Há coisas que não faço. Por esta ou por aquela razão, umas mais felizes, outras nem por isso. E acho que colocar questões ao adjunto do Portas é coisa que não faria. Confesso que não tenho a certeza de que me iria manter calmo, sem ter que lhe partir a cara. Mas, como não corro esse risco, era menino para lhe falar de educação.
Vejamos:
Pela primeira vez em muitos anos, o ano lectivo arranca com todos os professores contratados nos centros de emprego. Nas escolas o ano lectivo arrancou e há muitos professores em falta: escolas sem professores e professores, em casa, sem escola! Que ironia. Mas, deve ser da troika.
Ainda por cima, Crato não os coloca nas escolas (onde são precisos e há trabalho para fazer), mas assume que lhes vai pagar desde o dia 1 de setembro. Gostaria de entender esta medida de gestão.
Será que a intenção de Passos Coelho e Nuno Crato é outra? Será que a intenção é mostrar claramente as vantagens do privado em relação à escola pública?
Será que esta é mais uma manobra de quem prefere a escola do antigamente, aquela onde só alguns podiam ter sucesso?
Percebe-se que queiram trazer o cheque-ensino, mas não exagerem. Não precisam estragar a Escola Pública para mostrar as qualidades da concorrência. Neste momento os colégios e as escolas privadas têm os docentes colocados enquanto as escolas públicas estão como sabemos.
Para mim, filho de trabalhadores, a Escola foi a oportunidade de chegar à faculdade e de poder aceder a uma vida melhor.
E isso, os amigos de Salazar não conseguem perdoar!
as notas dos alunos são o espelho da escola e o abandono escolar também – Até nas Praxes de Coimbra os próprios alunos recusam pois morreu uma menina praxada segundo jornal de hoje – que bestialidade dos nem adolescentes nem homemzinhos – de concreto têm uma capa preta – desmantelar cada canto do país e das atitudes – Até o aventar este ano já não diz nada que valha a pena ler e o anonimato total remeteu-os para um lugar inexistente – pena – desmantelaram
Amanhã reúne o G20 – vão esvaziar o resto mas já não resta nada
Tenho dúvidas que o cheque ensino traga vantagens para TODAS as escolas particulares – refiro-me à maioria daquelas que têm contrato de associação. De facto, acredito que o tal cheque constitua uma forma de diminuir o valor por aluno, de forma que as famílias tenham que pagar uma parte substancial da propina. Assim sendo, e tendo em conta que muitas das escolas com contrato de associação se encontram em zonas desfavorecidas, estas verão a maioria dos seus alunos debandarem para as escolas públicas. Vejo o cheque ensino como uma vantagem para o poderoso lobby das escolas privadas dos grandes centros (por exemplo, a família Soares e os magnatas do grupo GPS) que, desta forma, passarão a ter uma espécie de contrato de financiamento do estado que lhes abrirá o mercado das famílias de classe média.
Mai nada.