O Valor Simbólico do Casamento discutido por Miguel Vale de Almeida e que João Miranda comentou no blasfémias coloca uma importante questão sobre a essência da coisa.
Para o João Miranda a aprovação do casamento entre pessoas do mesmo sexo destrói o valor simbólico do casamento.
Sendo eu casado fiquei apreensivo. Será que o meu casamento está ameaçado? Será que os motivos que me levaram em 1999 a casar estão a ser violentados por esta decisão da Assembleia da República?
Eu casei com a minha mulher por ela ser de sexo diferente do meu? Não. Juntamos os trapinhos, como se costuma dizer por estas bandas, por nos entendermos, por considerarmos que gostávamos suficientemente um do outro para partilhar casa e cama, comida e roupa lavada, casa de banho e mesa de refeição, cão e gato. Ou seja, partilhar uma vida. Será que casamos para ter filhos? Não. Tivemos, até agora, uma. Quando entendemos ter chegado a hora. Será que casamos por um qualquer dever religioso? Deus nos livre. Mas então o valor simbólico deste decisão é a diferenciação do género?
A decisão de casar deriva de algum valor simbólico? Qual?. Não será que depende da vontade das partes em apreço independentemente do seu sexo, credo ou filiação partidária. Ou seja, é um acto de liberdade, o mais importante valor do liberalismo: a liberdade.
Estará o JMiranda e MVA, quando refereM o “valor simbólico”, a falar de amor? Ou a vontade das partes resume-se a uma mera questão jurídico, com maior ou menor grau de simbolismo? Fica a dúvida.
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