Assisto à cena da ocultação, por governantes italianos, das obras de arte que pudessem ofender a delicada sensibilidade do presidente iraniano e, preocupado, perguntei-me sobre quais as peças que, em Portugal, estariam sujeitas a esse acto de fina cortesia. E dei por mim a pensar que, para nossa desgraça e prova da nossa pobreza, não há grande coisa para esconder, sobretudo se a visita não incluir um périplo pelas Caldas da Rainha.
Todavia, chamo a atenção para a ostensiva e exuberante exibição fálica erecta – é o termo…- por mestre Cutileiro no alto do Parque Eduardo VII. Talvez, no caso de tal visita, se possa tapar. O pior é que, dada a provável forma perservatival que teria tal cobertura, haveria problemas com outras religiões. Caramba, isto do politicamente correcto é muito complicado.
Porque estranha que os italianos se rebaixem perante os iranianos e tapem tudo o que possa excitar, perdão, ofender a dignidade de tamanha sumidade?
Passou-se o mesmo com o governo do beato Guterres (sempre temente ao Senhor e às tentações do Diabo) quando o Dalai Lama visitou Portugal e ele, cobardolas até mais não poder ser, se recusou a recebê-lo, por medo de ofender a China.
Em matéria de submissão, de auto-ignomínia, de nos rebaixarmos a nós próprios, de oferecermos o rabo e pedirmos desculpa por estar de costas, os italianos não têm nada a ensinar-nos. Somos mestres!
De que outro modo se explicaria terem os portugueses eleito aquele amante de bolo-rei que ainda mora em Belém? E por várias vezes…
Mas quem é que precisa de um presidente iraniano?
http://www.cmjornal.xl.pt/exclusivos/detalhe/queixa_na_policia_por_cartaz_falico.html
Politicamente correto é respeitar a cultura dos povos que vamos visitar e não o oposto.
Gente civilizada, que não politicamente correcta, quando convida alguém para sua casa, não expõe o visitante a situações que lhe sejam desagradáveis, desnecessariamente.
Então como dizia hoje o Miguel Guilherme: se eu convidar um grupos de amigos lá para casa, e houver um vegetariano, temos todos de comer comida de grilo para não ofender o vegetariano mão vá ele sentir-se ofendido!
Se alguém visita o meu país deve-se submeter à minha cultura, e não a cultura do meu país submeter-se a quem nos visita. Vamos então vestir todas as portuguesas de burka não? Não vão os fundamentalistas religiosos ficar ofendidos.
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Em Lisboa existe ao Chiado a estátua de Eça com a “verdade” desnudada ao colo, da autoria de Teixeira Lopes. “Sobre a nudez forte da Verdade o manto diáphano da phantasia.” Consta que ao tempo. no início do século XX, o Barão de Quintela teria mandado entaipar as janelas do seu palacete para que dele não se vislumbrasse a vergonhosa” escultura
Não era má ideia tapar o pirilau do parque Eduardo VII. Ou mesmo retirá-lo.
A esquerda devia era de proibir os sinos de tocar nas igrejas pois é uma falta de respeito para com os refugiados que recebemos.