A autocrítica de Cavaco Silva

Cavaco

Num raro momento de lucidez, quiçá uma vez mais inspirado por Nossa Senhora de Fátima, Cavaco Silva brindou hoje os portugueses com um inédito momento de autocrítica, longe dos tempos em que a arrogância que o caracteriza o levava a dizer barbaridades como “Eu nunca me engano e raramente tenho dúvidas“. Questionado por jornalistas sobre o caso Banif, o presidente da República fez as seguintes declarações:

É preciso medir bem as palavras quando se fala do sistema bancário, porque o seu funcionamento é decisivo para o funcionamento da nossa economia e consequentemente para o crescimento do emprego e da nossa produção.

O bom senso e o conhecimento das funções do sistema bancário aconselham muito cuidado nas palavras que se pronunciam em público.

Cavaco estaria com certeza a referir-se ao fatidico dia 21 de Julho de 2014 quando, à margem de uma visita à Coreia do Sul, não teve o bom senso de estar calado, afirmando perante o país que os portugueses podiam confiar no BES. Por não saber medir bem as suas palavras, ou talvez por fraco conhecimento das funções do sistema bancário, Cavaco Silva não foi cuidadoso com as palavras que pronunciou em público e contribuiu decisivamente para enganar a população portuguesa sobre à real situação do BES. O resto da história o caro leitor já conhece. Está inclusive a pagá-la.

Comments

  1. Filho do Zé da Bomba... says:

    SFF retire esta carantonha do meu ecrã…

  2. socialista sempre says:

    É este sistema financeiro que cria ,desemprego,pobreza,falência das empresas,e esquemas fraudulentos ,para enganar pessoas sérias que confiam na banca ? Pois eu acho que devia de haver uma lei que condenasse ao pagamento do dobro do que foi desviado da banca . o que diz a isto Srº Cavaco?


  3. O da foto é só mais um dos personagens que do pouco tempo que destino a ver tv, quando aparece mudo de canal. O meu comentário destina-se apenas a supor que a presença do “sr” não tenha adulterado as melhores sardinhas em conserva do País, para não dizer do mundo. O produto não se encontra em Continentes, Pingos Doces e demais supermercados. É mais fácil encontrar numa loja groumet no estrangeiro do que cá. A Fábrica vende directamente a particulares e as latas são acondicionadas num saco simpático de papel com asas em cordão. Quem passar por Matosinhos e queira fazer a experiência, ainda tem uma surpresa ao passar a porta principal; convém levar máquina fotográfica ou smartphone. São quase 100 anos a trabalhar só com peixe fresco e utilizando os processos de antigamente.
    O que habitualmente compro são sardinhas com piripiri.

    Nota: não produz conservas de atum

    Não têm de quê


    • Conheço bem (sou um homem do Norte carago!!) e, fruto do minha profissão, tenho me cruzado com vários produtos da Pinhais no estrangeiro. Acontece que precisei de uma imagem com ar de parvo e esta pareceu-me preencher o requisito. Não queria, de forma alguma, prejudicar a imagem das melhores sardinhas em conserva do país 🙂

      • Fernanda says:

        Imagens dessas não faltam por aí……


      • João, a tua “zona”; não fazes ideia como eu a conheço, deixo-te um cheirinho. Durante dezenas de anos no mínimo almoçava lá 1/2 vezes por semana, que variava entre a Lina, Mariazinha (de tanta gente conhecidos) e o menos conhecido Pintor. Empresas? Tantas que se tivesses familiares empresários (sem ser têxtil) com um jeitinho ainda o conhecia.
        Ainda sobre o Pinhais: Tenho casa há 22 anos que em linha recta não dista 2km da referida fábrica. Tive um contabilista no Edifício Acia (Fonte Luminosa) onde ia no mínimo uma vez por mês que fica a 100 metros. Conheço os produtos dos Pinhais há cerca de 10 anos porque uma pessoa amiga tendo feito uma visita ao Japão a casa de amigos japoneses e entrando numa loja groumet encontrou as sardinhas Nury dos Pinhais


  4. Errata: Nuri e não Nury.

    O comentário voou sem eu querer.

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  1. […] *Marcelo Rebelo de Sousa, autoproclamado próximo presidente da República e amigo íntimo de Ricardo Salgado, afirmou, um mês antes do referido prejuízo ser revelado, que “A banca portuguesa está blindada e está segura“, acrescentando não estar preocupado porque “À frente do Banco de Portugal está uma pessoa, o governador, que, pela sua isenção, pela sua independência e pela forma como está atento aos acontecimentos garante a nossa segurança”, algo que era, segundo Marcelo, “evidente em todos os casos“, onde se incluía o Banif. Com esta pontaria, a sucessão de Cavaco está assegurada. […]