Pol. What do you read my Lord?Ham. Words, words, words.— Shakespeare, “Hamlet” (Folio, 1623)
***
Como é sabido, iminente e não *eminente. Hoje, de novo, no sítio do costume.
Hoje? E ontem?
Expor ao vento. Arejar. Segurar pelas ventas. Farejar, pressentir, suspeitar. Chegar.
Pol. What do you read my Lord?Ham. Words, words, words.— Shakespeare, “Hamlet” (Folio, 1623)
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Como é sabido, iminente e não *eminente. Hoje, de novo, no sítio do costume.
Hoje? E ontem?
Hoje, sob o inefável título “Nóvoa diz que tem curso na Suiça“, afirma que “Sampaio da Nóvoa confirmou ontem, em resposta enviada ao CM, que a única licenciatura que possui é o diploma em Ciências da Educação pela Universidade de Genebra, na Suíça, em 1982“.
O leitor assíduo do jornal terá, perante isto, que gerir quatro caóticas dúvidas: então a falsa licenciatura foi tirada na Suiça? Ou é mesmo verdadeira mas a única que possui? Se sim, será que é preciso mais do que uma licenciatura para que um cidadão se candidate à Presidência da República? O Tino de Rans terá quantas licenciaturas?
A confusão desvanece-se um pouco com o período seguinte: “Tal como o CM avançou, em Portugal, o candidato frequentou um curso superior no Conservatório Nacional de Lisboa, em 1976, mas que não confere o grau de licenciatura.”
Dirá o leitor do CM, se Sampaio da Nóvoa tem uma licenciatura em Ciências da Educação pela Universidade de Genebra e não tem nenhuma licenciatura em Portugal, provavelmente a lei exige que os candidatos à Presidência da República tenham concluído os seus estudos superiores em território nacional.
Não, afinal não é isso.”Sampaio da Nóvoa explica ainda que conseguiu fazer a licenciatura, na Universidade de Genebra, em apenas dois anos porque era um aluno exemplar” Diz ele ao CM que “o curso não tinha uma duração fixa. No meu caso, devido à dedicação total e exclusiva ao curso, consegui concluí-lo em dois anos. É esta, como referi, a minha única licenciatura“.
E é assim que, não havendo na realidade qualquer notícia, fica o caldinho feito para que o leitor crie a sua, fazendo a síntese: Dois anos? Ah, então a licenciatura foi uma borla. Se assim foi, não admira que o homem tenha dois doutoramentos! E que, para os conseguir, os tenha ido buscar, à sorrelfa, lá fora! O primeiro, claro, na Universidade da licenciatura, fica tudo em casa, não é?, e com classificação máxima, como convém para espantar a caça. E o segundo na Sorbonne, pois, e já sabemos como os franceses aceitam teses que nem são escritas pelos próprios. Assim também eu sou reitor, etc.
Há uma norma no Código Deontológico do Jornalista português que diz o seguinte: “5. O jornalista deve assumir a responsabilidade por todos os seus trabalhos e actos profissionais, assim como promover a pronta rectificação das informações que se revelem inexactas ou falsas.”
Ao não corrigir a notícia da véspera (ela sim, falsa, não a licenciatura) e ao tentar endrominar os leitores apresentando os novos dados como uma confirmação daquela (“tal como o CM avançou, em Portugal, o candidato frequentou um curso superior no Conservatório Nacional de Lisboa, em 1976, mas que não confere o grau de licenciatura”, como se essa fosse a verdade do dia anterior), o CM demonstra que não faz jornalismo, antes descarada mente quando lhe dá na real gana.
“A corrida dela é uma metáfora para a minha vida; sempre a mexer-me sem verdadeiramente sair do sítio.” No Purgatório também se escrevem diários.
Ontem, na companhia – perplexa – de quem nunca tinha apreciado este espectáculo, assisti – por gentileza dos “Altos e Baixos”, do canal Q – a um estarrecedor best of das exibições de Pedro Arroja no Porto Canal. Frente a ele, o rosto admiravelmente impassível desta mulher, Ana Guedes, que tudo suporta sem um grito, um estalo no cretino, um esgar de revolta. Ele abre as penas e aqui vai disto: racismo, fanatismo religioso, misoginia a um grau patológico, reaccionarismo agressivo, estupidez delirante. E tudo a jovem jornalista suporta estoicamente. [Read more…]
Segundo este artigo da Forbes, que cita um estudo da OCDE, Portugal é o membro desta organização que ocupa o terceiro lugar no ranking referente à percentagem da população nativa a viver no estrangeiro: 14%. Na União Europeia lideramos o ranking dos países com a taxa de população emigrada mais alta. Resta agradecer a Pedro Passos Coelho e restante tropa que fez o que pôde para expulsar a piegada toda daqui para fora. Já agora, aquela treta eleitoral do programa VEM, chegou a dar em alguma coisa ou confirmaram-se as previsões e não passava mesmo de propaganda barata?
