Anda aí um grande tumulto por causa do jantar de gala da feira das vaidades internéticas se ter realizado no Panteão Nacional. Acho que têm razão, sobretudo atendendo à memória curta de António Costa, o qual se revela igual entre pares, e ao lavar de mãos de outros protagonistas. O Paulo Guinote explica isto bem.
Mas é de ver o lado positivo da coisa. Finalmente, podemos dar por encerrada as discussões sobre quem vai para o Panteão e sobre fulano x acabar a partilhar sete palmos de terra por toda a eternidade com quem não aceitaria estar lado a lado em vida.
E isto será possível graças a estes jantares no Panteão. Se é digno os vivos comerem no lugar de descanso dos mortos, porque não hão-de os mortos repousarem nos locais onde os vivos almoçam e jantam? Legisle-se para que se possa regionalizar o Panteão Nacional (aí está outra vantagem, a regionalização – isto só pode ser uma grande ideia). Criem-se leis para podermos ter a Delegação Regional do Panteão Nacional na Metinha dos Leitões. Ou no Gambrinus. Ou no Manjar do Marquês, em Pombal. É só escolher e até se pode fazer um catálogo de reputação mortuária associado às estrelas Michelin. Estão a ver o slogan? “Você, a sua paixão e a alma de Negreiros à mesa.” Ou então “Jantar a três e só duas contas.”
Isto merece uma app de aconselhamento cultural. “O que é que combinará melhor com um chateaubriand? Um toque de Eusébio ou uma pitada de Sofia?” Podem usar a ideia à vontade na próxima web summit e nem têm que agradecer.
argumento sujinho. a ATL era liderada “por inerência” por antónio costa? sujinho, sujinho, sujinho.
costa não tinha qualquer função ou poder executivo. não sabia sequer daquilo. situação já confirmada pela propria ATL.
nota – não sou contra actividades em monumentos, de um modo geral. mas há actividades e actividades. e há monumentos e monumentos.
mais um “escandalo”(aposto,que a oposição,até ja se esqueceu de alguns “escandalos”,tal é a superprodução de escandalos).mas nos Jeronimos ja lá se casou o Bruninho(olha,que bela forma de desviar as atenções da corrupção do SLB,como é que o cm não se lembra desta?)
“Eu sou a favor dos eventos no Panteão Nacional, incluindo jantares e concertos de música clássica, por exemplo. É a única forma dos espíritos dos nossos mortos ilustres, se sentirem acompanhados. Uma espécie de homenagem ao seu legado, e ainda por cima ao som dos talheres e tilintar dos copos, coisa que eles deverão gostar. E logo, um momento solene celebrado por uma casta de gente, também ela ilustre, disposta a largar oitenta e cinco euros por um jantar, e não por um qualquer bêbado a cantarolar áquela hora, a passar diante do Panteão.
Imaginem o espírito do Eusébio desfrutando o estalar da carapaça de uma lagosta, no meio das tenazes manipuladas por um comensal. Dirá o seu espírito de Tuga, olhando ofuscado para todas aquelas velas ou gambiarras:
– Porra, isto não é o Estádio da Luz, nem este barulho me soa ao descascar de tremoços!
E com este pensamento, poderíamos imaginar outro, talvez mais poético, para Sofia de Mello Breyner.
Ou então, alguém que me explique qual a razão para que no Panteão Nacional se possam fazer eventos que não exclusivamente os fúnebres, ou a eles associados?
podiam deixar de ser parvos,e ler o Aquilino Ribeiro( Os lobos que uivam” por sinal mais que proibido pelo abutre do Salazar).mas ser parvo e ler o Aquilino é coisa que não combina.É melhor ler os livros das tias,pois claro.
Não compreendo porque razão, com tanto sítio para jantar, foram logo escolher o Átrio do Panteão…
Tenho a certeza que os mortos que lá estão não se importam com nada disso. Nós, os ainda vivos, é que não respeitamos o silêncio deles.
Com ironia: Porque não fazem jantares e festanças em cemitérios? As Juntas agradeceriam porque isso dava jeito ao orçamento…
Cá por mim até podiam jantar dentro do túmulo de qualquer ex-vivo. Se ao homem vivo tudo é permitido o que falta fazer para se ir para a classificação do cúmulo do disparate?
O facto do ministro da saúde divulgar que o déficit dele é de 2 mil milhões. Isso não interessa para nada?…
Cá por mim mandava imprimir nova moeda…E o jogo vinha a zero. Os credores que se aviassem noutro lugar…
podia-se até desenterrar todos os que morreram com pneumonia nos ultimos 6 anos,ver qual deles morreu com a legionella(com estes faz-se escandalo.Com os que morreram com pneumonia,mas não com a bactéria atras referida,não tem “direito”a escandalo.)
Tem de fazer umas coisas dessas mas com urna aberta! Assim sim…