Cartoon via Escola Portuguesa
No momento em que o poderoso lobby dos colégios privados volta à carga, apoiado, como é habitual, pelo previsível enviesamento no tratamento jornalístico de uma imprensa que não consegue disfarçar o facto de ter tomado as dores de uma das partes, importa recordar a forma categórica como o professor Santana Castilho literalmente destruiu a propaganda vigente. Santana Castilho, que está longe de ser um yes man da actual solução governativa, coloca os pontos nos i’s, esmaga a narrativa do lobby do ensino privado e ainda tem tempo de envergonhar a falecida ETV. A luta neoliberal pelo financiamento público do sector privado da Educação segue dentro de momentos.
O ensino primário e secundário, na escola privada, para os nossos filhos, parte de uma escolha. O universitário também, mas já tem outras premissas, que são o número de vagas em cada estabelecimento, em função da nota final de 12. Ano.
É no entanto uma opção livre, que assenta em alguns pressupostos. Algumas vezes com preconceitos à mistura. Outras por elitismo. Outras por razões de segurança. Podemos evocar mil razões e mil desculpas:
“Não quero que o meu filho frequente o ensino público porque não o acho suficientemente exigente, criterioso e selectivo.” “Não quero que o meu filho frequente aquela escola especifica, por ter más referências dela”.
“Aquela escola está inserida num bairro problemático, e como tal, não coloco lá os meus filhos”.
Aceito como válidas todas essas razões, mas então, que o ensino dos seus filhos, sejam pagas pelo próprio, e nunca com recurso a financiamento estatal.
A direita està-se a marimbar para a qualidade do ensino privado versus público. Isso é uma falácia.
O que a direita pretende, mas não tem coragem de afirmar, é pura e simplesmente colocar os professores do ensino público, a ganhar o mesmo que os do ensino privado, e de preferência com os mesmos direitos, que basicamente são nenhuns.
Se a direita está tão preocupada com a qualidade do nosso ensino, sendo o privado assim tão bom, obrigue então os colégios privados a pagar os ordenados pela mesma tabela do público, e a dar-lhes os mesmos direitos, que têm os professores do ensino público.
É o dàs!!
Conclui pelo essencial que há de ideológico no ensino público: ignorar as opções dos cidadãos e dirigir os recursos que deles o Estado obtem pelos impostos para criar uma classe de dependentes do Estado, priveligiada e cara.
A verdadeira política do’ camarada dirigente’ é tão só isso mesmo!
E vejo que lhe agrada!
Define a questão como ideológica…
‘…que os nossos impostos paguem prioritariamente aquilo que é prioritário’.
Extraordinário! Brilhante! Um génio!
Contas nenhumas.
Viva a Mama Pública!
Só os burros e os comprometidos com o sistema, não entendem o que está em jogo.