Mais uma vez, o Futebol Clube do Porto ganhou o campeonato nacional de futebol. Numa prova de regularidade, não há que enganar: ganha sempre a equipa que merece. O FCP está habituado a ganhar e transformou-se, há muito tempo, no clube em qualquer um se arrisca a ser campeão, estatuto antigamente reservado ao Benfica.
João Gabriel, que, não sei como, um dia, poderá voltar a ser jornalista, declarou que o “título do FC Porto é um tributo aos árbitros”, caindo na habitual e pobrezinha desculpa de todos aqueles que não ganham. Na sua crónica de hoje, n’ A Bola, Eduardo Barroso volta a explicar que, não tivessem sido os erros de arbitragem, o Sporting teria sido campeão com vários pontos de avanço.
Em Setembro de 2011, escrevinhei isto e acabei por me enganar: não é preciso esperarem por Junho para me entronizarem como o novo Zandinga. Aliás, já na minha curta carreira de dicionarista tinha escrito algo de semelhante. Só é triste saber que não é necessário ser inteligente para escrever tudo o que escrevi.
Não há grandeza suficiente no mundo do futebol para reconhecer mérito ao campeão. Tendo em conta estas palavras de Vítor Pereira, será fácil adivinhar que o seu discurso seria muito parecido com o de João Gabriel, caso o Porto tivesse ficado em segundo lugar. Em contrapartida, nesse caso, o mesmo João Gabriel estaria, hoje, a usar as palavras de Fernando Póvoas.
No campeonato das declarações, todos os clubes são candidatos à descida.
O mérito do FCP ter ganho o campeonato é tanto que que metade dos adeptos querem ver o treinador 18 milhões recambiado para o desemprego!! O Porto não jogou absolutamente nada toda a época. Levou 3 da Académica e 3 do Gil Vicente e nas competições europeias levou 3 do Zenit, levou 4 do City, equipas que depois foram despachadas facilmente por Benfica e Sporting.
Ganhou o campeonato com muita água benta, primeira à custa de alguns erros do Benfica que tinha o campeonato na mão, e à custa dos penalties inventados que são marcados a favor e quando são de facto faltas a favor de outros dá-se cartões ao jogador que sofre a falta.
Inequivocamente este é o campeonato da falta de verdade desportiva por parte dos árbitros que beneficiam claramente Porto e Braga em detrimento de Benfica e Sporting e o campeonato da vergonha que 80% das equipas não pagam salários mas só os jogadores do Leiria rescindiram os contratos. E agora querem aumentar o número de clubes. É o futebol de terceiro mundo que temos.
O que é pena é que eu nunca vi estes iluminados – que obviamente não são portistas e nunca perdoaram que o Porto fosse o único sector de actividade (futebol) a não sucucumbir e a vergar-se ao poder “chupista” de Lisboa e do centralismo que levou Portugal ao estado actual – afirmarem que perderam justamente o título. Deve ser porque a maior parte deles não se lembra de vencer, sobretudo na Europa, onde, segundo rezam as crónicas, a influência do F.C. Porto é bastante presente.
#2
Não me diga que reconhece que o Benfica foi um justo campeão há dois anos?!
Reconheço, apesar das diatribes que inflingiu no famigerado túnel e que , através do acólito Ricardo Costa, conseguiu perpetrar a maior pena disciplinar, tão estúpidamente inflaccioonada como previamente preparada, tal como as palavras do “cérebro” Luis Filipe Vieira indiciavam dois anos antes. Conseguiu afastar dos relvados por 20 jogos o melhor e mais influente jogador da Liga. Mesmo assim foi apertado e, nesse jogo na luz, ninguém mencionou que o 5LB venceu com um golo em fora-de-jogo. Há memória e a memória vira-se contra quem não tem argumentos dentro das 4 linhas. Pelos vistos este ano, apoiados pelo orgão oficial (A BOLA), sim, porque o canal Benfica é uma diletância para retardados, resolveram num almoço no Tivoli, concertar entrevistas no final de época destinadas a justificar o injustificável, com o receio óbvio do que as paredes ‘pichadas’ em volta daquilo a que chamam estádio prenunciam: a derrota de Luis Filipe Vieira – o homem do conteúdo dos pneus – nas próximas eleições do “glorioso” (parece que ja adequaram o próprio hino para funerais, decisão inteligente),
Grande Konigvs.