Maria de Belém Roseira rejeita uma campanha de “demagogias e populismos” mas responde à polémica das subvenções vitalícias convidando a eurodeputada Marisa Matias a comparar o seu salário com o dela.
Sampaio da Nóvoa afirmou ontem que “Marcelo já negou nesta campanha mais vezes Pedro do que Pedro negou Cristo.” Com a Páscoa à porta, falta saber quem vai parar à cruz.
Com a idade, essa teimosa realidade que nos persegue, vamos percebendo que o mundo não é feito em tons simples, não é apenas preto e branco e que, algures ali pelo meio, há uma infinidade de outros tons a pintar o mundo.
Mas, contraditoriamente, há dias em que tudo é muito simples e domingo é um desses dias. Há uma opção a fazer – e sobre essa, escrevo mais à frente – mas, há um acontecimento a que nenhum português poderá faltar: a festa de despedida de Cavaco Silva.
Poderia recorrer a todos os adjetivos normalmente utilizados pelo Bruno de Carvalho e pelo Octávio para valorizar o trabalho das equipas de apitagem, mas vou ser um pouco mais simpático. Cavaco é oposto de tudo. É o oposto da democracia, da liberdade, da cidadania.
Cavaco é o oposto ao que deveria ser um Presidente da República.
Não poderia, em caso algum, faltar a tal festa e por isso, domingo, vou votar em Sampaio da Nóvoa.
Voto Sampaio da Nóvoa porque:
a) acho que é o tempo de uma pessoa “normal”, um de Nós, alguém que fez a sua vida a trabalhar, poder dar um rumo ao país. Não é “um Deus”, um tipo que não nasceu para ser rei numa república. É apenas uma pessoa;
B) um cidadão que não teve medo, que se apresentou e que fez o seu caminho de forma livre. E, a liberdade é para mim um conceito estruturante.
C) precisamos todos de alguém que valorize a Língua e o espaço da lusofonia como eixo da centralidade que podemos ter no mundo.
D) os direitos humanos, como a saúde e a educação são bens públicos para todos. Sampaio da Nóvoa, como eu, defende o Estado Social, de qualidade, para todos;
E) É um pensador, que quer ser político por Nós, pelo futuro. Diz hoje o que dizia ontem e não está dependente de grupos ou facções. Quem o lê, como eu, há muitos anos, sabe que o seu pensamento é estruturado e estável. Não muda em função do vento;
Fiz a minha escolha há muito tempo e, agora que chegou o momento da FESTA, estou convicto da certeza da minha opção.
E, quanto a Cavaco, ADEUS! Até NUNCA!
A casta recuperou o seu privilégio aristocrata e o incêndio deflagrou na opinião pública. Cientes da indecência e da imoralidade que a decisão do TC constitui, uma decisão forçada pelo pedido de fiscalização preventiva da medida decorrente de um raro momento de convergência entre o bloco central, alguns deputados sentiram a necessidade de se justificar, o que por si só é ilustrativo do peso na consciência que carregam. De outra forma não sentiriam tal necessidade. [Read more…]
A carta do neto Manuel ao Avô António. Todos os avós e netos deveriam ler esta carta comovente, muito sentida, lado a lado com uma vida linda cheia de partilhas.
A propósito de uma festa de chá da extrema-direita que teve esta semana lugar no Iowa, e enquanto Sarah Palin pedia aleluias à audiência, Donald Trump mostrava-se agradecido pela presença da amiga fundamentalista:
É uma pessoa que conheço e respeito há muito, que tem um marido e uma família incríveis. Não fazem ideia do quão honrado me senti quando soube que ela me iria apoiar. Uma pessoa muito especial.
É publico que fui, desde a primeira hora, um apoiante de uma eventual candidatura de Pedro Santana Lopes à presidência da República. Aliás, também como foi público, cheguei mesmo a administrar a página no Facebook – Pedro Santana Lopes 2016 – de apoio a uma sua candidatura.
