João Miguel Tavares explicou no Governo Sombra, de forma alterada, que Teodora Cardoso falhou as previsões pessimistas sobre o défice porque o governo não fez o que prometeu na campanha eleitoral. É capaz de ter alguma razão – não a tem toda, mas adiante. Podia, no entanto, lembrar-se do que fez, em termos de promessas e execuções, aquele que ele já adjectivou, em tempos, como um bom primeiro-ministro. Lembrando-se ele disso, talvez pudesse dissertar sobre que circunstâncias se podem evocar para optar ente polegar para cima ou para baixo quanto a governantes.
Frozen
Só pode ser brincadeira. Então o OLAF, intervindo no âmbito de um pedido de apoio que lhe foi dirigido pelas autoridades portuguesas, declara taxativamente que houve fraude na gestão dos fundos europeus atribuídos, entre 2000 e 2013, aos projectos da Tecnoforma e o MP português arquiva, em Setembro de 2016, por falta de provas, o processo? Sem sequer fazer referência, no respectivo despacho, à investigação que correu naquele organismo da Comissão Europeia especializado no combate à fraude?
Postcards from Greece #3 to #5 (between Athens and Thessaloniki)
‘It’s illegal by the law, but not by the people’s law’
Fica tudo mais simplificado
Anda aí um grande tumulto por causa do jantar de gala da feira das vaidades internéticas se ter realizado no Panteão Nacional. Acho que têm razão, sobretudo atendendo à memória curta de António Costa, o qual se revela igual entre pares, e ao lavar de mãos de outros protagonistas. O Paulo Guinote explica isto bem.
Mas é de ver o lado positivo da coisa. Finalmente, podemos dar por encerrada as discussões sobre quem vai para o Panteão e sobre fulano x acabar a partilhar sete palmos de terra por toda a eternidade com quem não aceitaria estar lado a lado em vida.
E isto será possível graças a estes jantares no Panteão. Se é digno os vivos comerem no lugar de descanso dos mortos, porque não hão-de os mortos repousarem nos locais onde os vivos almoçam e jantam? Legisle-se para que se possa regionalizar o Panteão Nacional (aí está outra vantagem, a regionalização – isto só pode ser uma grande ideia). Criem-se leis para podermos ter a Delegação Regional do Panteão Nacional na Metinha dos Leitões. Ou no Gambrinus. Ou no Manjar do Marquês, em Pombal. É só escolher e até se pode fazer um catálogo de reputação mortuária associado às estrelas Michelin. Estão a ver o slogan? “Você, a sua paixão e a alma de Negreiros à mesa.” Ou então “Jantar a três e só duas contas.”
Isto merece uma app de aconselhamento cultural. “O que é que combinará melhor com um chateaubriand? Um toque de Eusébio ou uma pitada de Sofia?” Podem usar a ideia à vontade na próxima web summit e nem têm que agradecer.
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