#4
Bem me parecia que não ia reconhecer. Aposto, aliás, que nunca reconhecerá. O túnel faz tanto sentido como a fruta. Deixe lá.
Acho que o senhor não reconhece sequer o significado do vocábulo “reconheço”. Usei-o, imediatamente quando iniciei o meú derradeiro comentário. Trocando por miúdos, ou “como se explicasse a uma criança”, reconheço, obviamente. Nunca justifiquei a perda de um título do F.C. Porto com a arbitragem, apesar de termos um fardo pesado que começou a modificar-se com o advento da democracia, mais precisamente em 1978 – 1979. E isso é que pessoas como o senhor não conseguem digerir.
#7
O cidadeamiga2012 é o caso típico do “sim, mas”. Neste caso, afirma reconhecer que o Benfica ganhou com justiça, mas enumera uma lista que acaba, no fundo, por relativizar essa justiça. Note: afirma reconhecer. Depois, diz que nunca justificou a perda de um título do F.C. Porto com a arbitragem, apesar de… (outra vez o “sim, mas”). A seguir, faz a habitual relação entre o advento da democracia e as vitórias do F.C. Porto, afirmando, implicitamente, que as vitórias do Benfica resultariam das pressões do regime, como se, afinal, as vitórias no futebol fossem uma questão política. O F.C. Porto é o maior clube nacional porque se soube organizar, porque teve Pedroto, Pinto da Costa, Oliveira, Gomes, Futre, Madjer, Hulk e muitos outros, senhor. Você faz um esforço em direcção ao desportivismo, é certo, mas ainda está demasiado próximo de figuras como o João Gabriel. Deixe lá os foras-de-jogo e os túneis, que o seu clube é demasiado grande para isso. Finalmente, não se ponha a adivinhar as minhas digestões, que não me conhece de lado nenhum.
A relativização da justiça que atribuí ao título em causa está apenas na sua mente. Limitei-me a enumerar factos que, se por ventura falhasse o mérito desportvo inquestionável, lá estariam para dar o empurrão, tal como aconteceu quando levaram o jogo com o Estoril para o Algarve, nos bons tempos de José Veiga e de Cunha Leal, ou como quando nem agarrando 37 vezes o Jardel na área do Camomaiorense se vislumbrou alguma grande penalidade num ano em que o título acabaria por sorrir ao Sporting. Não relativizo, mas apresento factos indesmentíveis. Não me agarro a desculpas esfarrapadas – nem o meu clube, que, como bem diz, é muito grande – tal como o faz o idiota do João Gabriel e a comandita vermelha e branca. Tem sido tão natural ver o meu clube vencer interna e externamente, levando o nome do país a todo o Mundo, que é com imensa naturalidade que digiro as escassas derrotas. O facto de não o conhecer de lado nenhum não me impede de adivinhar as suas digestões, até porque não as adivinhei – afirmei! Elas estão patentes em cada linha que escreve. E é por estarmos em liberdade que me posso permitir fazê-lo. Mas admito que seja inconveniente e desagradável. Peço-lhe desculpa. Nem festejei muito este ano.
#9
Há-de reparar que não fiz menção, uma única vez, a erros de arbitragens, porque não perco tempo a coleccioná-los. Já o cidadeamiga2012 lembra-se de tudo e tem a memória selectiva dos joões gabriéis deste mundo. Gosto muito de futebol, aquele jogo com uma bola e onze jogadores de cada lado que, na maior parte das vezes, é ganho pelo que joga melhor, ou seja, pelo FCP. É por isso que digiro muito bem as muitas vitórias do seu clube, ao contrário do que julga estar patente em cada linha que escrevo. É óbvio que não fico contente e é igualmente óbvio que desejo sempre que o Porto perca, mas não invento desculpas de regime político nem fico a remoer jogos e arbitragens. A única coisa que quis afirmar com o texto foi que, infelizmente, são todos iguais. Dizer que o seu clube não justifica as derrotas com as arbitragens só dá vontade de rir: todos têm mau perder. A diferença está em que o FC Porto perde muito menos vezes. Não há nenhuma razão para pedir desculpa.