que teve a opção de não casar e só pede que a respeitem. Não creio que alguém o vá contrariar.

Curioso é que quem pede respeito pela sua opção, não pretenda respeitar a opção de quem pretende casar. Para quem fala em “coerência”…

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Os bons professores

Anda meio mundo espantado porque a ministra revelou os dados da avaliação de professores referentes ao ano passado, e 83%  obtiveram Bom.

No modelo de avaliação anterior a esmagadora maioria era classificada com Satisfaz, até porque as classificações mais elevadas estavam à espera de um regulamento que não foi feito para evitar que quem as obtivesse fosse beneficiado na carreira.

Maria de Lurdes Rodrigues deve estar a autoflagelar-se por ter apenas estabelecido quotas para o Bom e o Muito Bom. Devia tê-las também imposto ao Regular e ao Insuficiente, pensará ela na sua licença sabática pós-ministerial, resolvendo assim a Curva de Gauss.

Sobre o acordo ortográfico – ao correr da pena

Das várias leituras que tenho feito sobre qualquer ortográfico, não descortinei, até hoje, nenhuma razão científica para que se tenha realizado. Talvez isso se deva ao facto de não haver nenhuma razão científica. A ortografia, quando nos metemos por acordos e discórdias, é, na minha opinião, uma questão afectiva e político-económica, uma mistura explosiva, portanto.

A maioria dos adversários do acordo cai no erro habitual de querer disfarçar o afecto com argumentos aparentemente racionais e sempre alarmistas. Na verdade, o acordo não fará desaparecer a língua de Camões ou de Eça, que, aliás, usaram ortografias diferentes um do outro e da actual, sendo que a pronúncia do nosso épico seria, com certeza, diferente da nossa. Também não é sério afirmar que o desaparecimento das consoantes mudas será a morte de alguma consciência etimológica, porque, na verdade, essa consciência está apenas ao alcance de alguns privilegiados que puderam aprender a língua materna num tempo em que o Ensino era mais exigente e que juntaram a isso o estudo do Latim. Pelo meio, ainda aparece recorrentemente o arremesso patriótico de que não devemos curvar-nos perante os brasileiros, como se a unificação ortográfica nos obrigasse a sambar ou como se o portuguesinho não vivesse já deslumbrado com tudo o que é brasileiro, facto tristemente verificável na antroponímia telenoveleira ou nas pálidas tentativas de desnudação carnavalesca, no Inverno de Fevereiro, ou, ainda, na substituição forçada da palavra “bicha” por “fila”.

A fraqueza dos argumentos com que atacam o Acordo, no entanto, não fortalece quem o defende. As declarações feitas por responsáveis da “Lusa”, do “Sol” ou do “Record” no programa “Páginas de Português” da Antena 2, no dia 3 de Janeiro (pode ouvir-se aqui), falam todas muito da importância do mercado, essa espécie de argumento único que a tudo se sobrepõe, mesmo quando se fala de Cultura e de Humanidades. De resto – e voltando, ainda, ao mercado –, não acredito que um autor português passe a vender mais no Brasil por causa da nova ortografia e vice-versa. Para além disso, entre os vários defensores, há a consciência de que as modificações serão mínimas, o que nos leva a perguntar se por tão pouco valerá a pena modificar uma ortografia, ainda para mais quando sabemos que a fonética imporá, salvo erro, uma grafia “receção” em Portugal e “recepção” no Brasil (pois, lá o “p” não é mudo). [Read more…]

O acordo ortográfico cantado

Saltar para o segundo 30. Vozes da Rádio cantam o acordo. E o galego? Cadê?

FarmVille, Facebook… redes sociais e afins

Sou um tipo dado a experiências. A algumas, pelo menos. Por exemplo, até aos 8 anos fui sócio do Atlético da ainda por construir BCI… Mas, curei-me e mudei para o Atlético da segunda circular. E isto a propósito da Web, em particular da Web 2.0.
Uso a World Wide Web desde 1996, já depois de Tim Berners Lee ter publicado a primeira página da Net.
Sou tão velho nestas coisas que me lembro do S.A.P.O ser o serviço de apontadores portugueses, do Altavista

farmville

São poucos os que distinguem Web de Internet e menos ainda os que parecem ver como isto está a mudar. Praticamente não vejo televisão e dou por mim no Google à procura de dicas, truques e cheats de todo o tipo para ver se subo mais depressa no mais famoso jogo do Facebook, o Farmville.
Há aqui qualquer coisa que não está bem. Pirei de vez.
Fiquem bem e se quiserem aparecer lá na quinta, eu agradeço… mas, só se levarem uma prendinha, ok?

É curioso como…

… num país tão pequeno, os professores e os juízes são colocados, e os médicos são incentivados.