O actual provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa tomou, em devido tempo, a decisão pessoal de não avançar com a sua candidatura facto que respeitei pela amizade e estima pessoal que tenho pelo ex-primeiro-ministro e antigo presidente do PSD.
Agora estamos a três dias das eleições. A campanha está no seu final. Esta é a altura de fazer opções. Eu já fiz a minha. No próximo Domingo votarei Marcelo Rebelo de Sousa para presidente da República.
Há umas semanas, algures entre o Teams e o Zoom, o cronista apresentou, entre outros artigos, os New Methods for Second-language (L2) Speech Research, do Flege — e achou curiosa a serendipidade do próximo parágrafo que lhe caiu ao colo, o dos new methods do nosso querido Krugman. A serendipidade. Nada encontrareis igual àquilo. Nada. Garanto. […]
Como escreve Natalie B. Compton, “um urso fez uma pausa para uma extensa sessão fotográfica“. Onde? Em Boulder, CO, nos Estados Unidos da América.
N.B.:
Debate político entre Aventadores. A Esquerda, a Direita, e não só.
A actualidade em análise com as opiniões dos participantes no Aventar sobre a actualidade.
Debate sobre política, sociedade, actualidade, entre outros.
As músicas escolhidas pelos participantes do Aventar com espaço para entrevistas e apresentação de novas bandas, tendências e sonoridades.
Aqui reinam as palavras. Em prosa ou poesia. A obra e os autores.
Rotura? Rotura incide sobre o físico (ligamentos, canos). Ruptura, sim, diz respeito à interrupção da continuidade de uma situação. Ruptura, portanto. *Rutura não existe.
O analfabetismo tem 292 809 pessoas, enquanto no Porto há menos de 232 000 (dados de 2021).
O assunto é tão grave que até partilho um artigo do Expresso.
Amanhã, em Liège, no Reflektor, Thurston Moore Group (com Steve Shelley). Depois de amanhã, em Courtrai (Kortrijk, no original), Lee Ranaldo, com os fabulosos The Wild Classical Ensemble. Só nos falta a Kim Gordon.
Pais pedem aulas extra para compensar efeitos das greves de professores
o Novo Banco começou a dar lucro. 561 milhões em 2022. E tu, acreditas em bruxas?
Durão Barroso não é nem padre, nem conservador: é José, não é [xoˈse], pois não, não é. Irá casar-se (com alguém). Não irá casar ninguém.
no valor de 3 milhões de euros, entraram no país de forma ilegal? Então o Bolsonaro não era o campeão da honestidade?
fixou o preços dos bens essenciais, em 1980, para combater a inflação. O nosso Aníbal já era bolivariano ainda o Chávez era uma criança.
Enforcamento, ataque cardíaco e quedas de muitos andares ou lanços de escadas, eis como se “suicidam” os oligarcas na Rússia contemporânea. Em princípio foram gajos da CIA. No Kremlin são todos bons rapazes. Goodfellas.
Retirar “referências racistas” dos livros/filmes de 007? Qualquer dia, ”Twelve Years a Slave” ou “Django Unchained” serão cancelados.
Foi para isto que vim ao mundo? Estava tão bem a baloiçar num escroto qualquer, tão descansadinho.
E uma linguista chamada Emily M. Bender está preocupada com o que irá acontecer quando deixarmos de nos lembrar disto. Acrescente-se.
Foto: New York Magazine: https://nym.ag/3misKaW
Exactamente, cacofonia. Hoje, lembrei-me dos Cacophony, a banda do excelente Marty Friedman. Antes de ter ido para os Megadeth, com os quais voltou a tocar anteontem. Siga.
Oh! E não se atira ao Pepê? Porquê? Calimero, Calimero. Aquele abraço.
O que vale é que em Lisboa não falta onde alojar estudantes deslocados e a preços baratos.
Onde? No Diário da República e no Porto Canal. That is the question. Whether ‘tis nobler in the mind to suffer… OK.
Maria de Lurdes Rodrigues escreveu uma crónica intitulada “Defender a escola pública”. Em breve, uma raposa irá publicar um livro intitulado “Defender o galinheiro”
Lição n.º 1: Concentrar elementos do mesmo campo semântico. Exemplo: “Erguemos os alicerces necessários para podermos afirmar hoje, com confiança, que não começámos pelo telhado. A Habitação foi sempre uma prioridade para nós“.
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